11º Simpósio Brasileiro de Educação Química
Realizado em Teresina/PI, de 28 a 30 de Julho de 2013.
ISBN: 978-85-85905-05-7

TÍTULO: APLICAÇÃO DE UMA FERRAMENTA LÚDICA PARA O ENSINO DE QUÍMICA ORGÂNICA NO ENSINO MÉDIO

AUTORES: Ventura de Queiroz, B. (UFC)

RESUMO: O presente trabalho apresenta um jogo denominado “Qual a sua molécula” para o estudo de química orgânica no ensino médio. O jogo consiste em associar o caráter lúdico com o educativo para ajudar os estudantes na fixação dos conteúdos. Inicialmente foi pesquisado em literaturas científicas, estratégia para à criação de um jogo inédito em Química. A aplicação desta ferramenta de ensino ocorreu com 40 alunos do 3º ano do Ensino Médio na Escola Estadual Edson Corrêa (Caucaia-CE). O mesmo teve uma boa aceitação pelos estudantes, que facilmente assimilaram as regras do jogo e conseguiram assimilar o conteúdo explorado. Esta proposta contribui para diversificar o processo de ensino-aprendizagem no estudo da Química.

PALAVRAS CHAVES: Jogo; Ensino de Química; Química Orgânica

INTRODUÇÃO: No contexto científico atual as novas tecnologias dominam cada vez mais a sociedade, por exemplo, os jovens estão cada vez mais ligados na internet do que no mundo real, isto é tão verdade, que muitos deles chegam a possuir milhares de amigos nas redes sociais. O que torna essa nova tendência atrativa para os jovens são os fatores interatividade e dinamismo. Esses fatores não têm estado tão presente em aulas de Química, os estudos de (MALDANER,2003) confirmam que “até aqui, na maioria das salas de aula, mantêm-se as mesmas sequências de aulas e matérias, com os mesmos professores, com as mesmas ideias básicas de currículo, aluno e professor, que vêm mantendo-se historicamente e produzem o que denominamos baixa qualidade educativa”. As práticas pedagógicas atuais devem favorecer com que os alunos sejam criativos, críticos, que aprendam seus direitos como cidadãos, aprendam a trabalhar em equipe. Segundo (SANTOS, 2010), essas práticas tendem, no futuro, a mudar a educação e um dos caminhos viáveis pode ser a utilização das atividades lúdicas, pois estas têm a possibilidade de ajudar na busca de mudanças, uma vez que tendem a ser mais abertas, criativas e dinâmicas. Este trabalho tem como objetivo descrever um jogo de tabuleiro para o ensino de química orgânica. Esta proposta lúdica utiliza dados, cartas, um tablado e outros materiais para aguçar o interesse dos alunos do ensino médio, público-alvo deste trabalho. Foi desenvolvido um jogo que consiste na procura por dicas para descobrir qual o nome e a estrutura de uma dentre 24 moléculas orgânica. Com isso, acredita-se que essa seja uma ferramenta que venha favorecer o aprendizado dos educandos.

MATERIAL E MÉTODOS: O jogo “Qual a sua molécula” é constituído de 1 tablado, 1 dado, 6 pinos (no formato de moléculas orgânicas), 99 cartas de “quimireis” (dinheiro do jogo),108 cartas, divididas em: 100 cartas-perguntas (questões de múltipla escolha a, b e c que abordam conceitos dos assuntos: Princípios de Química Orgânica, hidrocarbonetos, nomenclatura, funções orgânicas, isomeria e reações orgânicas) e 8 cartas tarefas. O jogo foi aplicado no ano letivo de 2012 com 40 alunos do 3º ano do Ensino Médio na Escola Estadual Edson Corrêa (Caucaia-CE). As regras foram explicadas e a turma foi dividida entre 4 e 6 equipes. Cada grupo tinha um representante que se dirigia ao centro da sala para interagir com o tablado, os demais ajudavam nas questões do jogo e na realização das tarefas, como montar um quebra-cabeça de uma molécula orgânica, organizar um jogo de memória de isomeria entre outros. Cada participante ou grupo recebeu 6 cartas-guias (que contém a fórmula estrutural das 24 moléculas do jogo) e um envelope, onde estavam as cinco dicas para descobrir a molécula orgânica. Para atingir o intuito do jogo, os participantes receberam dicas durante o jogo sobre sua molécula, sendo que as dicas foram compradas pelos jogadores através do dinheiro “quimireis”, este eles ganharam à medida que acertaram as perguntas ou cumpriram as tarefas do jogo O vencedor foi aquela equipe que conseguiu primeiro, através das dicas, descobrir a sua molécula orgânica. Após a aplicação do jogo coletou-se questionários dos alunos sobre a atividade realizada.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: No dia da aplicação da atividade foi possível observar a atenção dos alunos na explicação do jogo. Com os questionários foram possíveis obter resultados, como por exemplo, na pergunta para o discente a respeito de quanto eles haviam acertado as questões, mais de dois terços dos alunos responderam que conseguiram acertá-las na maioria das vezes, isto comprova que as perguntas que foram elaboradas para a atividade lúdica estavam no nível de conhecimento dos alunos. Foi perguntado se os estudantes haviam tido alguma dificuldade durante o jogo, mais de 70% não teve problemas no entendimento, enquanto cerca de 30% tiveram, este resultado era esperado, pois como o jogo possui regras próprias e novas para eles, esperava-se que nem todos conseguiriam assimilar todas as normas na primeira aplicação. Solicitou-se a turma de alunos que dessem uma nota de 0 a 10 para o jogo, levando em consideração, a ideia, as perguntas, as tarefas, a organização e o ineditismo, a nota média foi de 9,11, demonstrando que a atividade teve uma boa aceitação por parte dos estudantes. Por fim, os alunos deixaram suas opiniões a respeito desta atividade, um deles relatou: “Gostei muito, aprendemos Química brincando”, enquanto outro relatou: “O jogo foi muito bom, pois todos os alunos estavam participando e testamos nossos conhecimentos sobre a química orgânica”. Ainda notou-se que toda a atividade ocorreu dentro de 50 minutos, o que torna o jogo reproduzível em outras escolas com relação ao tempo de aplicação. A empolgação de todos foi notória, a ponto de mesmo com uma das equipes tendo ganhado primeiro, os estudantes decidiram continuar a atividade com o intuito de continuar descobrindo as moléculas e o jogo cessou quando o segundo colocado descobriu sua molécula.

CONCLUSÕES: Este trabalho contribui como uma importante ferramenta para o ensino de Química no Ensino Médio, esta proposta soma com outras metodologias de ensino. A proposta veio para ajudar na fixação dos principais conteúdos de Química Orgânica para os alunos. E através do questionário conclui-se que o trabalho desenvolvido teve boa aceitação pelos discentes, que conseguiram entender as regras do jogo, o que facilitou na interação da ferramenta. Portanto, o jogo pode ser utilizado como uma excelente alternativa em sala de aula, que auxilia os professores e facilita o processo de ensino-aprendizagem.

AGRADECIMENTOS: À Escola de Ensino Médio Edson Corrêa pelo espaço concedido para a realização deste trabalho.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: MALDANER, O. A. 2003. A Formação Inicial e Continuada de Professores de Química: Professores Pesquisadores. 2ª ed., Ijuí, UNIJUÍ.
SANTOS, S. M. P. O brincar na escola: Metodologia Lúdico-vivencial, coletânea de jogos, brinquedos e dinâmicas. - Petrópolis, RJ: Vozes, 2010.