11º Simpósio Brasileiro de Educação Química
Realizado em Teresina/PI, de 28 a 30 de Julho de 2013.
ISBN: 978-85-85905-05-7

TÍTULO: FORMAÇÃO DOCENTE NO ENSINO SUPERIOR DE QUÍMICA

AUTORES: Oliveira, A.P.S. (UFPI) ; Soares, S.H. (UFPI) ; Silva, R.L.G.N.P. (UFPI) ; Lima, S.G. (UFPI) ; Araújo, I.M.S. (UFPI) ; Santos, A.K.L. (UFPI)

RESUMO: A política de formação dos professores de química apresenta significativamente dados e resultados de uma pesquisa centrada em reflexões dos professores do ensino de química a respeito da formação docente. Dada a importância da temática em discussão e a necessidade de refletirmos sobre as práticas pedagógicas destes educadores buscou-se aprofundar estudos e reflexões sobre a questão da formação dos professores de química. O objetivo principal, emitir análises investigatórias sobre o processo e estruturação da formação docente no ensino superior nos cursos de licenciatura em química. A metodologia de cunho qualitativo está fundamentada numa pesquisa bibliográfica e aplicação de questionários com graduandos do curso de química da Universidade Aberta do Piauí - UAPI.

PALAVRAS CHAVES: Formação docente; Identidade do professor; Ensino de química

INTRODUÇÃO: A formação docente no ensino de química apresenta várias deficiências desde sua introdução no contexto do ensino brasileiro até a sua discussão na formação contínua dos professores, como se pode observar diante das posições de Chassot (1990, visto que este contextualiza a ausência de uma educação de qualidade que está integrada à má formação docente. Esta situação se fundamenta em uma crença inquestionável vivenciada pelas entidades educacionais de ensino superior que convoca o profissional ingresso na educação com responsabilidade de ensinar, mesmo porque, ensinar significa transmitir conhecimentos aos educandos instruindo-os sobre um determinado assunto dominado pelo docente (ARROIO et al 2006). De acordo com Carvalho e Gil-Pérez (2003) velhos são os paradigmas da formação docente como processo de construção do conhecimento e busca de novos referenciais teórico-metodológicos que balizam o ensino e aprendizagem dos alunos, posto que, o professor exerce uma função voltada às relações sociais entre os sujeitos. Pereira (2000) lembra que é necessária uma reforma curricular do ensino de química, pois, essa reformulação ratifica a identidade das licenciaturas de um modo geral e devem superar os dilemas “desatando os nós” da formação docente (NETO e MACIEL, 2002). Nesse sentido, o presente trabalho tem como objetivo analisar o processo e estruturação da formação docente no ensino superior nos cursos de licenciatura em química.

MATERIAL E MÉTODOS: De cunho qualitativo a pesquisa enfatiza a formação docente no ensino superior de química em que os sujeitos participantes são graduandos da Universidade Aberta do Piauí – Pólo de Simplício Mendes-PI que atuam como professores de química no ensino médio. Para coleta de informações foi aplicado um questionário com os sujeitos participantes da pesquisa, como também, foi realizada uma pesquisa bibliográfica. Na aplicação do questionário foi feito a apresentação individual das sete questões abordadas referente à formação docente e a qualidade do ensino de química partindo da prática pedagógica dos professores do ensino superior, com o apoio de um levantamento bibliográfico de livros que abordam a metodologia do trabalho científico. As questões são abertas visando a reflexão dos graduandos da pesquisa sobre a formação docente no ensino superior.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: O processo de construção de um novo saber pedagógico conforme ressalta Nóvoa (1999) facilita o desenvolvimento da prática docente que exige um repensar permanente, um mergulho profundo na própria prática de gestão democrática do ensino com reflexões sobre sua formação e sua ação em sala de aula visando reinterpretar e ressignificar os saberes pedagógicos. A estruturação da formação docente está imbricada às Diretrizes Curriculares Nacionais para os cursos de Química (BRASIL, 2001) que vêm sofrendo modificações importantes na definição do perfil dos estudantes de graduação em Química que implica numa reformulação da formação dos professores universitários. A reflexão crítica e sua adaptação ao novo de forma criteriosa são fundamentais para o professor compreender como se pratica e como se vivencia a cidadania na contemporaneidade introduzindo na prática didática metodologias inovadoras de forma sugestiva que prenda a atenção do aluno diante do conteúdo abordado. A conciliação técnica/ética na vida profissional é fundamental para o progresso do professor e do aluno. A prática da experimentação é uma importante ferramenta para o ensino de química, visto que, facilita o entendimento conteudinal do aluno. A formação docente de acordo com as respostas dos questionários aplicados aos graduandos de química que desempenha sua função de professor no ensino médio é elemento constitutivo do saber docente como conhecimentos da formação profissional dos sujeitos. A pesquisa mostra que para efetivar-se no ensino público o docente necessita de disponibilidade para transformar sua formação, visto que, os professores consolidam os ideários político-econômicos de realização do ser humano e da sociedade mediados pela escola.

CONCLUSÕES: As condições de trabalho docente, o status social e econômico dos professores são aspectos indissociáveis que se encontram imbricados na escolha da profissão e posteriormente na formação docente. A forma de ingresso e o campo de atuação ao longo da vida profissional indicam necessidades de um trabalho articulado e valorizado economicamente para que torne mais frutífero as ações pedagógicas e significativamente contribuam para a profissionalização dos professores. As transformações sociais não são responsabilidades só da escola e sim de todas as esferas de atuação numa sociedade.

AGRADECIMENTOS: UFPI, CAPES.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: ARROIO, A. RODRIGUES FILHO, U. P. SILVA, A.B.F. A formação do pós-graduando em Química para a docência em Nível Superior. Química Nova, 29(6) 2006.

BRASIL. Ministério da Educação. Diretrizes Curriculares Nacionais para os Cursos de Química. Parecer n° CNE/CES 1.303/2001, 2001.

CARVALHO, A. M. P. GIL-PÉREZ, D. Formação de professores de ciências: tendências e inovações. 7ª ed. São Paulo: Cortez, 2003.

CHASSOT, A. L. A educação no ensino da Química. Ijuí: INIJUÌ, 1990.

NÓVOA, Antonio (Org) Profissão Professor. 2ª Ed. Porto: Porto Editor, 1999.

PEREIRA, J.E. D. Formação de professores: pesquisa, representações e poder. Belo Horizonte: Autêntica, 2000.