11º Simpósio Brasileiro de Educação Química
Realizado em Teresina/PI, de 28 a 30 de Julho de 2013.
ISBN: 978-85-85905-05-7

TÍTULO: A IMPORTÂNCIA DA VISUALIZAÇÃO NO ENSINO DE ESTRUTURAS CRISTALINAS NA DISCIPLINA DE QUÍMICA INORGÂNICA BÁSICA

AUTORES: Martins Gonçalves, J. (UVA) ; Gama Duarte, F. (UVA) ; Veras de Araújo, N. (UVA) ; Ferreira Soares, S.L. (UVA) ; Sales da Silva, D. (UVA)

RESUMO: O referido trabalho constitui uma breve investigação destinada a mostrar a importância da visualização no processo de ensino-aprendizagem de Química Inorgânica. Busca-se por meio deste refletir o papel da visualização no desenvolvimento do pensamento geométrico das estruturas cristalinas. Embasado nas pesquisas, propõe-se demonstrar que a visualização torna-se uma ferramenta bastante importante para ampliar as capacidades intuitivas de percepção e representação, além de retrata-la como habilidade a ser desenvolvida e como recurso didático a ser utilizado. Finalmente, esse trabalho foi aplicado visando produzir conhecimento real e significativo que colabore para o avanço científico, tecnológico e social da Química.

PALAVRAS CHAVES: Visualização; Sólidos; Aprendizagem

INTRODUÇÃO: A Química Inorgânica Básica é uma disciplina bastante complexa, pois exige por parte dos estudantes um conhecimento interdisciplinar, principalmente quando o assunto abordado trata-se da descrição das estruturas cristalinas. As principais dificuldades no aprendizado dos alunos estão na impossibilidade de visualizar e interpretar geometricamente as estruturas tridimensionais dos sólidos cristalinos e suas células unitárias. Nessa perspectiva, foi realizado um estudo para aplicação de modelos de estruturas cristalinas, utilizando sólidos geométricos confeccionados com materiais de baixo custo. “A visualização contribui para o pensamento científico e artístico”. (Gardner,1994). Nessa possibilidade buscou-se comprovar que a visualização tridimensional das estruturas embasadas na geometria é de fundamental importância na aprendizagem da Química inorgânica.

MATERIAL E MÉTODOS: O presente trabalho foi desenvolvido com alunos da disciplina de Química Inorgânica Básica dos cursos de licenciatura e bacharelado em Química da Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA), que sentiram dificuldades na interpretação do assunto abordado em sala de aula. Para isso, foi utilizada uma metodologia que consistiu em uma aula diferenciada que permitiu a visualização e o contato físico dos alunos com as diferentes células unitárias das estruturas cristalinas. Estes materiais utilizados nesse processo de ensino-aprendizagem foram amostras de células unitárias das estruturas cristalinas, confeccionadas com materiais de baixo custo, tais como madeira e isopor. Em seguida, foi aplicado um questionário de múltipla escolha com os alunos da disciplina a fim de avaliar a compreensão do assunto.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: No primeiro contato com a disciplina de Química Inorgânica Básica foi observada certa dificuldade por parte dos estudantes na compreensão das estruturas cristalinas, assim a aplicação de sólidos geométricos para a visualização das células unitárias (Figura 1) e dedução de fórmulas, trouxe para estes alunos uma maneira diferente de aprender esse assunto interdisciplinar. Dessa forma, a visualização é a base para a construção do pensamento geométrico. Fainguelernt (1999) define visualização como sendo a habilidade de perceber, representar, transformar, descobrir, gerar, comunicar, documentar e refletir sobre as informações visuais. Partindo dessa definição, visualização não é apenas o ato de ver, no sentido de utilizar um órgão sensorial, está relacionada à capacidade de analisar o que se percebe como parte do mundo real e memorizar aspectos que caracterizem os objetos vistos. Refere-se então a contato visual físico, mas também a contato mental (imaginário) com o espaço (Figura 2).

Figura 1

Células unitárias das estruturas cristalinas (Cúbica Simples, Cúbica de Corpo Centrado e Cúbica de Face Centrada, respectivamente).

Figura 2

Aula com aplicação visual e palpável das células unitárias das estruturas cristalinas.

CONCLUSÕES: Com aplicação de um questionário de múltipla escolha e análise das respostas, comprovou-se que a aplicação visual e palpável das células unitárias, foi uma maneira surpreendente e diferente para a uma boa aprendizagem, pois facilita no processo de compreensão e interpretação. Os alunos observaram e concluíram que a visualização das estruturas concretiza o que a teoria diz deixando a disciplina mais interessante. Dessa forma, foi despertado o interesse dos alunos no assunto abordado contribuindo para o avanço das ciências, reproduzindo e produzindo verdadeiro conhecimento.

AGRADECIMENTOS: O presente trabalho foi realizado com o apoio da CAPES e Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA).

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: FAINGUELERNT, E. K.; Educação Matemática: representação e construção em geometria. Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 1999.
GARDNER, H.; Estruturas da mente: a teoria das inteligências múltiplas. Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 1994.