11º Simpósio Brasileiro de Educação Química
Realizado em Teresina/PI, de 28 a 30 de Julho de 2013.
ISBN: 978-85-85905-05-7

TÍTULO: JOGOS QUÍMICOS: UMA VISÃO GERAL DOS TRABALHOS APRESENTADOS NOS SIMPEQUI’S E SUAS CONTRIBUIÇÕES PEDAGÓGICAS

AUTORES: Queiroz, B.V. (UFC)

RESUMO: Atualmente muitos pesquisadores tem se dedicado a desenvolver pesquisa envolvendo jogos químicos, estes por sua vez, buscam na literatura científica referências para conhecer outras pesquisas nesta linha, levando-os a criação e possível publicação de novas pesquisas deste tipo. No presente trabalho houve uma busca nos trabalhos publicados nos anais dos SIMPEQUI’s nas dez edições deste evento, com o objetivo de conhecer as contribuições pedagógicas dos trabalhos sobre jogos químicos. No total encontrou-se cerca de 50 pesquisas que abordavam esta metodologia de ensino lúdica. Constatou-se que o assunto tabela periódica foi o mais usado por diferentes pesquisadores na criação e aplicação de jogos; notou-se ainda que a maioria dos trabalhos tinha o intuito de revisar determinado conteúdo.

PALAVRAS CHAVES: Jogos químicos; Revisão em trabalhos; Anais do SIMPEQUI

INTRODUÇÃO: Na Educação em Química é indispensável no contexto atual o uso de atividades lúdicas como metodologia de ensino, principalmente quando se refere à educação básica. Ao longo dos anos surgiram muitos trabalhos sobre jogos didáticos de Química em anais de congressos, artigos, livros e até teses de doutorado, esse cenário atual foi possível devido às contribuições de diversos pesquisadores. Uma referência às primeiras propostas de jogos no ensino pode ser encontrada em um artigo publi¬cado na Revista Química Nova, no ano de 1993 (Craveiro et al.), com o jogo Química: um palpite inteligente, que é um tabuleiro composto por perguntas e respostas. Em 2004, o professor e pes¬quisador Marlon Soares apre¬senta sua tese de doutorado na Universidade Federal de São Carlos, com o título O lúdico em química: jogos e atividades aplicados ao ensino de química, e torna-se a grande referencia para o estudo de jogos no Ensino de Química. No ano de 2008, ocorre a publicação do livro Jogos para o ensino de química: teoria, métodos e aplicações (Soares, 2008), que tem sido uma boa referência para aqueles que desejam pensar no lúdico para sala de aula. E em pesquisa recente (Cunha, 2012) relata as considerações teóricas da utilização de jogos químicos em sala de aula. Em eventos científicos que destinam espaços para a área de ensino de Química, muitas pesquisas têm enfocado a temática jogos químicos. Logo, o objetivo deste trabalho foi revisar os anais do Simpósio Brasileiro de Educação Química (SIMPEQUI), a respeito das publicações sobre jogos de Química, analisando seus aspectos pedagógicos.

MATERIAL E MÉTODOS: No presente trabalho analisou-se, através do endereço eletrônico do evento, os resumos do SIMPEQUI de todas as dez (10) edições anteriores, exceto as três primeiras e a 5º edição, pois estas não se encontravam disponíveis no sitio eletrônico do evento. Além de conhecer o quantitativo destas pesquisas, buscou-se analisar quais conteúdos de Química são mencionados nos jogos químicos, verificar os resultados pedagógicos alcançados pelos jogos, ou seja, se os jogos tinham boa aceitação por parte do corpo discente, se melhoravam o entendimento dos alunos pelos conteúdos, se aproximavam docente de discentes e se algum trabalho relatou aspectos negativos desta metodologia de ensino.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: Foram analisados 701 trabalhos em anais do SIMPEQUI, destes 47 são referentes a pesquisas sobre jogos de Química, representando 6,7% do total. Quando analisou-se os trabalhos com o foco nos conteúdos de Química do Ensino Médio, verificou-se que Tabela periódica é o assunto mais abordado na construção e aplicação de jogos, com 26% (Figura 1) e os tópicos menos trabalhos são de soluções, propriedades coligativas e termoquímica, encontrou-se apenas um jogo para cada um destes assuntos. Percebeu-se que muitos trabalhos desta natureza trabalham os conteúdos de forma mista, ou seja, em um jogo são trabalhados mais de um assunto, como Queiroz et al., (2011) que apresentou um jogo de tabuleiro de perguntas e respostas sobre Química Geral, sendo 21 % das pesquisas analisadas são deste tipo. Em relação aos aspectos pedagógicos, verificou-se que 84,5 % dos trabalhos de jogos tinham o objetivo revisar determinados assuntos, isto é, reforçar o conteúdo visto em sala de aula através desta ferramenta lúdica. E avaliando a seção “Resultados e discussão” de cada resumo constatou-se que, cerca da metade dos jogos teve boa aceitação pelos alunos (Figura 2) e quase todos os pesquisadores afirmaram que os jogos melhoraram a aprendizagem dos discentes. Um exemplo seria Silva (2010), após a aplicação do seu jogo verificou que 60% dos alunos afirmaram ter adquirido mais conhecimento sobre o assunto abordado. Oito pesquisas relataram aspectos negativos no seu jogo, como alunos que não se identificaram com a ferramenta de ensino ou que não aprendeu nem fixou algo novo, Cunha (2012) salienta algumas posturas que o professor precisa adotar para o desenvolvimento de jogos em aulas de Química, dentre elas, motivar os estudantes para a atividade, explicar claramente as regras do jogo entre outras.

Figura 1

Conteúdos de Química mencionados nos trabalhos de jogos químicos nos anais do SIMPEQUI.

Figura 2

Os resultados pedagógicos atingidos com os trabalhos de jogos.

CONCLUSÕES: Com isto percebe-se que existem diversas pesquisas dentro da temática de jogos químicos, no evento SIMPEQUI, e para aqueles que trabalham com ensino de Química na educação básica necessitam conhecer essas pesquisas para adaptá-las em suas aulas, diversificando cada vez mais suas metodologias de ensino. Conhecer estes trabalhos podem responder algumas indagações: Por que se joga nas aulas de Química? Como se constrói um jogo didático em Química? Que fatores pedagógicos e sociais devem ser considerados quando se pretende utilizar atividades lúdicas em em sala de aula? Como se joga numa sala?

AGRADECIMENTOS:

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: CRAVEIRO, A.A.; CRAVEIRO, A.C.; BEZERRA, F.G.S. e COR¬DEIRO, F.; Química: um palpite inteligente. Revista Química Nova. 16:3, 1993, p. 234-236.
CUNHA, M.B.; Jogos no Ensino de Química: Considerações teóricas para sua utilização em sala de aula. Revista Química Nova na Escola, vol. 34, No 2, p.92-98, MAIO 2012.
SILVA, J. F. S. et al. Cartilha Quimicando: Atividades Lúdicas Influenciando na Aprendizagem de Conceitos Químicos. – 8º Simpósio Brasileiro de Educação Química (SIMPEQUI) – Natal / RN – 2010. Disponível em: www.abq.org.br/simpequi/2010/trabalhos/60-5994.htm. Acesso em 29 de abril de 2012.
SOARES, M.H.F.B.; Jogos para o Ensino de Química: teoria, métodos e aplicações. Guarapari-ES. Ex Libris, 2008.
SOARES, M.H.F.B.; O Lúdico em Química: Jogos e atividades aplicados ao ensino de química. Universidade Federal de São Carlos. Tese de Doutorado, 2004.
QUEIROZ, B. V. et al. Aplicação do jogo trilha: Uma ferramenta lúdica para revisão de Química geral. – 9º Simpósio Brasileiro de Educação Química (SIMPEQUI) – Natal / RN – 2011. Disponível em: www.abq.org.br/simpequi/2011/trabalhos/21-7643.htm. Acesso em 29 de abril de 2012.
http://www.abq.org.br/simpequi/ Acesso em 01 de abril de 2013.