11º Simpósio Brasileiro de Educação Química
Realizado em Teresina/PI, de 28 a 30 de Julho de 2013.
ISBN: 978-85-85905-05-7

TÍTULO: SOFTWARES NO ENSINO DE QUÍMICA: A VISÃO DE PROFESSORES DE DUAS ESCOLAS DE SOBRAL–CE A RESPEITO

AUTORES: Lima de Menezes, F. (UNIVERSIDADE ESTADUAL VALE DO ACARAÚ-UVA) ; Cristina Azevedo da Costa, I. (UNIVERSIDADE ESTADUAL VALE DO ACARAÚ-UVA) ; Giovanni Ferreira dos Santos, F. (UNIVERSIDADE ESTADUAL VALE DO ACARAÚ-UVA) ; Sales da Silva, D. (UNIVERSIDADE ESTADUAL VALE DO ACARAÚ-UVA)

RESUMO: Desde a década de 60, os softwares educacionais figuram como ferramentas facilitadoras no ensino. Mas algumas escolas insistem no tradicionalismo. Este trabalho visa averiguar a visão de professores de Química de duas escolas ensino médio de Sobral – CE sobre os softwares, identificando os fatores que a influenciam. Visitaram-se as estruturas das escolas. Utilizou-se um questionário com questões abertas que foi entregue aos professores e analisaram-se os resultados obtidos. Os professores afirmaram não utilizar softwares em suas aulas, justificando-se na indisponibilidade de softwares e de uma equipe que saiba conduzir tais aulas. Concluiu-se que a formação acadêmica primitiva de tais professores e as dificuldades de acesso aos softwares ainda impedem que o ensino se inove e diversifique.

PALAVRAS CHAVES: Softwares Educacionais; Docentes; Opiniões

INTRODUÇÃO: O uso de softwares em educação inicia-se na década de 60. Nessa época, destacaram-se os trabalhos de Suppes (1968), que revelaram a eficácia de um software na aprendizagem de matemática e de outro na aprendizagem da língua russa. No Brasil, essa experiência se inicia na década de 1970, na USP, na UFRJ, na UFSCar, na UFRGS e na Unicamp e se difunde para outras instituições de ensino superior. Várias publicações indicam as potencialidades dos softwares didáticos no ensino de Química básico e superior, apesar destes recursos ainda serem pouco utilizados. Para Rodrigues et al. (2007), o software é composto de programas que são uma sequência de ordens, instruções. Com base nisso, percebe-se esses recursos nos celulares, nos bancos, no lar de muitas pessoas. Embora o MEC defenda a inclusão e o enfoque de novas tecnologias no ensino básico, muitas escolas ainda não conseguiram seguir o processo. A maioria dos seus alunos, no entanto, já traz uma cultura midiática que não é inserida nas aulas. Para Aquino (2008), com a utilização dos softwares para educação, o aluno consegue visualizar e simular situações que até então não eram possíveis ou eram limitadas. Esses softwares podem oferecer: simulação de experimentos, a modela-gem molecular, informações organizadas em sequências pedagógicas e materiais em multimídias. O professor de posse dos recursos tecnológicos tem o papel, segundo Fialho et al. (2010), de envolver, motivar, encantar e cativar de tal forma seus alunos que o processo de ensino/aprendizagem aconteça naturalmente e de forma significativa. Nesse sentido, o presente trabalho teve como objetivos investigar a visão de alguns professores de Química do ensino médio a respeito do uso de softwares didáticos em aulas e os fatores que influenciaram em suas visões.

MATERIAL E MÉTODOS: Inicialmente realizaram-se visitas às escolas que seriam foco da pesquisa a ser executada, verificando-se as estruturas físicas das instituições e os recursos que tornassem possíveis, aos professores de Química, aulas mais diversificadas. As instituições alvo da pesquisa foram a Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Professora Carmosina Ferreira Gomes e a Escola Estadual de Ensino Médio Sinhá Sabóia. Estas foram visitadas nos intervalos entre 17 e 24 de Abril de 2013. A seguir, elaborou-se um questionário que dispunha de 07 questões subjetivas, além das questões relativas à caracterização das amostras, e que, após impressos, foram entregues para que os professores as respondessem. Esse tipo de questionário foi escolhido por conceder maior liberdade aos professores na formulação de suas respostas. Apenas 05 professores forneceram dados à pesquisa, respondendo os questionários. Analisaram-se os dados coletados de forma a identificar a coincidência de respostas entre os integrantes da amostra, bem como as dissidências que ocorressem entre eles.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: Identificaram-se laboratórios de informática equipados com vários computadores nas escolas, o que permite que os professores trabalhem com os softwares. Porém, não se identificou nenhum programa educacional sobre Química instalado em tais computadores, o que sugeriu que tais máquinas não são utilizadas para aulas com softwares na disciplina. As sugestões foram confirmadas pelos docentes, que afirmaram não utilizar softwares educacionais em suas aulas. Os docentes alegaram que a indisponibilidade de softwares ligados diretamente à Química, a ausência de maturidade nos alunos para compreender os objetivos de uma aula com softwares e a deficiência de uma equipe técnica especializada que aplique corretamente as atividades são os motivos que os levaram a não utilizar tal metodologia. Não existe uma equipe técnica especializada em softwares educacionais nas escolas, nem as licenciaturas desses professores ofereceram disciplinas que lhe ensinassem algo sobre o assunto. Questionados sobre a disponibilidade de computador e/ou internet em suas casas, somente um dos professores afirmou não ter computador em casa, o mesmo que afirmou que não gostava de informática. Esses fatores aparentemente não influenciaram nas respostas anteriores. Os professores confirmaram unanimemente que gostariam de aprender mais sobre os softwares educacionais. Eles justificaram suas respostas apontando que estes tornavam as aulas mais diversificadas, facilitavam a didática do professor, ampliavam seus conhecimentos, potencializavam a aprendizagem e despertavam o interesse dos alunos. O interesse dos professores em aprender mais sobre os softwares educacionais em Química reafirma que eles sabem pouco sobre o assunto e sobre quais e como utilizar programas de computador nas aulas de Química.

CONCLUSÕES: Os resultados obtidos pela pesquisa realizada permitiram concluir que, embora os professores das escolas pesquisadas reconheçam a eficiência dos softwares no ensino de Química, estes ainda não estão sendo utilizados em salas de aula das instituições alvo da pesquisa. As dificuldades de acesso aos softwares e a grade curricular primitiva de alguns cursos de licenciatura ainda são algumas das barreiras que impedem a modernização e inovação do ensino de Química.

AGRADECIMENTOS: O presente trabalho foi realizado com o apoio da CAPES, entidade do Governo Brasileiro voltada para a formação de recursos humanos.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: AQUINO, J. R. A contribuição da informática na Educação Química: estudo de caso na Faculdade FABRAI. 2008. 48p. Monografia (Graduação em Sistemas de Informação). Faculdade FABRAI. Belo horizonte. 2008

FIALHO, N. N.; MATOS, E. L. M. A arte de envolver o aluno na aprendizagem de ciências utilizando softwares educacionais. Educar em Revista, Curitiba, Brasil, n. especial 02, p. 121-136, 2010. Editora UFPR.

SUPPES, P.; MORNINGSTAR, M. Computer-assisted instruction. Science, Wash-ington, DC, v. 166, p. 343-350, 1968.

RODRIGUES, Carmem Granja S.; SOARES, Elizabeth R. Introdução à informática. Vol. 1. Rio de Janeiro: Fundação CECIERJ, 2007.