11º Simpósio Brasileiro de Educação Química
Realizado em Teresina/PI, de 28 a 30 de Julho de 2013.
ISBN: 978-85-85905-05-7

TÍTULO: COAGULAÇÃO E VULCANIZAÇÃO DO LATEX NATURAL: UM EXPERIMENTO ALTERNATIVO DE BAIXO CUSTO COMO FERRAMENTA PARA O ENSINO DE POLÍMEROS

AUTORES: Silva Sousa, M. (CESC-UEMA) ; Silva Sousa, M. (CESC-UEMA) ; Ferreira Soares, A.C. (CESC-UEMA) ; Mendes Nunes, P. (UEMA/IFMA)

RESUMO: O presente trabalho relata um experimento alternativo para o ensino da disciplina polímeros, em especial como ocorre à coagulação do látex, bem como sua vulcanização através do método de adição de enxofre. Como resultados, obtemos avanços no nível de aprendizagem e fixação de conteúdos relacionados à disciplina polímeros.

PALAVRAS CHAVES: coagulação; látex; polímeros

INTRODUÇÃO: Dentre a vasta gama de materiais poliméricos, as borrachas ou elastômeros, se distinguem por apresentarem características únicas que permiti grande alongamento, seguido de quase completa retração, especialmente quando se encontra na condição de vulcanizada. A borracha natural é obtida a partir do metilbut-1,3-dieno, conhecido como isopreno, é também denominada cauchu (do idioma indígena caa, madeira e o-chu, que chora), pode ser extraída de diversas espécies botânicas que estão espalhadas pelo planeta. Contudo a única espécie que gera borracha de alta qualidade e em condições econômicas é a Hevea brasiliensis, a seringueira, da família das Euforbiáceas. Do ponto de vista estrutural, o látex é uma suspensão que contém partículas de hidrocarbonetos do grupo dos terpenos numa matriz aquosa. Muitas outras substâncias são encontradas no látex, como açúcares, alcalóides, protídeos, ceras, amido, cristais, taninos e resinas. Segundo a origem dos polímeros, este pode ser classificado em dois grandes grupos: naturais e sintéticos. Os polímeros naturais foram os padrões em que se basearam os pesquisadores para a busca de similares sintéticos, durante o extraordinário desenvolvimento da Química de Polímeros, após a II Guerra Mundial, isto é, no inicio da década de 50. Com o advento da consciência ecológica da sociedade, procurando preservar as condições de vida do planeta para as gerações futuras, os polímeros naturais devem retomar gradativamente sua importância industrial.

MATERIAL E MÉTODOS: Os experimentos foram realizados por etapas envolvendo as principais espécies botânicas capazes de produzir látex. Dentre elas foram utilizadas o Avelós: Euphorbia tirucalli L.(pau-pelado), Maclura tinctoria (Moreira), Calotropis procera (bombardeira), Plumeria rubra (Jasmim-manga). Material e reagentes: cadinhos, pinça de madeira, aquecedor magnético, capela, estufa, ácido acético e enxofre. Procedimento Experimental: Identificação das espécies laticíferas, incisões feitas no tronco, coagulação do latex, vulcanização da borracha, aquecimento na estufa. Com base nesses experimentos e com o auxílio destes materiais foi possível observar e anotar os resultados.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: A avaliação do látex obtido nas espécies botânicas foi realizada em etapas Etapa 1: Identificação das espécies laticíferas Etapa 2: Incisões feitas no tronco O látex obtido nas espécies laticíferas em questão possui coloração variada. Pode mostrar-se incolor, amarelo, alaranjado, vermelho e, mais comumente, branco. A fluidez também é sujeita a gradações: pode apresentar-se aquoso ou altamente viscoso. Trata-se de um produto natural procedente do látex, de acidez neutra, com grande elasticidade. Etapa 3: Coagulação do látex O látex é produzido em estruturas especiais denominadas dutos laticíferos, que podem ser células ou grupos de células interconectadas ou fusionadas. Quando seccionados, os laticíferos deixam fluir o látex, que coagula e veda o ferimento feito na planta. A coagulação resulta da ação de sistemas enzimáticos. Para esta avalição usou-se o acido acético para a coagulação do látex obtido. Etapa 4: Vulcanização da borracha A vulcanização consistiu no aquecimento da borracha obtida (natural) com cerca de 3% de enxofre. Isso faz com que algumas ligações duplas se abram e consequentemente reagem com o enxofre, formando “pontes”, constituídas por um ou mais átomos de enxofre. Uma borracha não vulcanizada é mole e se rompe facilmente quando esticada. Já a borracha vulcanizada torna-se bem mais resistente e volta ao normal quando cessa a força que a estica. Conforme o teor de enxofre utilizado na vulcanização da borracha, o polímero tridimensional formado será um material termofixo ou termorrígido, ou seja, um material sob ação do calor sofre uma transformação irreversível. Etapa 5: Aquecimento na estufa Todas as espécies depois de vulcanizada foram levadas a estufa sob aquecimento de 110 ◦C tornaram-se rígidas.

CONCLUSÕES: O látex é um líquido de aspecto leitoso, existente nas plantas ditas laticíferas, é colhido em incisões feitas no tronco, pelas quais escorre. As aulas experimentais relacionadas a polímeros naturais resultaram em aprendizagem e aprofundamento do conhecimento teórico estudado. O contato da relação teoria- prática serviu de embasamento para os demais conteúdos estudados na disciplina. Ao final, a busca pelas plantas laticíferas aliadas as práticas serviu como forma de avaliação da aprendizagem e ainda fixação do conteúdo relacionado a polímeros, seja ele sintético ou natural.

AGRADECIMENTOS: Ao professor Péricles Mendes Nunes, e ao CESC-UEMA.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: ambientes.ambientebrasil.com.br/florestal/artigos/latexNARDI, borracha_vegetal.html> Acesso em: 02/04/2013.
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