11º Simpósio Brasileiro de Educação Química
Realizado em Teresina/PI, de 28 a 30 de Julho de 2013.
ISBN: 978-85-85905-05-7

TÍTULO: UTILIZAÇÃO DA MÚSICA PARODIADA NO ENSINO DA QUÍMICA

AUTORES: Costa, W. (CENTRO EDUCAIONAL ADALBERTO VALLE) ; Moraes, M. (CENTRO EDUCAIONAL ADALBERTO VALLE)

RESUMO: O trabalho visa como ideia central à utilização da música parodiada como um recurso para capitação da atenção e interesse dos alunos no que tange o ensino da química. Sabe-se que muitos professores estão incrustados em uma metodologia tradicional e de pouca expressão nos dias atuais fazendo com que os alunos tenham grande aversão ao estudo da química, por considera-la de difícil compreensão. Isso nos levou a uma busca incessante por alternativas que pudessem reverter ou modificar essa realidade, para tanto, muitos estudos têm sido realizados, com o objetivo de encontrar essas alternativas que possam melhorar o ensino de Química (WANDERLEY, 2005).

PALAVRAS CHAVES: Química; Paródia; Música

INTRODUÇÃO: Com o intuito de melhorar as aulas de Química para alunos do primeiro ano do ensino médio, é que se pensou em um trabalho diferenciado que possam inserir professores e alunos numa discussão “no que diz respeito às relações entre ciência, tecnologia, sociedade e ambiente” (SILVA & OLIVEIRA, 2008). Sendo assim a música representa uma forma inovadora e facilitadora para a educação, tornando-se uma importante alternativa para estreitar a relação entre conhecimento em química e a vida cotidiana do aluno (SILVEIRA & KIOURANIS, 2008). A música pode propiciar ao aluno um interesse e uma motivação pelos conteúdos de Química de maneira a facilitar a sua compreensão (SAVISKI & NICOLINI, 2008). “As coisas mais simples e as mais sofisticadas se confundem. A sofisticação às vezes é encontrada na pura simplicidade. E a música é a linguagem mais direta, é aquela linguagem que não precisa de nada pra se explicar.” Autor desconhecido. A música parodiada, como proposta de ensino, tem se apresentado enquanto uma alternativa viável nesse sentido, o que pode torná-lo uma excelente ferramenta didática para a inserção de tópicos de Química no primeiro ano do Ensino Médio. Além de reduzir a deficiência e falta de interesse nas aulas de química, fazendo com que o conhecimento perdure além das avaliações e haja a formação de um indivíduo crítico e participativo (ALBUQUERQUE & SILVA, 2006). A utilização da música parodiada é um recurso dinâmico que atrai a curiosidade e a busca pela descoberta da Química em estudo por parte dos discentes, uma vez que as músicas utilizadas são aquelas em que os jovens já possuem uma dada afinidade, por ouvirem no seu dia a dia ou que já ouviram algum dia.

MATERIAL E MÉTODOS: O referido projeto foi desenvolvido com os alunos do primeiro ano do ensino médio do Centro Educacional Adalberto Valle. Mas antes de o projeto ser colocado em prática, foi realizada uma apresentação à comissão gestora com a finalidade de conscientizar o trabalho que seria desenvolvido. Foram utilizadas duas paródias para o projeto, a primeira a ser trabalhada em sala de aula foi extraida da melodia da canção “Sozinho de Caetano Veloso”. Esta música parodiada trata sobre o processo de evolução dos modelos atômicos que vai desde os principais filósofos gregos até o modelo atômico de Rutherford, conforme observado a no refrão a seguir: Paródia: Átomo o que você é agora? O átomo de Thonsom Descontínuo agente cuida Esfera não maciça Pudim de passas pra fora Elétrons são partículas entre cargas positivas Átomo O que você é agora? O de Rutherford é núcleo positivo, alfa(RUSSEL,1994) Sistema solar Nucleo e eletrosfera pra fora Nucleo bem gitinho com toda massa pura Atomo O que você é agora? A segunda paródia foi baseada no rítmo da música “Criança Feliz da turma Dó Ré Mi”, aonde vem falando das geometrias moleculares e das possíveis polaridades dos compostos químicos, conforme representado no refrão abaixo: Paródia: Geometria Molecular feliz Geometria feliz Com dois linear Com três linear Um par angular Oh! Meu bom Jesus, Os quatro conduz com par piramidal Sem par trigonal (BRADY, 1986)

RESULTADOS E DISCUSSÃO: A implantação deste projeto resultou em vários benefícios educativos. Um dele é em relação à atenção nas aulas de química, com a apresentação das paródias os alunos se tornaram mais participativos e interessados em aprender não só as paródias mas como também as suas utilidades no âmbito da química. O emprego das músicas parodiadas demonstrou uma boa ferramenta para a compreensão e criatividade dos alunos como forma lúdica e dinâmica no ensino. Após a aplicação de um questionário para a análise do índice de aceitação do processo lúdico, verificou-se uma aceitação de 85,00% dos alunos no uso das músicas parodiadas, este resultado se deu em função de uma maior interatividade estabelecida pelos alunos no momento da aula com o conteúdo e com o professor. Conforme o gráfico: Observou-se que em sala de aula, a música pode ir além de um simples instrumento, sendo “capaz de promover o desenvolvimento do ser humano por meio da conscientização da interdependência entre corpo e mente razão e sensibilidade, entre ciência e ética; e não por meio do adestramento e da alienação” (MARTINS, 2009). Além disso, pode mediar o desenvolvimento de habilidades como percepção, imaginação, análise crítica entre outras.

A música e o Aprendizado

O gráfico indica de aceitação dos alunos em relação a aplicação das paródias musicais.

CONCLUSÕES: As problemáticas em relação à aprendizagem em Química são notórias, o aproveitamento nesta disciplina é uma tarefa árdua, devido a uma série de fatores. Observou-se que ao ser aliado a prática pedagógica empregando as músicas parodiadas com outros métodos mais tradicionais, como o livro didático, evidencia no aumento do interesse dos alunos aos temas abordados em sala de aula, além do incentivo à leitura e ao estímulo da criatividade dos estudantes quando em contato com essa metodologia.

AGRADECIMENTOS: Agradecemos aos professores e alunos do Centro Educacional Adalberto Valle, por ter nos ajudado para o ótimo desenvolvimento deste projeto

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: ALBUQUERQUE, T. F. S. & SILVA, ª M. Silva. Metodologia do Ensino de Química Através da Ludicidade. Disponível em: http://www.abq.org.br/simpequi/2006/trabalhos/11-102-t1.htm. Acesso realizado em: 23 de maio de 2009.

BRADY J. E.; HUMISTON, G.E. Química Geral. 2 ed. Rio de Janeiro: LTC, 1986. Vol. 1.

MARTINS, N. B.; SCHUTZ, M. D.; RIGO, M.; TROIAN, A.; RANGEL, E. F. M. A utilização da música como prática de ensino nos livros didáticos. Vivências: Revista Eletrônica de Extensão da URI. v. 5, n.8, p.77-83, 2009.

RUSSELL, J. B. Química geral. 2.ed. São Paulo: Pearson Makron Book, 1994. V.1.

SAVISKI, Vanessa & NICOLINI, Keller Paulo. Atividade artístico-cultural como ferramenta para o Ensino de Química. XVI Encontro de Química da Região Sul: 2008.

SILVA, Sônia Aparecida de Moreira & OLIVEIRA, André Luís de. A música no ensino de ciências: perspectivas para a compreensão da ecologia e a temática CTSA (Ciência, Tecnologia, Sociedade e Ambiente. Paraná: 2008.

SILVEIRA, Marcelo Pimentel da & KIOURANIS, Maria Michellan. A Música e o Ensino
de Química. Química Nova, (28): maio, 2008.

WANDERLEY, Kaline Amaral; SOUZA, Dayvison José P. de; BARROS, Luciana A. O.; SANTOS, Alberto; SILVA, Petronildo B.; SOUZA, Ana M. Alves de. Pra gostar de química: um estudo das motivações e interesses dos alunos da 8ª série do ensino fundamental sobre química. Resultados preliminares. Resumo do I CNNQ: 2005.