11º Simpósio Brasileiro de Educação Química
Realizado em Teresina/PI, de 28 a 30 de Julho de 2013.
ISBN: 978-85-85905-05-7

TÍTULO: CONCEPÇÕES DOS DISCENTES SOBRE A FITOTERAPIA, SAÚDE E SUA RELAÇÃO COM O ENSINO DE QUÍMICA

AUTORES: Sales, L.L.M. (UFCG) ; Silva, J.M. (UFCG) ; Cunha, F.A.P. (UFCG) ; Santos, J.E. (UFCG) ; Vieira, C.M.S. (UFCG) ; Brito, L.C.B. (UFCG)

RESUMO: O intuito da realização deste trabalho é promover a conscientização dos estudantes em relação ao direito à saúde e fornecer subsídios para que os mesmos possam ter mais conhecimentos úteis para uma vida saudável. Analisando o conhecimento prévio dos discentes das Escolas Públicas (Estadual e Federal) e da Escola (Particular), podemos observar que o alunado da Escola Pública Estadual foi a parcela da população que mais procurou atendimento médico com cerca de 72% dos discentes e a Escola Técnica de Saúde de Cajazeiras (Federal) obteve os maiores índices de automedicação. Este trabalho promove a conscientização dos estudantes quanto às questões de saúde, para que eles possam compreender como a Química se relaciona com o desenvolvimento de medicamentos.

PALAVRAS CHAVES: Química; Fitoterapia ; Ensino e saúde

INTRODUÇÃO: Química por ser uma disciplina que une a teoria à prática nos proporciona grande interação entre o espaço extraclasse e o intraclasse, onde a partir de experiência se constrói uma teoria daquilo que é vivido. Sendo o professor e o aluno agentes do conhecimento, este trabalho procura lançar um olhar sobre a prática deste ensino a partir da análise dos conhecimentos pré-concebidos dos alunos sobre Medicamentos Fitoterápicos e sua relação com a Química e o meio ambiente, bem como, a análise da (re)construção desses conceitos após a interação do professor sobre o assunto. Apesar de ser muito antiga a fitoterapia não é valorizada adequadamente, inclusive na escola, pois sua utilização requer o respeito à natureza, ao conhecimento experimentado dos antepassados e, principalmente, uma cultura de alto conhecimento de si e do próprio corpo. Segundo Candini (2007) a fitoterapia é necessária a educação e seus conceitos são fundamentais e devem começar ainda na escola, nas series iniciais. Para Silva, Aguiar e Medeiros (2000) o professor, enquanto agente educador, na perspectiva de que a produção comunitária de fitoterapicos é uma fonte inesgotável de conhecimento e aprendizagem. Richetti(2009) afirma que é perceptível que a automedicação seja um tema social que pode auxiliar o professor de Química no planejamento de atividades pedagógicas contextualizadas. Ensinar conteúdos de Química, relacionados com seu dia-a-dia, tem o potencial de oportunizar ao aluno compreender os fenômenos químicos mais diretamente ligados à sua vida cotidiana.

MATERIAL E MÉTODOS: Para a escolha dos locais da pesquisa, foram escolhidas 3 instituições de condições de trabalho diferentes, abrangendo as áreas públicas (1 Estadual e 1 Federal) e privada (1 Particular). As instituições escolhidas foram às escolas: Colégio Manoel Mangueira (Estadual), Escola Técnica de Saúde do Centro de Formação de Professores de Cajazeiras (Federal), e o Colégio Nossa Senhora de Lourdes (Particular). Todas as instituições localizam-se na cidade de Cajazeiras – PB. Para coletar os dados foi utilizada uma técnica de observação através de um questionário, que continha questões sócio-culturais, voltadas para o conhecimento do tema transversal, que no nosso caso são estudos relacionados à Fitoterapia e Saúde. O estudo começou com a aplicação de um questionário com todos os 110 alunos das turmas, para o levantamento de dados estatísticos e de conhecimentos prévios desses alunos sobre o tema. Foram analisadas as respostas dadas pelos alunos no questionário. Deste total, temos 27 (vinte e sete) alunos no Colégio Manoel Mangueira (Estadual), 45 (quarenta e cinco) alunos do Colégio Nossa Senhora de Lourdes (Particular) e 38 (trinta e oito) alunos na Escola Técnica de Saúde do Centro de Formação de Professores de Cajazeiras (Federal).

RESULTADOS E DISCUSSÃO: Este estudo visa caracterizar o conhecimento prévio dos alunos do Ensino Médio para apresentar alguns conceitos relacionados ao desenvolvimento, produção e cuidado com o uso de medicamentos fitoterápicos. Por intermédio dessa ferramenta didática foi possível obter dos alunos a respostas do assunto em questão. De acordo com a Figura 1. A Figura 1a mostra que 52% dos estudantes da Escola Estadual Manoel Mangueira se automedica e que 48% não. A Figura 1b mostra que na Escola Nossa Senhora de Lourdes 64% praticam a automedicação e apenas 36% não. Já na Figura 1c mostra que na Escola Técnica de Saúde o número se eleva comparado com as outras citadas 82% tomam automedicação e 18% não. Os medicamentos que são mais utilizados dentre os sugeridos pelos alunos pesquisados foram: anti-inflamatórios, analgésicos e antibióticos, presentes em nossas casas. Muitos deles automedicam-se e quase nunca frequentam o médico, de acordo com a Figura 2. A Figura 2a mostra que apenas 22% dos estudantes da Escola Estadual Manoel Mangueira não procuram atendimento médico, e que 78% deles sabe da importância de procurar um médico. Na Figura 2b mostra que 49% dos estudantes da Escola Nossa Senhora de Lourdes não procuram atendimento médico, e 51% procuram. Na Figura 2c mostra que cerca de 42% dos alunos da Escola Técnica de Saúde de Cajazeiras não procuram o médico e 58% procuram. Podemos observar que o alunado da Escola Pública Estadual foi a parcela da população que mais procurou atendimento médico, possivelmente devido as campanhas realizadas junto a suas comunidades ou até mesmo na própria escola. Mudanças nos padrões de automedicação dependem do aumento da educação, projetos e melhoria do acesso aos profissionais da saúde.

Figura 1



Figura 2



CONCLUSÕES: Com este trabalho podemos perceber e comparar os alunos das escolas Pública, Particular e Federal a respeito do conhecimento prévio com relação a Fitoterapia e Saúde. Com os resultados observamos a carência de informações da população estudantil e a necessidade da difusão permanente de conhecimentos consistentes sobre o uso racional de medicamentos. Trazer o nosso cotidiano para a sala de aula, tornando possível a reestruturação da educação e da visão crítica dos alunos no ensino da química, centrado na ligação teórica-prática permitindo a concretização dos conceitos a serem estudados.

AGRADECIMENTOS:

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: AYDOS, M. C. R.; ZUNINO, A. V. Prática de ensino de química – uma experiência educacional dialógica. Quím. Nova, v. 17, n. 2, p. 172-174, 1994.
GANDIDI, Euclides Batista. Fitoterapia e suas aplicações, monografia apresentada a Faculdade Integradas Jacarepaguá – Ferlagogos/FIJ. Cachoeira de Itapemirim-ES, 2007.
RICHETTI, Grasiela Piccoli; FILHO, José de Pinho Alves. Automedicação: Um Tema Social Para O Ensino De Química Na Perspectivada Alfabetização Cientifica E Tecnológica, Alexandria revista de educação em ciência e tecnologia; v-2, n.1, P. 85 – 108, mar. 2009.
SILVA, Petronilo B. da; AGUIAR, Lúcia Helena; MEDEIROS, Cleide Farias. O Papel do Professor na Produção de Medicamentos Fitoterapicos, Química Nova na Escola, v.11, Maio 2000.
TORRES, Patrícia Garcia Vilar. Plantas Medicinais, Aromáticas & Condimentares: Uma abordagem prática para a dia-a-dia. Editora Rígel, Porto Alegre, 2005.