11º Simpósio Brasileiro de Educação Química
Realizado em Teresina/PI, de 28 a 30 de Julho de 2013.
ISBN: 978-85-85905-05-7

TÍTULO: PERSPECTIVAS DOS ALUNOS FORMANDOS DO CURSO DE LICENCIATURA EM QUÍMICA DO INSTITUTO FEDERAL DO PIAUÍ- CAMPUS PICOS- PI SOBRE A DOCÊNCIA NA EDUCAÇÃO BÁSICA.

AUTORES: Coelho, T.L.S. (IFPI) ; Silva, S.R. (IFPI) ; Coelho, F.L. (IFPI) ; Sousa, J.A. (IFPI) ; Piauilino, C.A. (UFPI) ; Passos, M.H.S. (IFPI) ; Macêdo, S.D. (IFPI)

RESUMO: O presente trabalho tem como objetivo identificar as perspectivas dos alunos formandos do Instituto Federal do Piauí- Campus Picos sobre a docência na educação básica. A pesquisa caracteriza-se de cunho qualitativa com base na aplicação de questionários. Os resultados obtidos apontam que uma pequena porcentagem pretende atuar na educação básica, o que resulta na maioria dos entrevistados não possuir o mesmo interesse, afirmando motivos pela não escolha, como baixo salário, falta de valorização profissional e de infraestrutura. Fatores esses que agravam o déficit de profissionais dentro da educação básica.

PALAVRAS CHAVES: Formação de professores; Docência; Educação básica

INTRODUÇÃO: A falta de professores formados em algumas áreas disciplinares dos últimos anos do Ensino Fundamental e Ensino Médio vêm sendo objeto de discussão. O número de jovens interessados em ingressar na carreira de magistério é cada vez menor, e tem-se um grande déficit docente no Ensino Médio, particularmente nas disciplinas de Química, Física, Matemática e Biologia (BRASIL, 2007). A situação mais preocupante é na disciplina de Física, em que apenas um percentual de 9% dos docentes em atuação tem licenciatura na disciplina ministrada. A disciplina de Química não está muito atrás, com 13%. Um estudo da Organização Internacional do Trabalho (OIT) e da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO), apresentado, em Paris, durante as comemorações do Dia Internacional do Professor, realizado em 38 países, entre eles, o Brasil, revelou que um número cada vez menor de jovens está disposto a seguir a carreira do magistério. E uma das principais causas, senão a mais importante foi o baixo salário praticado. A pesquisa mostra ainda que, no Brasil, o salário médio de um professor em início de carreira é um dos mais baixos precisamente, ele é o antepenúltimo da lista dos mais baixos entre os 38 países pesquisados (RUIZ, 2005 p. 8). Diante do exposto acima, em que a docência vem deixando de ser uma opção profissional procurada pelos jovens, o presente trabalho foi desenvolvido visando como principal objetivo a identificação de perspectivas a respeito da docência na educação básica dos alunos formandos do curso de Licenciatura em Química, além de, conhecer os principais fatores da escolha ou não escolha e a determinação da porcentagem de alunos que pretendem seguir na docência dentro da educação básica.

MATERIAL E MÉTODOS: A presente pesquisa trata-se de uma abordagem qualitativa, onde se faz necessário à aplicação de um questionário contendo cinco questões em aberto, para os alunos formandos do oitavo módulo de 2012.2 e do sétimo módulo de 2013.1, totalizando 28 alunos entrevistados do curso de Licenciatura em Química do Instituto Federal do Piauí – Campus Picos.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: Os resultados obtidos foram analisados da seguinte forma. Quando indagados, “Ao concluir o curso de Licenciatura em Química você pretende seguir o quê?”: 16% confessaram seguir a docência; 32% falaram em prestar concurso público para áreas de nível superior fora do campo da docência, 52% responderam que pretendem fazer especialização e posteriormente atuar na educação superior. Aos que escolheram seguir a docência na educação básica, foram questionados os principais motivos para tal escolha, sendo que a maioria declarou gostar da área de atuação (satisfação), reconhecimento profissional, por considerar essa profissão importante para o desenvolvimento do país e por se adequar as suas características. Dos que optaram em não atuar no campo da docência dentro da educação básica podemos destacar as seguintes justificativas: devido ao baixo salário, falta de valorização do profissional por partes dos discentes, dirigentes da escola, governo, sociedade em geral e pela falta de infraestrutura das escolas. Fatores como esses provocam discussões coerentes com Damasceno et al. (2011), quanto à motivação e permanência do professor de química em um mercado pouco promissor em termos salariais. Segundo pesquisa intitulada: Atratividade da Carreira Docente no Brasil (FVC/FCC) , aponta que o principal fator é a baixa remuneração, consequentemente o discurso como, o salário não compensa o desgaste, é notório. A escolha dos alunos pela atuação no ensino superior traz em si uma carga de valorização profissional e salarial. Parte-se da hipótese que existe uma valorização nesse campo de atuação, assim como melhores salários e desenvolvimento da carreira.

CONCLUSÕES: Muitos motivos agravam e diminuem a motivação dos futuros professores em atuar na educação básica, ocasionando o déficit de profissionais na respectiva área. A falta de perspectivas da atuação profissional na docência a respeito da educação básica dos alunos do Instituto Federal do Piauí – Campus Picos está relacionado ao baixo salário e a falta de valorização da profissão levando a alguns desses optaram por seguir alguma especialização e posteriormente atuar na educação de nível superior.

AGRADECIMENTOS: Agradecemos a DEUS e a todos os colabores necessários à realização deste trabalho.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: BRASIL. Escassez de professores no Ensino Médio: propostas estruturais e emergenciais. Relatório produzido pela Comissão Especial instituída para estudar medidas que visem a superar o déficit docente no Ensino Médio (CNE/CEB), maio 2007.
DAMASCENO, D.; GODINHO, M.S.; SOARES, M. H. F. B.; OLIVEIRA, A.E. 2011. A formação dos docentes de química: uma perspectiva multivariada aplicada à rede pública de ensino médio de Goiás. Quim. Nova, Vol. 34, No. 9, 1666-1671.
RUÍZ, Antônio Ibanez e cols. Escassez de professores no ensino médio: soluções emergenciais e estruturais. Membros da câmara de Educação Básica do conselho Nacional de Educação. 2005.
Os resultados do estudo da Fundação Victor Civita.