11º Simpósio Brasileiro de Educação Química
Realizado em Teresina/PI, de 28 a 30 de Julho de 2013.
ISBN: 978-85-85905-05-7

TÍTULO: EVOLUÇÃO DO PERFIL SÓCIO-EDUCATIVO DOS DISCENTES DO CURSO DE LICENCIATURA EM QUÍMICA DO INSTITUTO FEDERAL DE SERGIPE – UM ESTUDO COMPARATIVO.

AUTORES: Vieira, N.N. (IFS) ; Santos, M.F.C. (IFS) ; Lopes, F.L.G. (IFS)

RESUMO: O presente trabalho objetivou realizar um diagnóstico comparativo entre dados do perfil socioeducativo dos discentes da Licenciatura em Química do IFS obtidos por pesquisas anteriores entre o período de 2009-1 a 2010-2 e de uma pesquisa atual entre 2012-2 a 2013-1.Os resultados obtidos evidenciaram que os discentes dos períodos entrevistados apresentam fatores similaridades quanto aos que os fizeram escolher a profissão, participação em programas de iniciação científica e à docência. Destaca-se ainda a diminuição no percentual de discentes que não pretendem lecionar em relação ao primeiro período. No entanto, faz-se necessário continuar com medidas educacionais a fim de que o curso continue sendo uma opção viável.

PALAVRAS CHAVES: licenciatura em química; perfil sócio-econômico; estudo comparativo

INTRODUÇÃO: Nos últimos anos a educação superior passou a se tornar o caminho central para se ascender socialmente, fazendo com que a busca por um curso superior aumentasse substancialmente. Esta busca fez com que o governo federal passasse a se preocupar com os indicadores relacionados a esta temática, sobretudo em relação aos jovens. Esta preocupação representa então um avanço na educação superior no país, quando se observa que segundo Schwartzman (2005), há 50 anos, possuía-se uma quantia inferior a 2% destes jovens matriculados na educação superior, e 10 anos depois, este índice mais que dobrou, alcançando 5,2%. Também foram criados centenas de Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia que deverão ofertar educação básica, principalmente em cursos de ensino médio integrado à educação profissional técnica de nível médio; ensino técnico em geral; graduações tecnológicas, bacharelado e licenciatura, sobretudo nas áreas de ciências e matemática. Conforme dados de Pinto, et al. (2009), há um baixo percentual de professores com formação inicial específica na disciplina que lecionam. A situação da disciplina química é preocupante, pois o percentual é de apenas 13%.O presente trabalho objetivou realizar um diagnóstico comparativo entre dados do perfil socioeducativo dos discentes da Licenciatura em Química do IFS obtidos por pesquisas anteriores entre o período de 2009-1 a 2010-2 e de uma pesquisa atual entre 2012-2 a 2013-1, de forma a identificar mudanças e suas principais necessidades na tentativa de minimizar a taxa de evasão.

MATERIAL E MÉTODOS: O projeto foi conduzido como uma pesquisa exploratória através de análise qualitativa e quantitativa quantos aos fins e de campo quanto aos meios de acordo com Vergara (2003). A coleta de dados de todas as informações necessárias ao desenvolvimento do projeto foi baseada em Yin (2005) que afirma que os dados podem vir de diversas fontes: documentos, registros em arquivos, entrevistas, observações direta e participante. Os resultados foram coletados através de questionários aplicados aos discentes dos sete períodos da Licenciatura em Química do IFS (2012-2 a 2013-1), além dos dados obtidos em questionários anteriormente aplicados as quatro turmas em vigor no período de 2009-1 a 2010-2. Do total da população discente regularmente matriculada até 2012-2, em torno de 93% responderam ao questionário. O questionário foi estruturado na forma de respostas diretas a perguntas relacionadas a indicações sobre dados pessoais do aluno, vida escolar, infraestrutura do curso, motivação para o estudo da química, suas dificuldades educativas e aspirações profissionais.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: O curso de Licenciatura em química do IFS continua sendo representado por uma maioria do sexo feminino(73,33%), com idade inferior a 24 anos(39,34%). Bem mais da metade dos discentes são naturais de Aracaju (80,85%), não exercem atividade remunerada(59,02%)e possuem renda familiar maior que dois salários mínimos (38%). Em comparação com os dados anteriores, a percepção dos discentes em relação aos aspectos curriculares do seu curso permitiu concluir que a sua matriz curricular continua satisfatória. Quanto ao plano de curso, no período de 2009-1 a 2010-2 mais da metade dos discentes (64%) desconheciam a existência de seu plano de curso. Já em 2012-2 a 2013-1 ocorreu uma relativa diminuição(54,10%). Sobre os fatores que contribuíram para os discentes escolherem o referido curso destaca-se a afinidade com a área(60%) e vocação para ser professor(23%). Um comparativo entre os dados anteriores 61% pretendiam lecionar no Ensino Médio, nos dados atuais essa porcentagem subiu para 72,13%; anteriormente 12% responderam que não pretendiam lecionar, hoje essa média baixou para 9,84% evidenciando um maior interesse pela licenciatura.Também foi questionado aos discentes (no período de 2012/2 a 2013/1) qual a sua forma de ingresso no curso de licenciatura em química do IFS, pouco mais da metade dos discentes ingressaram no curso através do vestibular convencional da instituição (51%), mas um número significativo utilizou o SISU como uma porta para a vida acadêmica (46%). Aos que optaram pelo SISU, foi questionado se a licenciatura em química foi a sua primeira opção de curso, 83,33% o que permite concluir que o curso está tendo significativa valorização da sociedade. Verificou-se que mais de 27% dos discentes participam de programas de iniciação científica ou iniciação à docência.

CONCLUSÕES: Os resultados evidenciaram que os discentes dos períodos entrevistados apresentam fatores similaridades quanto aos que fizeram escolher a profissão. Participação em programas de iniciação científica e à docência tem contribuído para a formação científica e pedagógica dos mesmos. Destaca-se ainda a diminuição no percentual dos que não pretendem lecionar em relação ao primeiro período. No entanto, faz-se necessário continuar com medidas educacionais a fim de que o curso continue sendo uma opção viável e, principalmente exerça seu papel de formador de professores de química, área tão escassa.

AGRADECIMENTOS: Ao programa PIBIC/FAPITEC pela concessão da bolsa de iniciação científica.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: SCHWARTZMAN, S. A sociedade do conhecimento e a educação tecnológica. São Paulo: Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial – SENAI. Jan, 2005.

PINTO, A. C.; ZUCCO, C.; ANDRADE, J. B.; VIEIRA. Recursos Humanos para Novos Cenários. Quim Nova, Vol 32, Nº3, 567-570, 2009.

VERGARA, S. C. Projetos e relatórios de pesquisa em administração. São Paulo: Atlas, 2003.

YIN, R. K. Estudo de Caso: planejamento e métodos. Tradução de Daniel Grassi. 3ª ed. Porto Alegre: Bookman, 2005.