11º Simpósio Brasileiro de Educação Química
Realizado em Teresina/PI, de 28 a 30 de Julho de 2013.
ISBN: 978-85-85905-05-7

TÍTULO: Abordagem Interdisciplinar no Ensino de Química nas Escolas: Melhorias no Processo de Ensino e Aprendizado

AUTORES: Oliveira, I. (IFPB-JP) ; Júnior, L. (IFPB-JP) ; Sanches, F. (IFPB-JP) ; Lima, E. (IFPB-JP) ; Muniz, M. (IFPB-JP)

RESUMO: O trabalho tem como objetivo ressaltar a importância da contextualização e interdisciplinaridade do ensino de química nas escolas para a formação e educação de jovens do ensino médio e mostrar os resultados obtidos com a experiência. Com uma abordagem interdisciplinar em química, geografia e biologia, o projeto reflete uma prática vivida com alunos do 1º ano do Ensino Médio de uma escola pública, mostrando que é possível e viável trabalhar o desenvolvimento interpessoal dos discentes por meio de situações que os levem a pensar e refletir. Dessa forma, o projeto prova ser eficaz na transmissão de conhecimento e significante para o desenvolvimento do aprendizado em sala de aula.

PALAVRAS CHAVES: educação; aprendizado em química; interdisciplinaridade

INTRODUÇÃO: Sabemos que o ensino de ciências nas escolas não vem sendo abordado de forma interdisciplinar, não oferecendo ao aluno uma visão ampla desse universo. A principal dificuldade de um projeto é situá-los sobre o que é a interdisciplinaridade e como observar a disciplina por esse ângulo. Um ponto importante para o processo de aprendizagem é saber ouvir e escutar para que se haja um entendimento. Abandonar o caráter autoritário de transmissor de sabedoria para transformar-se em um educador e para favorecer uma discussão, também o professor precisa ouvir para que entre em compatibilidade com o pensamento de um aluno. Esse diálogo permite a interação e aceitação de diversos conhecimentos“...é escutando que aprendemos a falar com ele. Somente quem escuta paciente e criticamente o outro, fala com ele, mesmo que, em certas condições, precise falar a ele” (FREIRE, 1997). O discente precisa ser respeitado sobre os seus saberes, logo, ouvi-los é a melhor forma de compreendê-los e orienta-los a uma direção correta, proporcionando-os o verdadeiro conhecimento através da sua própria capacidade de entendimento. A interdisciplinaridade atua como um método auxiliar no aprendizado que vem se tornando cada vez mais frequente nos discursos e práticas de professores em sala de aula. Tem o objetivo de tornar possível e próxima a interação entre disciplinas com características heterogêneas por meio de temas que viabilizem a relação e promovam um diálogo entre elas. “A interdisciplinaridade visa garantir a construção de um conhecimento globalizante, rompendo com os limites das disciplinas”(CARLOS, 2010). Esse método deve assegurar a elaboração de um conhecimento significante que os permitam ir além das fronteiras da disciplina.

MATERIAL E MÉTODOS: O trabalho foi desenvolvido em uma escola pública da cidade de João Pessoa - Paraíba e os estudantes em questão fazem parte de uma turma de 1º ano do Ensino Médio. A sondagem no nível de conhecimento da turma levou cerca de duas semanas para ser concluída e nos permitiu planejar atividades de acordo com a capacidade de cada um ao mesmo tempo em que preparávamos atividade com função desafiadora. Situa-los sobre o que é a interdisciplinaridade foi primordial para seguir com o projeto que se deu forma simultânea entre as disciplinas de química, biologia e geografia com abordagem interdisciplinar. Os conceitos estabelecidos para o projeto foram: sais, pH, elementos da tabela periódica e as funções dos elementos presentes no corpo humano analogamente ao estudo de solos da região nordestina e suas necessidades em posicionamento à qualidade de alimentos. Com um cronograma de atividades estabelecido em uma aula por semana durante um mês, foi possível trabalhar e desenvolver o tema com facilidade e agilidade. O tema “A Química dos Solos”, escolhido pelos próprios alunos, possui diversas abrangências e tornou possível a divisão do tema entre a turma de forma que os grupos puderam dedicar-se a um subtema específico, todos eles com abordagens interdisciplinares. Os alunos expuseram os seus conhecimentos básicos sobre o tema de estudo e todos puderam participar ativamente das discussões geradas a cerca de problemas como: por que alguns solos são mais produtivos que outros? O que causa carências de nutrientes nos solos? Rotatividade e Qualidade de alimentos. A tarefa de aprofundar o conhecimento para fazer um novo debate mais elevado permitiu a construção de um conhecimento mais sólido, a confecção de maquetes, criação de paródias musicais e trabalhos escritos.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: Após um mês de pesquisas, diálogos e busca de compreensão, cada grupo expressou- se de forma que ficasse muito clara a relação existente entre as disciplinas. A química foi tratada dentro do contexto de solos e alimentos com suas devidas funções no corpo. A explicação para os conceitos de Sais, Ácidos, Bases, Matéria, Elementos da Tabela e pH seguiram análogos ao estudo de solos da região Nordeste e suas propriedades e alimentos e suas funções dentro do corpo humano. Desse modo, as atividades foram cumpridas dentro do prazo estabelecido. Ao final, houve uma apresentação de seminários, exposição de maquetes com amostras de diferentes solos e exposição de frutas e legumes mais produzidos na região Nordeste e a apresentação de suas versões musicais, tornando o ambiente muito interativo, saudável e dinâmico. Os alunos usufruíram de orientação para o andamento das atividades e cada grupo foi capaz de trabalhar em conjunto para a finalização, assim, os conceitos de químicas análogos à geografia e biologia foram compreendidos de maneira eficaz. A intervenção desse processo de ensino-aprendizagem resgatou o desejo de aprender do educando e a parceria com os professores possibilitou a comunicação entre as disciplinas de modo que o desempenho escolar pudesse ser favorável como também a disponibilidade dos orientadores para compreender e interpretar as dúvidas dos educando determinaram o sucesso do projeto em questão.

CONCLUSÕES: É animador ver como a proposta de um projeto interdisciplinar pode promover tanta motivação nos alunos, assim como também ao professor. Os resultados dessa jornada foram correspondentes às expectativas e mostra que os alunos são capazes de se organizar e realizar bons trabalhos em grupo. O projeto prova ser uma grande oportunidade a qual os alunos podem trabalhar suas responsabilidades, estimulando o aprendizado por meio de atividade que proporcionem o melhor aproveitamento do conteúdo, tornando-o assim, mais atrativo. Pode-se dizer que é um método eficaz de educação em química.

AGRADECIMENTOS: Agradeço à professora Márcia de Lourdes e Hernanes pela oportunidade de trabalhar com a turma do Ensino Médio, pelo apoio e disponibilidade.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais. Brasília: MEC/SEF, 1998.
______. Ministério da Educação (MEC), Secretaria da Educação Básica (SEB), Câmara de Educação Básica. Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Médio. Brasília: MEC/SEB, 1998.
______. Ministério da Educação (MEC), Secretaria da Educação Básica (SEB), Departamento de Políticas de Ensino Médio. Ciências da natureza, matemática e suas tecnologias, Orientações Curriculares de Ensino Médio. Volume 2. Brasília: MEC/SEB, 2006.
CARLOS, Jairo Gonçalves. Interdisciplinaridade no Ensino Médio: desafios e potencialidades. 2010.
DELORS, Jacques (Coord.). Tradutor: José Carlos Eufrázio. Educação: um tesouro a descobrir. São Paulo: Cortez/1998
FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia - Saberes necessários à prática educativa. São Paulo, Brasil: Paz e Terra (Coleção Leitura), 1997. Edição de bolso.
KROTH, Lídia Maria. Psicopedagogia On Line. Competências e Atribuições do Orientador Educacional. 2008. Disponível em: http://www.psicopedagogia.com.br/artigos/artigo.asp?entrID=1072. Acesso em 30 Abr 2013.
SAVIANI, Dermeval. Escola e Democracia. 4ª Edição. Teorias da Educação, Curvatura da Vara e Onze Teses sobre Educação e Política. Polêmicas do Nosso Tempo. 5 Coleção. 2000.