11º Simpósio Brasileiro de Educação Química
Realizado em Teresina/PI, de 28 a 30 de Julho de 2013.
ISBN: 978-85-85905-05-7

TÍTULO: PARTICIPAÇÃO DE ALUNOS DE UMA ESCOLA DA REDE PÚBLICA DE ALAGOAS NO ENEM

AUTORES: Santos, E.B.R. (IFAL) ; Santos, S.L.L. (IFAL) ; Cerqueira, G.W.S. (IFAL) ; Araújo, J.P.A. (IFAL) ; Freitas, A.F.S. (IFAL) ; Lira, F.L.C. (SEE) ; Freitas, J.D. (IFAL) ; Freitas, A.J.D. (IFAL)

RESUMO: Esse trabalho foi desenvolvido por bolsistas do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (PIBID) do curso de Licenciatura em Química do Instituto Federal de Alagoas (IFAL) e teve objetivo de averiguar o interesse dos estudantes dos 3º anos do ensino médio em prestar o Exame Nacional do Ensino Médio – ENEM e as principais dificuldades encontradas por esses alunos durante as provas. Os levantamentos foram realizados após discussões, entrevistas e aplicação de questionários junto aos estudantes. Concluindo-se, que mesmo diante de um ensino voltado para o Enem, os discentes não se sentem motivados para participar do exame.

PALAVRAS CHAVES: ENEM; Escola Pública; Ensino.

INTRODUÇÃO: A Lei de Diretrizes e Bases da Educação de 1996 consagrou o ensino médio como educação básica. O ensino médio com duração mínima de três anos possui, conforme o artigo 35 da LDB, a finalidade de consolidação e aprofundamento dos conhecimentos adquiridos no ensino fundamental, possibilitando o prosseguimento de estudos; de preparação básica para o trabalho; de formação ética, de desenvolvimento da autonomia intelectual e do pensamento crítico do educando; de compreensão dos fundamentos científico-tecnológicos dos processos produtivos. Criado em 1998, o Exame Nacional do Ensino Médio–ENEM tem o objetivo de avaliar o desempenho do estudante ao fim da escolaridade básica. A prova é realizada pelo Ministério da Educação. Para Teixeira (2007), a avaliação em larga escala firmou-se recentemente no Brasil como componente importante do monitoramento da educação básica e superior, propondo-se não só à aferição da qualidade dos resultados de ambas como à indução da qualificação pretendida para os sistemas e as instituições de ensino. Os indicadores de qualidade da educação no Brasil, advindos das atuais políticas públicas de avaliação, têm se centrado nos resultados dos exames nacionais. Para BANDIOLI (2004), os indicadores não são, portanto, padrões, isto é, normas impostas do alto, às quais devemos nos adequar. Não representam, nem mesmo, um “valor médio” de exequibilidade de aspectos da qualidade. O objetivo do PIBID foi averiguar se o ensino, que hoje, é voltado para o Enem está realmente satisfazendo as necessidades destes alunos, dando suporte e desmistificando seus medos em relação à “disputa” de vagas com alunos de escolas particulares e de diferentes classes sociais, motivando-os a participar do exame, já que para grande maioria é a única forma de acesso à universidade.

MATERIAL E MÉTODOS: A fim de saber a visão dos jovens a respeito do ENEM, a equipe do PIBID – Química que atua na Escola Estadual Dr. José Maria Correia das Neves, realizou entrevistas e aplicação de questionário para todos os alunos do 3º ano do ensino médio. O questionário continha dez perguntas sobre o Exame Nacional do Ensino Médio, sobre as principais dificuldades encontradas pelos alunos, qual a área de sua preferencia (exatas, saúde e humanas) e os principais motivos que levam a escolha da profissão. Após esses dois momentos, entrevista e aplicação de questionário, conseguimos levantar dados que nos ajudaram a entender a importância e a atuação dos alunos da referida escola neste exame.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: Atualmente o ENEM faz parte da seleção da maioria das Universidades e Institutos Federais e Faculdades Particulares, gerando assim uma grande participação dos alunos nos cursos superiores. Pensando nisto, levantamos dados através de entrevista com trinta e sete alunos, dentre os quais, vinte e quatro do sexo feminino e treze do sexo masculino, numa faixa etária de 17 a 20 anos. No gráfico 1 é possível observar a área de atuação mais procurada e que tem despertado maior interesse dos alunos. Quase metade dos alunos que participaram do ENEM no ano de 2012 buscaram a área da saúde, considerando ser uma área muito boa para atuar. No entanto, as respostas mais surpreendentes foram os interesses dos alunos pela área das exatas, mesmo sabendo que é escassa a presença de professores nas escolas públicas. E por último as participações dos estudantes visualizadas fazem parte da área das humanas, diversificando seus conhecimentos de acordo com a cultura presente, ou seja, busca estudar a História, a Língua Portuguesa e etc. Visualizamos que para cada área que os alunos escolheram tinha um motivo para influenciá-los na participação no processo seletivo do ENEM. O gráfico 2, apresenta os principais motivos que levaram os alunos na escolha dos cursos para graduação.Nesta pesquisa constatamos que 81% dos alunos se consideram preparados para fazer o exame, contra 19% que afirmam que não. Então, é possível refletir sobre as reais condições do ensino público, o suporte e a estrutura que vem sendo ofertada aos alunos.A falta de investimentos é tanta que a defasagem da educação estadual, pode ser percebida por meio de um simples questionamento a respeito da preparação para o ENEM. Diante de tais respostas e apesar das dificuldades é perceptível o otimismo dos alunos em relação à educação.

Gráfico 1:

Participação no ENEM por área de atuação

Gráfico 2:

Influência na hora da escolha

CONCLUSÕES: A educação é um direito fundamental e essencial de todo ser humano. O ensino oferecido nas escolas públicas brasileiras além de defasado apresenta má qualidade, ocasionando baixo rendimento dos alunos, o que pode ser constatado através do desempenho dos estudantes no ENEM. A falta de estrutura faz com que os alunos se sintam despreparados em relação aos alunos de escolas particulares, deixando os mesmo cada vez mais desmotivados. Para que esse quadro mude, é necessário maior investimento na educação do país, melhoria estrutural das escolas, reconhecimento e valorização da profissão docente.

AGRADECIMENTOS: Instituto Federal de Alagoas - IFAL; CAPES e Secretaria de Educação do Estado de Alagoas (SEE).

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: ENEM, disponível: http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=183&Itemid=310. Acesso em: 16 de mai. de 2013.
BONDIOLI, A. O projeto pedagógico da creche e a sua avaliação: a qualidade negociada. Campinas: Autores Associados, 2004.
TEIXEIRA, Dirce Nei. A avaliação da educação básica no Brasil. Campinas, SP: Autores Associados, 2007.
BRASIL, Ministério da Educação. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996.