11º Simpósio Brasileiro de Educação Química
Realizado em Teresina/PI, de 28 a 30 de Julho de 2013.
ISBN: 978-85-85905-05-7

TÍTULO: METODOLOGIA ALTERNATIVA E SUSTENTÁVEL PARA CONTEXTUALIZAR O ESTUDO DOS POLÍMEROS

AUTORES: Souza, V. (IFS-INSTITUTO FEDERAL DE SERGIPE) ; Menezes, L. (IFS-INSTITUTO FEDERAL DE SERGIPE) ; Lopes, F. (IFS-INSTITUTO FEDERAL DE SERGIPE) ; Melo, R. (IFS-INSTITUTO FEDERAL DE SERGIPE)

RESUMO: Uma das propostas pedagógicas para melhorar o processo de ensino e aprendizagem do conteúdo proposto pelo educador ao aluno é a utilização de metodologias alternativas. Objetivou-se aplicar essas metodologias no estudo dos polímeros abordando a problemática do lixo urbano a partir de contextualização com atividades lúdicas para que os alunos se tornassem íntimos do objeto de conhecimento. Foi apresentada, em mostra científica realizada na própria escola, uma exposição de artesanatos feitos a partir de embalagens plásticas coletadas pelos alunos e desenvolvido o jogo lúdico “boliche químico” a partir dos materiais anteriormente coletados. O projeto favoreceu a interação entre os alunos e a comunidade no entorno da escola estimulando uma forma dinâmica de aprendizagem.

PALAVRAS CHAVES: aprendizagem; sustentabilidade; polímeros

INTRODUÇÃO: Para que o ensino de química contribua para a formação de cidadãos críticos e ativos frente aos problemas da sociedade é necessário que os alunos compreendam as relações existentes entre os conceitos químicos e o seu cotidiano (Santos, 2003). O tema polímeros constitui um dos assuntos exigidos nos programas de ensino de química, sendo de costume a centralização em uma metodologia tradicional sem a relação com o dia-dia. De maneira geral, os jogos são um importante recurso para as aulas de química, no sentido de servir como um reabilitador da aprendizagem mediante a experiência e a atividade dos estudantes. Além disso, permitem experiências importantes não só no campo do conhecimento, mas desenvolvem diferentes habilidades especialmente também no campo afetivo e social do estudante (Cunha, 2004). O trabalho propôs uma metodologia alternativa para o ensino dos polímeros abordando a problemática da disposição do lixo urbano a partir de atividades lúdicas, como a reciclagem de materiais e o desenvolvimento de jogos.

MATERIAL E MÉTODOS: O projeto foi executado com a participação de 20 alunos do ensino médio do Colégio Estadual Presidente Costa e Silva na cidade de Aracaju-SE. A contextualização e desenvolvimento do tema polímeros foi realizado em paralelo ao tema reciclagem mediante aulas expositivas, utilização de textos e slides. Foi realizada uma coleta seletiva de materiais plásticos de composições químicas diferentes de forma a se ter a maior variedade de tipos de polímeros. Esse trabalho de campo teve a duração de dois dias. Os materiais recolhidos foram higienizados e os alunos confeccionaram objetos artesanais transformando lixo urbano em peças funcionais e decorativas, tais como: bebedouro, cofrinho, vasinho de planta, porta-treco, porta-jóias, boneco e enfeites de parede. Todos os objetos foram idealizados pelos alunos, tendo como base uma pesquisa realizada sobre a reciclagem criativa. Realizou-se uma panfletagem ecológica de caráter informativo na comunidade escolar, utilizando folder impresso em papel totalmente reciclado. Posteriormente, foi elaborado o jogo “boliche químico” a partir dos materiais plásticos anteriormente coletados. Utilizou-se 21 garrafas PET em substituição aos pinos do boliche. Em cada garrafa foram anexadas três perguntas com diferentes níveis de dificuldade. As regras do jogo foram propostas em conjunto com os alunos. A dinâmica do jogo, que objetivava derrubar o maior número de garrafas e pontuar com respostas corretas, incluía obstáculos como perder uma rodada, perder pontos e pagar prendas. Por fim, foi aplicado aos alunos um questionário de avaliação sobre a utilização das propostas didáticas utilizadas em sala de aula.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: A discussão do texto “Você sabe o significado dos símbolos presentes nas embalagens?”, apresentou um contexto social e possibilitou aos alunos conhecerem a natureza química dos plásticos através da sua contextualização. Utilizando o texto, foi elaborada uma apresentação pelos próprios alunos com o intuito de atingir um público alvo sem embasamento científico e, em seguida, realizou-se o jogo do “boliche químico”. Verificou-se o envolvimento e entusiasmo de todos os alunos com a realização do jogo. A Figura 1 apresenta os resultados das opiniões dos discentes sobre as atividades realizadas. 53% Questionados sobre os aspectos positivos e negativos do “boliche químico”, 46% afirmaram que foi divertido aprender jogando e 27% apontaram a interação com os colegas como fator motivacional, no entanto, 53% apontaram que a desorganização das equipes adversárias e a derrota no jogo foram pontos que incomodaram. Isto mostra que a competitividade e a inexperiência em aceitar derrotas são aspectos que devem ser discutidos antes, durante e depois de atividades lúdicas. A figura 2 apresenta a exposição dos artesanatos na mostra científica da escola. Ressalta-se que este evento contou com a participação dos pais dos alunos, além da comunidade externa. Verificou-se um envolvimento total dos discentes participantes do projeto. A proposta dessas práticas educativas, além de desvincular as aulas tradicionais, serviu como suporte para avaliar o resultado da abordagem do assunto de polímeros.

Figura 1

Opinião dos discentes sobre as atividades didáticas

Figura 2

Participantes do projeto com seus respectivos artesanatos em mostra científica na escola

CONCLUSÕES: O resultado geral foi satisfatório, pois notou-se uma interação dos alunos com a comunidade. Ocorreu um estímulo à tomada de decisões de ideias e uma promoção do saberes químico; promoveu o debate e a comunicação em sala de aula. Durante as atividades, percebeu-se uma visível melhora no aspecto disciplinar, com envolvimento maior entre alunos e docente, havendo divertimento, construção do conhecimento e fortificação do trabalho em equipe e dos laços afetivos. Concluiu- se que os resultados das atividades realizadas foram amplamente concordantes com a metodologia proposta.

AGRADECIMENTOS: Agradecemos a capes pela concessão de bolsas, ao apoio e dedicação dos alunos do Colégio presidente Costa e Silva.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: CUNHA,M. B, Jogos no Ensino de Química: Considerações Teóricas para sua Utilização em Sala de Aula; Química Nova na Escola, Vol. 34, N° 2, p. 92-98, MAIO 2012
SANTOS, W. L. P.; SCHNETZLER, R. P. Educação em Química: Compromisso com a cidadania. 3. ed. Ijuí: Unijuí, 2003.