11º Simpósio Brasileiro de Educação Química
Realizado em Teresina/PI, de 28 a 30 de Julho de 2013.
ISBN: 978-85-85905-05-7

TÍTULO: A TEORIA COMPORTAMENTAL DA MOTIVAÇÃO À APRENDIZAGEM E SUA CORRELAÇÃO COM O ENSINO DE QUÍMICA

AUTORES: Sobral, J.A.S. (IF SERTÃO-PE) ; Figueiroa, J.A. (IF SERTÃO-PE) ; Souza, J.M. (IF SERTÃO-PE) ; Silva, H.C. (IF SERTÃO-PE) ; Albuquerque, P.D.B.M.C. (IF SERTÃO-PE)

RESUMO: O presente trabalho destaca a falta de motivação dos alunos, comportamento este, que vem comprometendo o ensino-aprendizagem na disciplina de Química. Para auxiliar os discentes a obterem habilidades essenciais na referida disciplina, este trabalho fundamentou-se em estudos aprofundados através de relevantes pesquisas bibliográficas que nortearam as estratégias desenvolvidas. Como metodologia, foram utilizadas cédulas representativas de pontuação e que ao final das unidades se convertiam em notas. Este incentivo motivacional propiciou uma evolução no rendimento escolar, elevando a participação dos discentes e proporcionando assim, o aumento nas notas da turma.

PALAVRAS CHAVES: Aprendizagem; Motivação; Química

INTRODUÇÃO: A educação se faz presente em todos os momentos da vida humana, os processos de ensino e aprendizagem são repletos de desafios aparentes. O aprendizado adequadamente organizado resulta em desenvolvimento mental e põe em movimento vários processos de desenvolvimento que de outra forma, seriam impossíveis de acontecer (VIGOTSKY, 1987), logo, existem fatores que possibilitam a aprendizagem, algo além da capacidade cognitiva, embora esta também seja essencial. Um dos fatores determinantes para a aprendizagem é a motivação. Como conseguinte, a motivação é o conjunto de mecanismos biológicos e psicológicos que possibilitam o desencadear da ação, da orientação, [...] da intensidade e da persistência. (LIEURY & FENOUILLET, 2000). Como resultante da influência que a motivação incide na aprendizagem, disciplinas que não dispõem de diferenciais atrativos ou possuem conceitos complexos, como é o caso da Química, terminam sendo postas em segundo plano pelo discente. Assim, é necessário um estímulo para propulsionar a aprendizagem. O objetivo deste trabalho é averiguar, através do estímulo à motivação, como atuar para auxiliar o discente a obter habilidades essenciais no campo de conhecimento da Química e assegurar a aprendizagem de conceitos dessa disciplina. O tema abordado é importante e promissor, pois embora o ser humano seja dotado de vontade, também pode ser vulnerável aos estímulos que alteram o seu comportamento. Então, o estudo da teoria comportamental pode auxiliar o ensino de Química.

MATERIAL E MÉTODOS: O presente trabalho destaca um dos principais problemas que os professores enfrentam em sala de aula: a falta de motivação por parte do discente na disciplina de Química. Segundo Bernardelli (2004), o ensino da Química seria bem mais simples e agradável se fossem abandonadas as metodologias ultrapassadas muito utilizadas no ensino tradicional e se investissem mais nos procedimentos didáticos alternativos. Nessa perspectiva, este projeto foi alicerçado em pesquisas bibliográficas, no envolvimento do aluno e em metodologias que motivassem a aprendizagem dessa ciência como disciplina escolar. Os materiais utilizados para a realização das atividades foram: livros, computador, toner para impressora, pincel atômico e folhas A4. Como metodologia, foram confeccionadas cédulas que representavam os elementos químicos Hidrogênio, Hélio e Lítio, que valiam, respectivamente, um, dois e três pontos. Houve um monitoramento para que não existissem trocas, e o valor limite de cédulas por participante somava um total de quatro pontos, sendo as avaliações das unidades ponderadas para não interferir no processo avaliativo aplicado pela instituição. O projeto foi vivenciado em uma turma do primeiro ano do Ensino Médio Integrado ofertado pela rede pública de educação. Ao fim das unidades, as cédulas eram convertidas em pontuações e consequentemente em notas.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: Em conformidade com a análise dos resultados, pôde-se constatar que ao estimular a motivação do discente por meio da metodologia, gerava uma mudança comportamental perceptível entre os alunos que participaram do projeto, principalmente no que diz respeito à participação do educando perante as atividades impostas na disciplina de Química. Segundo Piaget (1983 apud GODOI et al., 2011), a psicologia humana tem dois aspectos: cognição (conhecimento) e motivação (pulsão). Deste modo, a motivação tornou-se catalisador fundamental da aprendizagem e foi corroborada ao comparar as notas do primeiro semestre com as notas do segundo semestre, conforme os dados apresentados no quadro que segue. O rendimento escolar da maioria dos alunos na primeira e segunda unidade ficou distribuído entre as notas de 2,1 e 6,0, resultando assim, uma média aritmética de 4,5. Já na terceira e quarta unidade, a maioria das notas obtidas se distribuiu entre 2,1 e 8,0 e, além disso, houve alunos que obtiveram 10,0 em determinadas avaliações; algo que ainda não havia ocorrido na turma, gerando então, a média aritmética nesse período em 5,0. Ao se observar as duas médias aritméticas, percebeu-se que houve 0,5 de aumento no rendimento da turma, logo se relaciona que, condutas extremamente complexas podem ser alcançadas através de passos sucessivos no processo de configuração, sendo modificadas progressivamente com a realização de reforço, no sentido do comportamento desejado (SKINNER, 1954), confirmando então, que a motivação é um fator crucial no processo de ensino e aprendizagem.

Notas obtidas pelos alunos:

Rendimento escolar dos alunos do primeiro ensino médio integrado correspondente à primeira, segunda, terceira e quarta unidade.

CONCLUSÕES: O incentivo motivacional aos alunos propiciou uma evolução no rendimento escolar da turma, em suma, a teoria comportamental da motivação conciliada com o ensino de Química, além de reforçar o estímulo à participação nas atividades, proporcionou um aumento de meio ponto na média aritmética geral, um valor significativo. Embora a nota de determinados alunos tenha ficado abaixo da média, o projeto demonstrou êxito no processo de construção do conhecimento, portanto, se torna indispensável a busca de ferramentas didático-pedagógicas para a efetivação de uma educação de qualidade.

AGRADECIMENTOS: Agradecemos a CAPES, ao PIBID, ao IF Sertão-PE Campus Floresta e aos colegas Heberton E. O. Silva, Raí M. S. Santos, Valdinei S. Silva e Nicanor S. Filho.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: BERNARDELLI, M. S. Encantar para ensinar – um procedimento alternativo para o ensino da química. In: Convenção Brasil Latino América, Congresso Brasileiro e encontro paranaense de psicoterapias corporais. Foz do Iguaçu, 2004.
GODOI, C. K.; FREITAS, S. M. F.; CARVALHO, T. B. Motivação na aprendizagem organizacional: construindo as categorias afetiva, cognitiva e social. RAM, Rev. Adm. Mackenzie (Online) vol. 12 n.º 2 São Paulo, 2011. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1678-69712011000200003&script=sci_arttext. Acesso em: 31/05/2013 às 18h58min.
LIEURY, A. & FENOUILLET, F. (2000). Motivação e aproveitamento escolar. Tradução de Y. M. C. T. Silva. São Paulo: Loyola. (trabalho originalmente publicado em 1996). Pág. 9.
PIAGET, J. Problemas de epistemologia genética. São Paulo: Abril Cultural, 1983.
SKINNER, B. F. The science of learning and the art of teaching. In: Harvard Educational review. Vol. XXIV, (2), 1954. Pág. 26 - 27.
VIGOTSKY, L. S. Pensamento e Linguagem. São Paulo, Martins Fontes, 1987. Pág. 101.