11º Simpósio Brasileiro de Educação Química
Realizado em Teresina/PI, de 28 a 30 de Julho de 2013.
ISBN: 978-85-85905-05-7

TÍTULO: Um relato de experiência: trabalhando ligações covalentes em uma turma regular com uma aluna deficiente visual total

AUTORES: Ramos, G.C. (UFPA) ; Watanabe, L.A. (UFPA) ; Silva, A.D.L. (UEPA) ; Moura, S.R. (UEPA) ; Freitas, A.M.L. (UEPA)

RESUMO: Os alunos com deficiência visual total têm uma grande dificuldade principalmente quando se trata das disciplinas de química, física e biologia onde existem muitos modelos, esquemas e gráficos. Nesse caso cabe aos professores desempenhar seu papel de mediadores do conhecimento e adaptarem uma metodologia para facilitar a aprendizagem desses alunos.

PALAVRAS CHAVES: deficiência visual total; metodologia; aprendizagem

INTRODUÇÃO: Mesmo com o processo de inclusão a maioria dos professores quando entram nas salas de aula e se deparam com alunos especiais eles ficam logo apreensivos. A deficiência visual total atinge 160 mil pessoas de acordo com o censo realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2000). A nova realidade brasileira de inclusão de pessoas com necessidades especiais no ensino regular põe à mostra o despreparo dos professores e a falta de incentivo político para planejar e colocar em prática metodologias de ensino e preparação de materiais pedagógicos, para que se possa ter de fato um ensino inclusivo (Bertalli, 2008). A dificuldade dos professores, especialmente de química, é a falta de preparo na sua formação para lidar com essa realidade que ocasiona dificuldades na metodologia de ensino, não obtendo aprendizagens significativas em química (BOTERO, SANTOS e BARBOSA, 2011). Os esforços de professores para atender a esses alunos tornam-se ainda mais árduo quando se têm poucos estudos e materiais publicados sobre o tema. Assim, o objetivo desse trabalho foi relatar uma experiência vivida na Escola de Ensino Fundamental e Médio Instituto Santa Teresinha em Bragança no Estado do Pará, trabalhando ligações covalentes em uma turma regular com uma aluna deficiente visual total.

MATERIAL E MÉTODOS: Foi ministrada uma aula com o tema: ligações covalentes, em uma turma do primeiro ano do ensino médio da Escola de Ensino Fundamental e Médio Instituto Santa Teresinha em Bragança no Estado do Pará. Nessa turma há uma aluna com deficiência visual total então a partir dessa realidade desenvolvemos um material para facilitar o ensino e possibilitar a aprendizagem do conteúdo. Construímos os modelos dos orbitais atômicos de EVA para que a aluna pudesse acompanhar os locais aonde as ligações iriam se formar e as interações que seriam possíveis, possibilitando assim aprendizagem do conteúdo. Logo após os alunos responderam uma exercício e assim o método foi avaliado.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: Para o professor, um dos fazeres mais importante de sua atuação pedagógica está em elaborar o desenvolvimento de estratégias criativas que promovam novas aprendizagens. Isto se faz necessário uma vez que não temos educandos que aprendem da mesma forma, com as mesmas exemplificações, didáticas e ao mesmo tempo (BOTERO, SANTOS e BARBOSA, 2011). Observamos que o preparo do material para facilitar a ensino de ligações covalentes foi muito importante, pois este auxiliou a aluna para que ela conseguisse distinguir um ligação sigma de uma pi com base nas interações dos orbitais. Além da oportunidade de exercitarem os outros órgãos do sentindo principalmente o tato, para favorecer o processo de ensino aprendizagem. Os orbitais de EVA demonstrou ser um método eficaz para o ensino de ligações covalentes já que a turma teve um rendimento de 70% no exercício aplicado.

CONCLUSÕES: Logo após a utilização dos orbitais de EVA percebemos o crescente interesse por todos os alunos da sala, estimulando não somente a aluna com deficiência visual total mais também os demais. Fica claro que é possível desenvolver atividades ou aulas tendo como fundamentação o ensino inclusivo, entretanto para isso é necessário dar condições aos professores na forma de capacitação, formação e tempo para o desenvolvimento das atividades.

AGRADECIMENTOS: A Deus, primeiramente, aos nossos familiares e amigos.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: http://www.ibge.gov.br/home/, acesso realizado em maio de 2013.

BERTALLI, J.G. Ensino de Química para deficientes visuais. XIV Encontro Nacional de Ensino de Química (XIV ENEQ), 2008.

BOTERO, W. G.; SANTOS, O. S.; BARBOSA, J. C.S. O ensino de química para deficientes visuais: elaborando materiais inclusivos em termoquímica. Disponível em www.annq.org/congresso2011/.../1300242144.pdf‎