11º Simpósio Brasileiro de Educação Química
Realizado em Teresina/PI, de 28 a 30 de Julho de 2013.
ISBN: 978-85-85905-05-7

TÍTULO: REFLEXÕES SOBRE EDUCAÇÃO ESPECIAL E INCLUSIVA NO ENSINO DE QUÍMICA

AUTORES: Simões, A.B.M. (IFRN)

RESUMO: A Educação Especial e Inclusiva é uma realidade em nosso país. Crianças e adolescentes com necessidades especiais frequentam classes regulares de ensino e não mais ficam fora da escola ou exclusivamente em escolas especializadas. No entanto, existem ainda muitos docentes que se sentem “despreparados” para trabalhar com esse tipo de alunado, o que torna o sonho da integração um pouco distante. Investigações sobre esse tema e a formação docente tornam-se assim cada vez mais imprescindíveis. Dessa forma, esse trabalho tem como objetivo identificar os problemas enfrentados pelo professor de química, por meio de uma entrevista realizada com um docente e com uma intérprete que atende os discentes com necessidades educacionais especiais em uma escola estadual do município de Currais Novos/RN.

PALAVRAS CHAVES: Ensino; Química; Inclusiva

INTRODUÇÃO: Uma das grandes dificuldades enfrentada por muitos professores de diversas áreas do conhecimento, em especial, os professores de Química, é ministrar aula para alunos portadores de Necessidades Educativas Especiais (NEE), esta realidade é existente devido a não preparação desses profissionais durante a sua formação inicial, que é encarada, muitas vezes como surpresa ao começar a lecionar. Tal realidade deve-se principalmente a existência de cursos de licenciatura que ainda não ofertam em sua grade disciplinas para a capacitação ou preparação dos futuros professores para esta realidade está cada vez mais presente no ambiente escolar. Nesse contexto, a formação de professores para atender a inclusão de pessoas com necessidades educativas especiais, constitui-se como um dos assuntos mais urgentes e que fomenta inquietações entre os profissionais de Educação. Discutir sobre a formação de professores para atuar nesse paradigma educacional que busca proporcionar qualidade educativa e equiparação de oportunidades, não é uma das tarefas mais fáceis, pois envolve questionamentos, dúvidas e reflexões que estão além dos indicativos de como a formação dos professores deva ocorrer. O propósito dessa pesquisa consiste em buscar analisar como vem se dando a Educação Especial inclusiva visando o ensino de Química, como também propor o desenvolvimento esquemático de ações para superar essas dificuldades. A análise desses aspectos será fomentada através de discussão sobre políticas públicas e legislação que rezam a inclusão de alunos portadores de necessidades especiais em salas de aula regular, como também apontar as principais dificuldades encontradas no ensino de química pelo professor e a responsável por atender os alunos portadores de NEE.

MATERIAL E MÉTODOS: Toda a avaliação do trabalho teve como base a entrevista realizada com o docente de química e com a intérprete de libras que trabalham em uma escola estadual que é tida como referência na cidade de Currais Novos no interior do Rio Grande do Norte. O objetivo da pesquisa foi perceber e entender como se dá a inclusão escolar dos 10 alunos existentes com deficiência auditiva e quais as principais dificuldades encontradas pelo docente durante as aulas.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: O docente de química entrevistado trabalha em uma escola estadual lecionando a disciplina de química e iniciação científica, e há dez anos atua como professor. Com relação às dificuldades apontadas por ele no ensino de química para alunos com deficiência auditiva consiste em que o mesmo durante a sua graduação relatou que não foi ofertado a disciplina da Linguagem Brasileira de sinais (LIBRAS), porém este deixou claro a vontade que surgiu logo após começar a lecionar de interagir com alunos com necessidades educacionais especiais, sempre procurando uma forma de se aproximar e ofertar assim uma educação de qualidade. Tendo como base isso, procurou por si só um curso básico de LIBRAS, contudo este não foi suficiente para repassar os conteúdos de química. Por outro lado a intérprete relatou que tenta ao máximo ajudar os discentes que necessitam, porém a mesma só é capaz de oferecer o básico e nesse momento deu exemplos como introduzir conceitos de solução (misturas, soluto solvente) como também dá exemplos do dia- a-dia para facilitar a compreensão. Nas falas de MENDES (2004) ele constata que “uma política de formação de professores é um dos pilares para a construção da inclusão escolar”. As escolas passam a ser chamadas inclusivas no momento em que decidem aprender com os alunos o que deve ser eliminado, modificado, substituído ou acrescentado nas seis áreas de acessibilidade a fim de que cada aluno possa aprender pelo seu estilo de aprendizagem e com o uso de todas as suas inteligências (Sassaki, 2003, p. 34) Após ouvir os depoimentos e fazer toda a análise ficou claro que a escola não está preparada para educação inclusiva especial, apesar de ofertar. Necessita de profissionais qualificados e material pedagógico especial para atender estes alunos.

CONCLUSÕES: A partir da análise dos dados, foi possível refletir sobre a educação inclusiva e o ensino de química, principalmente sobre as estratégias didáticas e os conteúdos que devem vir a ser utilizados. É necessário que o licenciando conclua a graduação e sinta-se apto a oferecer uma educação de qualidade aos alunos portadores de Necessidades Educacionais Especiais (NEE), e que as escolas não ofertem educação inclusiva sem que esta não possua condições necessárias para isto.

AGRADECIMENTOS: AO DOCENTE, A INTÉRPRETE E AO IFRN/ PIBID - CAPES

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: MENDES, E. G. Construindo um “lócus” de pesquisas sobre inclusão escolar. In: MENDES, E.G; ALMEIDA, M. A; WILLIAMS, L. C. de. Temas em educação especial: avanços recentes. São Carlos: Ed UFSCAR, p.221-230, 2004.
A inclusão escolar de alunos com necessidades educacionais especiais – Deficiência Física. Imprensa: Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Especial, 2006, p. 07; 23; 48; 49.
BRASIL. Conselho Nacional de Educação. Câmara de Educação Básica. Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na educação básica. Resolução CNE/CEB, n.2, 11 set, 2001.
PORTARIA N° 1.793 -27/12/1994. In Revista Brasileira de Educação Especial v. 2 n° 3 , 1995.