11º Simpósio Brasileiro de Educação Química
Realizado em Teresina/PI, de 28 a 30 de Julho de 2013.
ISBN: 978-85-85905-05-7

TÍTULO: A experimentação em sala de aula

AUTORES: Andrades, A.O. (CEMTI) ; Oliveira, D.F. (CEMTI) ; Trindade, E.F. (UFPI-CPCE) ; Alves, R.H. (UFPI-CPCE) ; Osajima, J.A. (UFPI-CPCE) ; Furtini, M.B. (UFPI-CPCE) ; Souza, J.S.N. (UFPI-CPCE)

RESUMO: O estado do Piauí possui o índice do desenvolvimento educacional (IDEB) muito inferior ao desejado. O vale do Gurguéia apresenta-se como uma região de grande potencial econômico e populacional, no sul do Estado, necessitando de melhorias na qualificação educacional. A região de Bom Jesus é carente em informações técnicas aplicadas na área de Química. O aprendizado dos alunos de Ensino Médio, nesta área do conhecimento, deve possibilitar ao educando a compreensão tanto dos processos ocorridos nos experimentos realizados em laboratório, quanto da construção de uma estreita relação com as aplicações tecnológicas e suas implicações ambientais e sociais. Nesse contexto, o objetivo deste trabalho foi desenvolver experimentações em sala de aula, visando aprimorar o conhecimento de Química.

PALAVRAS CHAVES: experimentação; cotidiano; ensino de química

INTRODUÇÃO: Um grande desafio no ensino básico na cidade de Bom Jesus – PI está na qualificação do processo ensino-aprendizagem das ciências básicas, sobretudo, a Química. Segundo dados do IDEB – Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (2007/2009), que busca relacionar o nível educacional no país, a partir de valores crescente compreendidos entre zero e dez, no ensino fundamental (5° ano e 9° ano) e no ensino médio (3a Série), os Estados Nordestinos apresentaram índices que variaram entre 2,7 e 4,4. Nesses Estados, a análise dos valores demonstrou que houve crescimento no nível educacional. Entretanto, os índices são bastante inferiores aos estados mais desenvolvidos como Santa Catariana que variaram entre 4,0 e 5,2. No ensino de Química, esse desafio é estendido ao buscar construir um elo entre o conhecimento escolar e o cotidiano dos alunos. A ausência desse vínculo é responsável por apatia e distanciamento entre alunos e professores (VALADARES, 2001). Ao restringir o ensino a uma abordagem estritamente formal, deixa-se de contemplar as diversas possibilidades para tornar a Química mais acessível e perde-se a oportunidade de associá-la com avanços tecnológicos que afetam diretamente a sociedade (CHASSOT, 1993). É de conhecimento dos professores de ciências que a experimentação desperta um forte interesse entre alunos de diversos níveis de escolarização (ARROIO et al., 2006), aumentando a possibilidade de aprendizado, pois a motivação funciona como ferramenta para envolver o aluno nos temas em estudo. Objetivou-se levar aos alunos de escolas públicas, que não tem acesso a laboratórios, experimentos de baixo custo para dentro da sala de aula, tendo como finalidade amenizar a apatia em relação à disciplina, promovendo dessa forma um maior interesse com a Química.

MATERIAL E MÉTODOS: A metodologia para execução do trabalho foi procedida em várias etapas: levantamento bibliográfico, onde foram selecionados experimentos de efeitos visuais. Os experimentos foram testados e aplicados nas apresentações teatrais do grupo em escolas públicas no município de Bom Jesus, bem como na Universidade Federal do Piauí – CPCE. Dessa forma, abordou-se o desenvolvimento de uma rota alternativa para articular teoria e experimentação. Assim, desenvolveram-se experimentos envolvendo materiais convencionais e de baixo custo que possibilitam uma metodologia do ensino de química simples, factível e com a participação efetiva dos alunos no processo de ensino-aprendizagem de Química em Ensino Médio. Os experimentos foram montados de acordo com os planos bimestrais e anual do Centro de Ensino Médio Tempo Integral – CEMTI – Franklin Dória Educacional, para que haja similaridade entre os experimentos apresentados e os conteúdos desenvolvidos em sala de aula.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: Este trabalho foi divido em dois períodos: 2012 e 2013. Após várias discussões em grupo e levantamento de materiais e reagentes disponíveis no Laboratório de Química Orgânica, da Universidade Federal do Piauí, Campus Profa. Cinobelina Elvas (UFPI/CPCE), 20 (vinte) experimentos foram pré-selecionados. Na segunda parte, na escola investigada, foi aplicado um questionário, desenvolvido pela bolsista, para que fosse possível identificar os conteúdos de Química, ministrados e/ou constados no planejamento anual, para a 1a série do Ensino Médio. Em seguida, desenvolveram-se os experimentos convencionais no Laboratório de Química Orgânica, UFPI-CPCE, para a aprendizagem, capacitação e domínio sobre normas de segurança em laboratório e realização dos experimentos pré-selecionados. Na terceira parte do projeto, o grupo realizou uma nova seleção dos experimentos realizados, adequando-os tanto aos conteúdos ministrados na 1ª série do Ensino Médio, quanto à substituição de materiais, equipamentos e reagentes por materiais pertencentes ao cotidiano do aluno, obtendo um total de 8 (oito) experimentos. No quarto momento, realizaram-se os experimentos selecionados com os materiais não convencionais, no Laboratório de Química Orgânica, da UFPI/CPCE, a fim de verificar a eficácia das substituições, no que se refere ao menor tempo possível para obtenção do produto, quanto na produção de um efeito visual impactante. No último momento, os experimentos testados foram realizados e explicados em turmas da 1ª série do Ensino Médio, do Colégio Franklin Dória.

Quadro 1

Experimentos selecionados (com nomes fictícios) relacionados a seus respectivos conteúdos programáticos

CONCLUSÕES: A Química envolve conceitos de outras ciências, as quais também exigem dos alunos uma visão microscópica para o entendimento de conceitos teóricos. Esta barreira prejudica alunos no aprendizado da Química, implicando em altos índices de reprovações. A realização dos experimentos em sala de aula demonstrou melhorias na consolidação do processo ensino-aprendizagem na área de Química. A interação dos alunos, durante a realização das práticas, bem como em suas explicações, tornou a aula mais dinâmica, sugerindo que houve maior motivação dos alunos no estudo de Química.

AGRADECIMENTOS: Aos alunos, funcionários, professores e diretores que fazem parte do Centro de Ensino Médio Tempo Integral – CEMTI – Franklin Dória.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: ARROIO, A.; HONÓRIO, K. M.; WEBER, K. C.; HOMEM-DE-MELO, P.; GAMBARDELLA, M. T. P.; da SILVA, A. B. F. O Show da Química: Motivando o Interesse Científico. Química Nova, v. 29, p. 173-178, 2006.

BRASIL. MEC. SEMTEC. Parâmetros Curriculares Nacionais para o Ensino Médio. Brasília: Secretaria de Educação Média e Tecnologia, 1999.

CHASSOT, A. I. Catalisando transformações na educação. Ijuí: Unijuí, 1993.

HODSON, D. “Experiments in science teaching”. In: Educational Philosophy & Theory, v. 20, p. 53-66, 1988.

HOFSTEIN, A., LUNETTA, V. N. “The Laboratory in Science Education: Foundations for the Twenty-First Century”. In: Science Education, v. 88, p. 28-54, 2004.

VALADARES, E. C. “Propostas de experimentos de baixo custo centradas no aluno e na comunidade”. In: Química Nova na Escola, n. 13, p. 38-40, 2001.

VIEIRA, H. J.; FIGUEIREDO-FILHO, L. C. S., e FATIBELLO-FILHO, O. “Um Experimento Simples e de Baixo Custo para Compreender a Osmose”. In: Química Nova na Escola, n. 26, p.37-39, 2007.