11º Simpósio Brasileiro de Educação Química
Realizado em Teresina/PI, de 28 a 30 de Julho de 2013.
ISBN: 978-85-85905-05-7

TÍTULO: A PRÁTICA EXPERIMENTAL NO ENSINO-APRENDIZAGEM DE CIÊNCIAS: UMA ANALISE SOBRE A INFLUÊNCIA DA ATIVIDADE DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA DO PROGRAMA “MAIS EDUCAÇÃO” NO ENSINO REGULAR.

AUTORES: Freitas, A.M.L. (UEPA) ; Moura, S.R. (UEPA) ; Silva, A.D.L. (UEPA) ; Ramos, G.C. (UEPA)

RESUMO: Partindo do pressuposto que “A experimentação é essencial para um bom ensino de Ciências” (ROSITO, 2008) tal pesquisa teve como objetivo analisar o ensino-aprendizagem baseado em pratica experimental utilizado na atividade de Iniciação Científica, do programa "Mais Educação", com alunos do 8º ano em 2012 e fora do programa no 9º ano em 2013, verificando como esse modelo de ensino auxiliou no ensino-aprendizagem de Ciências. Tivemos como principal resultado a verificação de que os alunos que tiveram aulas práticas em 2012 obtiveram melhor rendimento na produção de atividades experimentais e no rendimento bimestral em 2013, comprovando que o uso de atividades que exploram a prática experimental favorece um melhor desempenho dos alunos na obtenção e fixação de novos conhecimentos.

PALAVRAS CHAVES: Prática Experimental; Ensino-Aprendizagem; Ciências

INTRODUÇÃO: A importância da educação no ensino de Ciências não se restringe a somente conceitos individuais, e sim ao seu papel investigativo. “O aluno, ser único, capaz e ativo, é desafiado a aplicar e construir conhecimentos, formular uma compreensão do mundo e resolver problemas reais [...]” (RAMOS, 2004), por isso, é função da instituição de ensino despertar no aluno, em especial do Ensino Fundamental, o encanto pelo funcionamento das coisas, e por meio da prática instruir os educandos a descobrir e deixar-se desafiar pelos mistérios da Ciência, relacionando-a com o cotidiano. E, é nessa conjuntura que a importância da pratica experimental no ensino de Ciências poderá agir de forma sistemática fazendo com que os alunos a partir de desafios possam compreender e construir conceitos, a fim de que fiquem entendidos e jamais sejam esquecidos, pois à medida que o aluno faz ligações prévias ou espontâneas sobre o que está sendo ensinado, o conteúdo curricular passa a adquirir significado. “A Ciência se torna fascinante quando você não fica só na teoria” (GLEISER, 2005), pois o que torna o ensino eficaz não é a simples transmissão de conhecimentos técnicos, mas sim a ação, o fazer, mostrando como a teoria pode e deve ser aplicada ao dia-a-dia dos alunos, a partir da concepção de mundo que os mesmos detêm.

MATERIAL E MÉTODOS: Esta pesquisa foi efetuada entre setembro de 2012 e abril de 2013, com 8 alunos do 8º ano do ensino fundamental que eram participantes da atividade Iniciação Científica do programa “Mais educação” na Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Nicolau Neres da Silva em 2012, e avaliados no ano subsequente, mas que não participavam mais do programa. Na atividade do programa, o monitor da turma, auxiliou os alunos na montagem de experiências envolvendo reações químicas e propriedades da matéria, utilizando substâncias encontradas no cotidiano. A principal experiência consistiu na montagem de um vulcão, construído com argila, elemento muito encontrado na região, pois a escola se encontra no polo cerâmico do Estado do Pará, bicarbonato de sódio (antiácido), detergente líquido, anilina comestível e água. Todos os produtos foram obtidos pelos alunos, inclusive a argila, que foi retirada de um igarapé próximo a escola. Já no ano de 2013, na turma do 9º ano do ensino fundamental, a qual possui 38 alunos, foi proposto a montagem de experimentos que comprovassem as propriedades da Matéria, sendo que os alunos que faziam parte do programa “Mais Educação” em 2012 ficaram unidos em uma única equipe e os demais alunos montaram outras equipes, objetivando avaliar o desempenho de ambos os grupos nas atividades e verificar a influencia da experimentação na vida estudantil. Foi aplicado também um teste escrito com questões objetivas e subjetivas para verificar o aprendizado. Executamos uma entrevista focalizada (GIL, 1999), para verificar as impressões dos alunos sobre como o uso de experimentos nas aulas de Ciências.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: Através da pesquisa foi verificado que os alunos que participaram do programa “Mais Educação” no ano de 2012 ficaram mais empolgados em fazer atividades práticas experimentais no 9º ano em 2013, e tiveram um melhor desempenho na pesquisa sobre as experiências que podiam fazer, na montagem dos seus experimentos, na exposição do trabalho, no tempo de pesquisa e apresentação, tal verificação foi evidenciada através das médias obtidas no trabalho, avaliados pelo professor, o qual não era o mesmo do ano de 2012. No teste aplicado os alunos que faziam parte do programa “Mais Educação” obtiveram uma média 30% melhor que os demais alunos. Já na entrevista, 100% dos alunos indicaram que o uso de experiências em sala de aula, mesmo que sejam simples, tornam a aula mais empolgante e a aprendizagem mais divertida.

CONCLUSÕES: A partir do pesquisado, conclui-se que os alunos que participaram do “Programa Mais Educação” do Governo Federal, na atividade de Iniciação Científica, e utilizaram constantemente experiências, mesmo que não ligadas ao conteúdo programático estudado em sala de aula, obtiveram um melhor desempenho no ano posterior, consolidando assim, a ideia que o uso de experiências práticas no ensino de ciências pode ser usado como um agente motivador, instigador e facilitador do ensino aprendizagem.

AGRADECIMENTOS: A Deus, aos alunos do Programa Mais Educação e aos colegas do curso de Especialização de Docência Universitária-UEPA.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: GIL, Antônio Carlos. Métodos e Técnicas de Pesquisa Social. 5. ed. São Paulo: Atlas, 1999.
GLEISER, Marcelo. Revista Nova escola. Edição 181. 08/2005.
RAMOS, Cosete. O despertar do gênio: Aprendendo com o cérebro inteiro. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2004.
ROSITO, B. A. O ensino de Ciências e a Experimentação. In: MORAES, Roque. Construtivismo e ensino de Ciências: Reflexões epistemológicas e metodológicas. 3ª Edição. Porto Alegre: EDIPUCRS, 2008.