Autores

Araújo, G.A. (UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ) ; Castro, R.R. (UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ) ; Oliveira, F.C. (UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ) ; Maia, J.R. (UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ) ; Marinho, E.S. (UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ)

Resumo

O incremento da novas tecnologias da informação(TIC´s), vem demonstrando ser uma poderosa aliada para a melhoria no processo de ensino-aprendizagem. Devido a grande quantidade de conceitos abstratos e complexos existentes na Química, as TIC ´s demonstram ser uma ferramenta vital para o processo de ensino-aprendizagem. O objetivo desse estudo é analisar e descrever a percepção dos futuros professores de Química, com relação aos objetos virtuais de aprendizagem (OVA), utilizando um simulador de comportamento de gases ideais como OVA, através de um estudo descritivo e reflexivo, concluímos que os OVA´s, demonstram ser bastante atrativos, versáteis, acessíveis e com um alto percentual de aceitação, sendo assim um recurso para o incremento no processo de ensino-aprendizagem de química.

Palavras chaves

Ensino de Química; OVA; gases

Introdução

As novas tecnologias proporcionam oportunidades para a utilização de ambientes de aprendizagem, que ultrapassam as possibilidades das tecnologias mais tradicionais. Este desenvolvimento tecnológico permite o uso de recursos didáticos que incrementam o processo ensino-aprendizagem (RIBEIRO, 2003). Os Objetos Virtuais de Aprendizagem (OVA)são elementos de um novo tipo de instrução baseada em computador, fundamentada no paradigma orientado ao objeto das ciências da computação. A ideia fundamental desses objetos é a de que pode-se construir pequenos componentes instrucionais a serem reutilizados inúmeras vezes em diferentes contextos de aprendizagem (WILEY ,2003). A realidade virtual concerne ao aluno, uma contribuição significativa no processo ensino- aprendizagem, como a visualização cientifica, o auxílio na aprendizagem de conceitos científicos complexos, e o aumento no desempenho sensório-motor, por ser uma ferramenta de manuseio de controles e modelos complexos (PSOTKA, 1995). GALLO E PINTO (2010), afirmam que os OVAs oferecem oportunidades de exploração, navegação e descobertas, estimulando a autonomia nas ações e nas escolhas do estudante, envolvendo assim, atividades cognitivas que estão relacionadas com a forma como o estudante processa, codifica, adquire, armazena e aplica o conhecimento. A grande quantidade de conceitos abstratos e complexos existentes na Química, geram dificuldades no processo de ensino-aprendizagem, tanto para os alunos de ensino médio como para alunos universitários (FREITAS et al, 2011).O objetivo desse estudo é analisar e descrever a percepção dos futuros professores de Química (estudantes de graduação de Licenciatura em Química, da UECE, com relação aos OVAs, utilizando o simulador de comportamento de gases ideais como OVA.

Material e métodos

O estudo se classifica como descritivo e reflexivo, cuja natureza é qualitativa e quantitativa. Tem ainda como proposta o estudo de caso e levantamento, utilizando como técnica de coleta de dados um questionário avaliativo. Os dados foram coletados na Faculdade de Filosofia Dom Aureliano Matos (FAFIDAM), pertencente a Universidade Estadual do Ceará, na cidade de Limoeiro do Norte (CE), onde é promovido o curso de Licenciatura em Química. A população do estudo abrange os estudantes de graduação em Licenciatura em Química, cursistas da disciplina de Físico-química I. A pesquisa foi realizada em três momentos: 1º) os alunos tiveram uma aula introdutória sobre gases, onde enfatizamos as diferenças entre o comportamento dos gases ideais, analisando as correlações entre as funções de estado; 2º)Utilizando a observação como metodologia de investigação, foi utilizado um simulador virtual para o comportamento de gases ideais (http://www.chem.ufl.edu/~itl/2045/MH_sims/gas_sim.html), onde os alunos interagiram simulando o comportamento de dois gases, Ne e Ar; 3º) Foi aplicado um questionário, buscando observar a opinião dos alunos, com relação a apresentação virtual, adequação do conteúdo, acessibilidade, interpretação dos gráficos e animações, sendo o questionário baseado na escala de valores de LIKERT (1932).

Resultado e discussão

No 1º momento, ocorreu uma aula tradicional utilizando quadro branco, onde os alunos interagiram apenas para retirar algumas dúvidas, com os gráficos no entanto , não houve nenhum questionamento. No 2º momento, iniciado com uma explicação sobre o simulador, os alunos rapidamente começaram a interagir com o simulador, após 25 minutos, começaram a questionar a diferença do comportamento entre gases diferentes, pois até então tinham utilizado apenas o gás He. Instintivamente eles mesmos mudaram de gás, passando a utilizar o gás Ar, comparando os gráficos gerados em tempo real, podendo assim refletir sobre o comportamento dos gases. Este momento culminou com um questionamento sobre como seria o comportamento desses gases se fossem tratados como gases reais.No 3º momento, observando os resultados (gráfico 1),concluimos que houve uma boa aceitação por parte dos alunos, que na sua maioria acharam que o conteúdo, além de ser relevante, foi apresentado de forma clara, indicando assim um sensibilização em relação a importância do conteúdo. Este fato foi consolidado quando questionados sobre a motivação, onde 90% dos alunos opinaram como motivador, diferenciado (80% de concordância total). Esta aceitação pode ser associada a atração virtual, acessibilidade, interatividade com concordância total de 50, 60 e 90%, respectivamente. Observando agora o bloco relacionado a aprendizagem, Observando agora o bloco relacionado a aprendizagem, houve uma predominância de concordância parcial, 80% e 70% para reforço de conceitos e aprendizagem e eficiência,valendo ressaltar ainda que 60% concordaram totalmente com a possibilidade de utilização deste OVA no ensino médio, mostrando assim a sensibilização em relação ao potencial destas ferramentas no processo ensino- aprendizagem.

Figura:1 simulador de transformações gasosas(disponível em: http://www

Figura:1 simulador de transformações gasosas(disponível em: http://www.chem.ufl.edu/~itl/2045/MH_sims/gas_sim. html)

Gráfico 1: Opinião dos alunos em relação ao objeto de aprendizagem

Gráfico 1: Opinião dos alunos em relação ao objeto de aprendizagem

Conclusões

Os OVA´s, trazem uma nova forma de uso da tecnologia em sala de aula bastante flexível, e de fácil adaptação. Nas perspectivas dos futuros professores de química, podemos enfatizar que a utilização de OVA´s demonstram ser bastante atrativas, versáteis, acessíveis e com um alto percentual de aceitação, indicando assim a necessidade de se ampliar a quantidade e diversidade desses objetos, sensibilizando assim, o futuros professores quanto ao seu potencial como ferramenta educacional, ajudando a diminuir a compreensão de conceitos abstratos de difícil entendimento por parte dos alunos.

Agradecimentos

As coordenações do curso de licenciatura do curso de química e Física da FAFIDAM, o qual deram total apoio, possibilitando a realização desse trabalho.

Referências

ABREU, M. F.; CORDEIRO, R. A.; RAPKIEWICZ, C. E.; CANELA, M. C. (2006). Utilizando Objetos de Aprendizagem no Processo de Ensino e Aprendizagem de Química no Ensino Médio: o Caso dos Óxidos e da Poluição Atmosférica. Workshop de Informática Educativa – WIE, Campo Grande, MS.

FREITAS, J. M. A. S.; DUDU, R. E. S.; SILVA, G. N. Softwares educacionais para futuros professores de Química. Revista Tecnologias na Educação Ano 3 Número2 Dezembro 2011 < http://tecnologiasnaeducacao.pro.br >. Acesso em 01.04.2014.

GALLO, P.; PINTO, M. G. Professor, esse é o Objeto Virtual de Aprendizagem. Revista Tecnologias na Educação ano 2 número 1 Julho 2010. Disponível em: < http://tecnologiasnaeducacao.pro.br/wpcontent/uploads/2010/08/Professor-esse-%C3%A9-o-objeto-virtual-deaprendizagem1.pdf> . Acesso em: 08.02.14.

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PAULA Jr, L. C.; SILVA , B. M. (2009). Análise do Uso de um Objeto de Aprendizagem no Ensino de Química. XX Simpósio Brasileiro de Informática na Educação - SBIE, Florianópolis, SC.

PSOTKA, J. Immersive training systems: Virtual reality and education and training. Instructional Science.1995. V. 23, p. 405-423.

RIBEIRO, A. A.; GRECA, I. M. Simulações computacionais e ferramentas de modelização em Educação Química: uma revisão de literatura publicada. 2003. Química Nova, 26,4, 542-549.

SHERIDAN, T. B. Musings on telepresence and virtual presence.1992. Presence: Teleoperators and Virtual Environments., v. 1, p. 375-403.

WILEY, D.A. Connecting learning objects to instructional desing theory: a definition, a metaphor, and a taxonomy. 2003. Disponível em http://reusability.org/read/chapters/wiley.doc . Acesso em 08.04.2014.