Autores

Pitanga, A. (IFBA/UFS) ; Araujo, M. (UFS) ; Rocha, L. (FPD) ; Santos, B.L.S.R. (FPD)

Resumo

O presente trabalho tem por objetivo realizar um estudo diagnóstico da ambientalização curricular em um curso técnico oferecido pelo IFBA. Para tal, realizou-se uma análise documental no plano do curso investigado. Onde pôde-se constatar que, mesmo se tratando de um curso de vanguarda em relação as preocupações ambientais, seu currículo, traz uma perspectiva conteudista e tecnicista, como principal perfil na formação profissional.

Palavras chaves

Ambientalização curricula; Curso Técnico ; Biocombustíveis

Introdução

As questões ambientais a cada dia que passa vem apresentando de modo mais acentuado as suas externalidades, sejam elas por conta da redução, esgotamento e poluição do meio ambiente, como também, através da exploração do homem pelo próprio homem (LEFF, 2010). Diversas iniciativas são importantes no momento atual, como por exemplo, a formação de profissionais qualificados, a ambientalização dos currículos, a implantação de sistemas de gestão, entre outras. Desde a década de 1970, eventos e documentos legais, passaram a enfatizar à Educação Ambiental (EA) como uma importante ferramenta para o enfrentamento da crise. Assim, uma das medidas que visa implantar a EA no ensino foi a iniciativa de Ambientalizar os currículos, no sentido de inserir a dimensão socioambiental onde ela não existe ou está de forma inadequada (KITZMANN, 2007).

Material e métodos

Esta investigação tem como norte metodológico a pesquisa qualitativa e interpretativa, como base para análise documental. Para tal foi realizada uma análise no Plano do Curso Técnico de Nível Médio em Biocombustíveis Forma Integrada ao Ensino Médio, do IFBA campus Irecê.

Resultado e discussão

A implantação desse Curso Técnico tem como base o possível aproveitamento do potencial produtivo da região, que segundo o documento, é a maior produtora de mamonas da Bahia. A análise dos objetivos que caracterizam o perfil do técnico a ser formado está marcado por uma visão Tecnicista. Onde, nas ementas das disciplinas do núcleo comum, quanto as especificas, tem marcadamente uma preocupação conteudista no desenvolvimento de suas atividades. A organização da Grade Curricular tornar o curso inflexível, pois os alunos não possuem oportunidades para fazer escolhas por disciplina optativa, atribui-se a isso, o fato do curso ser integrado: Ensino Médio mais profissionalizante, porém não é oferecido de forma integral. O que garantiria maior tempo de permanência dos alunos no ambiente escolar, oportunizando aos mesmos a possibilidade de um currículo mais diversificado. Por fim, quanto as questões ambientais que deveriam fazer parte de modo intenso desse curso, vê-se que somente as disciplinas de Geografia e Culturas Energéticas tornam explícito a intenção tratar algumas dessas temáticas, como: Mecanismos de Desenvolvimento Limpo e Desenvolvimento Sustentável. Porém, nas demais é notável um silenciamento quanto a essas questões, em detrimento de um ensino meramente propedêutico e tradicional.

Conclusões

Frente as Questões Ambientais tão em voga na atualidade, pensar estratégias que colaborem para o enfrentamento da crise são imprescindíveis, como por exemplo, a oferta de cursos de formação técnica. Porém, a análise em tela nos permite concluir, que ainda persiste um currículo inflexível e conteudista, numa perspectiva formativa arraigada no modelo tecnicista, que pouco colabora com a formação de profissionais que possam tomar postura, atitudes e valores, esperadas para o enfrentamento de tal cenário.

Agradecimentos

Ao IFBA campus Irecê e a FAPITEC/SE

Referências

KITZMANN, D. 2007. Ambientalização de Espaços Educativos: Aproximações Conceituais e Metodológicas. 18: 553 – 574,.
LEFF, E. 2010. Epistemologia Ambiental. 5. ed. São Paulo: Cortez.