Autores

Marciniak, A.A. (UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO) ; Nascimento, R.C. (UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO) ; Dodson, J. (UNIVERSITY OF YORK) ; Seidl, P.R. (UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO) ; Schoene, F.A.P. (ESCOLA SESC DE ENSINO MÉDIO)

Resumo

A Escola Brasileira de Química Verde vem desenvolvendo atividades de divulgação sobre conceitos de química verde em diversos eventos com o uso de demonstrações de experimentos simples. Uma parceria com a Escola SESC de Ensino Médio foi formada com o objetivo em oferecer atividades inovadoras para os alunos, tais como oficinas, visitas técnicas e palestras relacionadas à química sustentável. As atividades aplicadas na Escola SESC funcionam como um projeto piloto para que atividades similares sejam oferecidas em escolas da rede pública do Rio de Janeiro, para a conscientização dos alunos sobre a importância do uso de materiais renováveis, das pesquisas sustentáveis e chamando a atenção daqueles que pretendem seguir carreira acadêmica na área de ciências.

Palavras chaves

Divulgação; Química Verde; Ensino médio

Introdução

A química verde é uma área voltada para a sustentabilidade e tem o objetivo de conduzir processos químicos, que estão situados como um dos processos que mais impactam o meio ambiente, para tornarem cada vez mais ecologicamente corretos. (CGEE, 2010) A Escola Brasileira de Química Verde (EBQV), situada na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), foi criada na necessidade de promover o avanço das pesquisas e formar pessoal de alto nível técnico para permitir a transferência de conhecimentos para a indústria química nacional na área de química verde. Com isso, a EBQV vem desenvolvendo atividades de divulgação em diversos eventos, utilizando demonstrações de experimentos simples com materiais acessíveis para difundir os conceitos da química sustentável para alunos do ensino superior, médio e público leigo em geral. A partir desses eventos, houve a formação de uma parceria entre a EBQV e a Escola SESC de Ensino Médio (escola – residência gratuita), localizada na Barra da Tijuca – RJ, na qual são oferecidas atividades inovadoras relacionadas à química verde aos alunos, tais como oficinas e visitas técnicas. O objetivo deste trabalho é mostrar que por meio de parcerias entre as escolas, os conceitos de química verde podem ser introduzidos para alunos de ensino médio, como as atividades aplicadas na Escola SESC, que funcionam como um projeto piloto, a fim de oferecer atividades similares em escolas da rede pública do Rio de Janeiro.

Material e métodos

A metodologia de trabalho foi realizar uma visita técnica com um grupo de 60 alunos do ensino médio da Escola SESC à EBQV, para desenvolver os conceitos da química verde por meio das seguintes etapas: 1) Introdução de conceitos teóricos com palestras e quiz; 2) Visita a uma planta piloto com a aplicação prática dos conceitos de química verde; 3) Revisão de conceitos e demonstrações de experimentos para consolidar o conteúdo oferecido e 4) Avaliação do conteúdo oferecido aos alunos. A visita foi realizada à planta piloto e laboratórios do Núcleo de Biocombustí- veis, de Petróleo e de seus Derivados (NBPD) na UFRJ, na qual foram explicadas as etapas da produção do bioetanol de 2ª geração e alguns dos desafios/objetivos da pesquisa. Alguns experimentos que envolvem os conceitos de química verde foram aplicados: 1) Creme sustentável; 2) Esmalte “verde” e 3) Cromatografia com filtro de café e canetas coloridas. A avaliação de resultados foi realizada com uma pesquisa de satisfação com o auxílio de cartões de distintas colorações, distribuídos aos alunos. Os pontos negativos da visita escritos no cartão vermelho, pontos positivos no cartão amarelo.

Resultado e discussão

Segundo a avaliação dos cartões coloridos, observou-se que a metodologia aplicada foi adequada, em que resultou em mais pontos positivos do que negativos. Os alunos ficaram satisfeitos com a visita técnica, principalmente pelo fato da aprendizagem adquirida sobre como tornar a pesquisa sustentável, como o caso do bioetanol de 2ª geração, com o uso de alternativas mais ecologicamente corretas. Os pontos negativos estão relacionados com a falta de tempo, pois os alunos queriam maior tempo de visita para conhecer mais laboratórios. A linguagem utilizada nas palestras foi simples, sem muitos termos técnicos, o que mostrou uma aprovação dos alunos, principalmente o uso de ferramentas audiovisuais na explicação sobre conceitos de química verde e por meio do quiz, tornando as palestras mais dinâmicas. Durante a visita na planta piloto, notou-se que os alunos demonstraram interesse sobre o assunto e em saber mais sobre as etapas da produção de bioetanol de 2ª geração e seus equipamentos. Alguns alunos citaram que após a visita ficaram motivados a trabalhar com a pesquisa sustentável em projetos similares no ensino superior. Com os experimentos demonstrativos, o apelo visual e a interatividade em realizar os experimentos, assim como usufruir do produto obtido, facilitaram a aprendizagem e a compreensão sobre as aplicações dos conceitos de química verde.

Conclusões

A parceria entre a Escola Brasileira de Química Verde e a Escola SESC mostrou que com a colaboração das escolas de ensino médio, a realização de atividades de divulgação dos conceitos de química verde torna-se mais ampla, conscientizando os alunos sobre a importância do uso de materiais renováveis, das pesquisas sustentáveis e chamando a atenção daqueles que pretendem seguir a carreira acadêmica na área de ciências.

Agradecimentos

Ao professor Nei Pereira Jr. do NBPD pela visita aos laboratórios e planta piloto, à Escola SESC de Ensino Médio pela parceria e a University of York.

Referências

Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE). Química verde no Brasil 2010 – 2030. Brasília, DF:CGEE 2010. 438 p.