Autores

Antônio da Silva, A. (UFPE) ; David dos Santos, J. (UFPE) ; Félix de Melo, N. (UFPE) ; Ayron Lira dos Anjos, J. (UFPE)

Resumo

Fizemos uma entrevista semiestruturada com 5 professores de turmas distintas de uma escola do município de Caruaru - PE que lecionam química as 1º séries do Ensino Médio. Também observamos as aulas desses professores durante 5 momentos distintos em suas aulas de química e aplicamos uma regência em cada turma referente ao conteúdo trabalhado pelos professores - Reações químicas. A prática da regência foi constituída de dois experimentos simples onde esta se mostrou como uma boa ferramenta na aprendizagem significativa, na visualização dos conceitos e da associação desses com o mundo.

Palavras chaves

Ensino de química; Regência; Observação

Introdução

É no estágio que os alunos começam a assumir a posição de professores, ou seja, seu primeiro contato com seu futuro ambiente de trabalho, formando assim futuros professores prático reflexivo, assumindo para esta finalidade o estágio como um projeto de investigação e produção do conhecimento (Freitas, 1998). A matéria da UOL Educação referente os dados do Censo Escolar 2013 aponta que “a maioria dos professores do ensino médio no Brasil (51,7%) não têm licenciatura na disciplina em que dá aulas”. Ainda de acordo com essa matéria é no Nordeste que se concentra a maior falta de professores com formações específicas nas disciplinas – 66% não são formados na área. A nível nacional 66,3% dos professores de química não são formados na área. Diante dessa realidade é preciso que o professor tenha em sua prática pedagógica os saberes docentes que irão conduzi-lo ao papel do professor pesquisador e crítico reflexivo no saber plural como define Tardif (2007) onde os saberes são oriundos da formação profissional, dos saberes curricular e dos saberes disciplinar.

Material e métodos

Essa atividade foi realizada por estudantes do Curso de Licenciatura em Química da UFPE através da disciplina de Estágio Supervisionado II. Observamos uma turma do 1º série do ensino médio, numa escola estadual situada no município de Caruaru - PE com 5 professores que lecionam a disciplina de química em diferentes turmas. Fizemos uma entrevista semiestruturada a cada professor da disciplina de química e observações em 5 encontros de 2 aulas geminadas em cada momento. Nossa entrevista contemplava questões como formação do professor, tempo de experiência em atividades de classe e extraclasse, horários de trabalhos, como professor planeja suas aulas, recursos utilizados e formas de instrumentos de avaliações e interações com os alunos. Baseados no que observamos e no problema identificado aplicamos uma Regência, onde assumimos por 2 horas a aula no lugar do professor, para esta finalidade fizemos um planejamento do que iriamos abordar na aula e uma preparação do material didático. Apresentamos essa proposta previamente ao supervisor do estágio e ao professor da sala. Tal regência baseava-se num experimento utilizando materiais de baixo custo para abordar os conceitos que o professor estava trabalhando em sala de aula - Reações químicas. Em nossa regência realizamos dois experimentos simples evidenciando a formação do gás carbônico no enchimento de uma bexiga e na produção de espumas, utilizando bicarbonato de sódio, vinagre, garrafa pet e detergente.

Resultado e discussão

Ao fazemos a entrevista semiestruturada com os professores, podemos identificar que todos nem sempre ministram suas aulas referentes à sua formação específica e alegaram que tal fator se deve a complementação da sua carga horária. Ao analisamos as aulas desses professores constatamos que os mesmos centravam suas aulas na leitura do livro e na transposição do conteúdo do livro para o quadro, pedindo que os alunos respondessem as questões dos livros. Ou seja, não propunha algo que contribuísse para a dinamização do ensino, o que foi contraditório com que esses responderam na entrevista, pois alegaram que suas aulas eram inovadoras, que faziam animações sobre o tema da aula e que prezavam na participação efetiva na construção da aprendizagem significativa. Os professores também relataram que não há interações com os alunos porque estes têm dificuldades em todos os conteúdos, na leitura e na interpretação do que leem ou fazem. No desenvolvimento da regência constatamos a motivação dos alunos e participação desses, onde através de um roteiro e orientações, os mesmos realizaram os procedimentos do experimento. Os alunos fizeram indagações e discussões curiosamente a respeito dos fenômenos envolvidos. Ao término eles fizeram uma pesquisa tendo como a fonte a internet e os livros didáticos e paradidáticos para explicar os fenômenos no experimento.

Conclusões

Constatamos em nossas observações que os alunos pouco sabem a respeito da química porque o conteúdo é trabalhado de forma superficial e sem estratégias motivadoras, onde os professores apresentam dificuldades e equívocos conceituais. Outro fator também associado à dificuldade no processo de ensino-aprendizado é o não planejamento das aulas por parte dos professores. Concluímos que prática de ensino que motive o aluno, que desperte os interesses desses e que dinamize as aulas é eficiente no processo de aquisição e socialização dos conhecimentos.

Agradecimentos

AGRADECIMENTOS: Prof° José Ayron Lira dos Anjos, ao Núcleo de Formação docente UFPE/CAA.

Referências

FREITAS, D. Mudança Conceitual em sala de aula: uma experiência com formação inicial de professores. Tese (Doutorado em Educação) – Faculdade de Educação, Universidade de São Paulo, SP, 1998.

TARDIF, M. Saberes docentes e formação profissional. Petrópolis: Ed. Vozes, 2007.

Da Uol, em São Paulo. Uol Educação. Maioria dos docentes do ensino médio não tem formação na área em que atua. Disponível em: <http://educacao.uol.com.br/noticias/2014/04/11/maioria-dos-docentes-do-medio-nao-tem-licenciatura-na-area-em-que-atua.htm>. Acesso: 21/05/2014, às 13h30min.