Autores

Sousa, A.N.F. (UNIVERSIDADE ESTADUAL VALE DO ACARAÚ-UVA) ; Monteiro, S.H.L. (UNIVERSIDADE ESTADUAL VALE DO ACARAÚ-UVA)

Resumo

Tendo observado a falta de interesse nas aulas de Química, despertei o entendimento e a curiosidade, introduzindo o cotidiano na proposta curricular dos alunos do 1º ano do Ensino Médio da Escola Estadual de Educação Profissional José Victor Fontenelle Filho, de Viçosa do Ceará, com a ação experimental tomando como orientação o estudo de um artigo utilizado por Palácio et al (2013),Toxidade de metais em soluções aquosas: um bioensaio para sala de aula da revista Química nova na escola Vol. 35, MAIO, 2013. Para os educandos as etapas de elaboração de um projeto de pesquisa, a construção de hipóteses, o desenvolvimento dos cálculos experimentais, a reprodução do experimento produziram um grande efeito e serviu como um agente facilitador para elaboração de novos projetos.

Palavras chaves

ensino; cotidiano; ação experimental

Introdução

O estudo da Química aliada ao cotidiano possibilita ao homem o desenvolvimento de uma visão crítica do mundo que o cerca oferecendo condições para analisar, compreender e utilizar este conhecimento para ajudá-lo a interferir em situações que contribuam para a melhoria da sua qualidade de vida. Aliado a esse entendimento, (SARTORI et al 2012), propõe que contextualizar e inserir a interdisciplinaridade nas aulas de química propicia um desenvolvimento cognitivo do aluno, contribuindo para um aprendizado significativo e tornando o educando mais ativo e crítico. Percebe-se que atividades experimentais auxiliam na compreensão da mesma, deixam as aulas menos enfadonhas e evitam a dispersão dos alunos. Desta forma, o docente deve buscar diferentes metodologias para “prender” atenção dos discentes nas aulas e assim incentivá-los a pesquisar e entender os conteúdos. Este trabalho busca mostrar a integração da Química com fatos do cotidiano por meio de atividades experimentais simples e de baixo custo no laboratório e na sala de aula. Tomou-se como orientação da atividade experimental o artigo utilizado por (Palácio et al.,2013), intitulado Toxidade de metais em soluções aquosas: um bioensaio para sala de aula da revista Química nova na escola Vol. 35, MAIO, 2013, da SBQ (Sociedade Brasileira de Química). Com base nesse artigo podemos desenvolver as atividades experimentais no Laboratório de Química e refazer os passos das atividades laboratoriais fazendo alterações propostas pelos alunos; conseguimos mostrar as etapas de elaboração de um projeto de pesquisa e possibilitar a criação de novos projetos para resoluções de novos problemas partindo-se de questionamentos feitos pelos discentes.

Material e métodos

Foram desenvolvidas aulas teóricas dos conteúdos da proposta curricular e experimentos que visam mostrar os conteúdos com materiais simples e de baixo custo. Formou-se um grupo de estudo para a reprodução do artigo “Toxidade de metais em soluções aquosas: um bioensaio para sala de aula”. Inicialmente apresentou-se as etapas de elaboração de um projeto de pesquisa em slides com explicação através de artigos impressos. Fizeram anotações em um caderno de campo, formularam hipóteses e resoluções sobre possíveis acontecimentos existentes na realização do experimento. Ao finalizarem a reprodução, tendo observado a exatidão dos dados e comparando com aqueles apresentados no artigo estudado, os alunos apresentaram novos questionamentos. Replicaram novamente os experimentos e inovaram desenvolvendo um novo conjunto de experimentos fazendo alterações e, inclusive criando um novo título ‘Observação do crescimento das raízes da cebola em soluções aquosas com concentrações variadas de cloro (Cl) e cobre (Cu)’. Para a clareza dos cálculos sobre concentração necessitou da parceria dos professores da instituição de nível superior. Para avaliar o projeto reproduzido e as aulas de Química com atividades experimentais na sala de aula ou no laboratório foi aplicado um questionário de 10 questões com alternativas, onde os discentes marcavam a opção referente à sua opinião sobre a pergunta existente. As perguntas faziam uma abordagem desde a primeira impressão que tiveram da disciplina Química até o momento em que ela foi abordada com aulas práticas, com experiências simples mostrando o cotidiano vivido por eles. Desta forma, foi possível identificar a opinião dos mesmos referentes às metodologias abordadas e se, as mesmas, influenciaram na sua aprendizagem.

Resultado e discussão

Dos 158 alunos que responderam ao questionário tiveram contato com a disciplina no 9º ano, 26% responderam que a mesma era chata e difícil. 42% relataram que o professor não conseguia deixar claro o que de fato é a disciplina. 32% relataram que a mesma tem importância para os avanços tecnológicos, bem como está inserida no cotidiano. Ao serem indagados se já haviam tido aulas de Química com atividades experimentais, 20% responderam que haviam no 9º ano e 80% somente tiveram no 1º ano do Ensino Médio.48% afirmou ter começado a compreender um pouco dos conteúdos da disciplina e enxergá-la sob outa ótica, quebrando assim a imagem chata e difícil depois das atividades experimentais na escola profissionalizante. Sobre o estudo e a reprodução dos experimentos do artigo, 37% disseram que a disciplina explica muitos fatos do seu cotidiano, pois eles a achavam muito chata e difícil e não sabiam para que estudavam a mesma. E 59% relataram que as aulas experimentais os possibilitou a gostar da disciplina, a compreendê-la e assim ter um rendimento mais satisfatório nas avaliações. Apenas 2,5% dos alunos responderam não ter mudado em nada sua visão da disciplina, onde a mesma continua sendo chata e de difícil compreensão. Ressalta-se que mais da metade dos alunos que foram entrevistados, as aulas experimentais foram úteis, e que são importantes. Ao término do projeto os alunos apresentaram os dados do seu trabalho para os demais colegas em uma feira de ciências realizada na escola, estimulando o interesse e a curiosidade dos demais alunos para o estudo, reprodução e a elaboração de novos projetos. Essa atividade de pesquisa rendeu o 2º lugar para os alunos envolvidos nesse projeto, na Feira Regional da 5ª Crede do Estado do Ceará.

Conclusões

Essas metodologias diferenciadas podem ser um caminho inovador e mais curto para prender a atenção, aumentar o interesse e o conhecimento dos alunos em sala de aula. O projeto é relevante para despertar a curiosidade pela pesquisa científica resolvendo e discutindo soluções para as diversas problematizações existente no meio em que se vive. Portanto, relacionar os assuntos da disciplina de Química em sala de aula com fatos vivenciados no cotidiano em experimentos simples e de baixo custo é um excelente meio de conhecer mais a natureza e os elementos nela existente.

Agradecimentos

A Deus, ao Diretor Décio Sabi, as coordenadoras Francivan Vieira e Ydalba Carvalho da referida escola e a professora Silvia Helena Monteiro da UVA.

Referências

PALÁCIO, S.M.; et al. Toxidade de Metais em Soluções Aquosas: Um Bioensaio para Sala de Aula. Química nova na escola. Vol. 35, Nº2, p.79-83, maio 2013.

SARTORI, E.R.; et al. Construção de Uma Célula Eletrolítica para o Ensino de Eletrólise a Partir de Materiais de Baixo Custo. Química nova na escola. Vol. 35, N° 2, p. 107-111, maio 2013.