Autores

Monte, N.S. (IFMA) ; Luz, A.J.R.V. ()

Resumo

Sabe-se que o ensino de química é considerado pela maioria dos alunos como uma “coisa de outro planeta”. Alguns profissionais estão tentando desmistificar o ensino desta disciplina e uma ferramenta que pode ser utilizada, além da contextualização dos assuntos, em sala de aula, é a utilização de jogos. A utilização de jogos pode exercitar o raciocínio, facilitar os estudos e favorecer o intelecto, pois o uso do lúdico para ensinar e/ou fixar diversos conceitos em sala de aula pode ser uma forma de instigar no aluno o interesse e a motivação necessários para uma melhor aprendizagem. Este trabalho propõe uma alternativa de busca do conhecimento, tornando mais expressiva a aquisição do aprendizado e assim aproximar o aluno da química, de maneira prazerosa e educativa.

Palavras chaves

Ensino; Química; Atividade Lúdica

Introdução

Segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais – Ensino Médio, a Química, como disciplina escolar, é um instrumento de formação humana, que ajuda a interpretar e interagir com a realidade, sabendo que a disciplina de química é uma das mais temidas e incompreendidas pelos alunos. Um dos fatores que pode causar esse desconforto ao aluno é a falta de uma melhor contextualização dos assuntos, pelos professores. Segundo Freire (2002) as respostas não deveriam chegar prontas aos alunos ou soluções aos problemas por eles encontrados. Deveria haver um acompanhamento de forma a estimular o prazer da investigação, da descoberta pela pesquisa, pelos próprios esforços, auxiliando-o a alcançar seus próprios objetivos. Contudo, O ensino de química ainda é um desafio, alguns profissionais tentam desmistificar o ensino desta disciplina, e uma ferramenta que pode ser utilizada é a utilização de jogos. Estes jogos vão desafiar o aluno a buscar novos conhecimentos. A utilização de jogos pode exercitar o desenvolvimento cognitivo, pois o uso do lúdico para ensinar e/ou fixar diversos conceitos em sala de aula pode ser uma forma de instigar no aluno o interesse e a motivação necessários para uma melhor aprendizagem. Piaget (1994), afirma que os jogos funcionam como uma oportunidade de conviver com regras, pois levam à criação de uma normatização, contribuindo para uma formação lógica que remeterá aos valores sociais e morais. Quando o estudo da Química cede aos alunos o desenvolvimento paulatino de uma visão crítica do mundo que os cerca, seu interesse pelo assunto aumenta, pois lhes são dadas condições de perceber e discutir situações relacionadas a problemas sociais e ambientais do seu próprio meio, contribuindo para a intervenção e resolução dos mesmos.

Material e métodos

Serão escolhidas duas turmas de cada uma das séries do ensino médio do IFMA – CAMPUS CAXIAS. Será realizado um questionário com as turmas de terceiro ano escolhidas com o objetivo de investigar quais as maiores dificuldades dos alunos na disciplina de química e por consequência quais assuntos foram considerados por eles os mais difíceis ate o momento. Após a análise do questionário serão escolhidos os assuntos considerados mais difíceis e serão confeccionados alguns jogos, de acordo com a especificidade de cada conteúdo. Será feito o sorteio de uma turma de cada série na qual os jogos serão aplicados. Em seguida à aplicação de todos os jogos as duas turmas de cada série responderão a uma atividade que contenha questões dos assuntos escolhidos e trabalhados e assim serão analisados os dados e observado qual o impacto dos jogos lúdicos nas aulas de química.

Resultado e discussão

Foram escolhidas duas turmas de 3º ano de ensino médio, Meio Ambiente I e Meio Ambiente II, para a aplicação do questionário. Com base nos dados desse questionário, foram elaborados jogos nas áreas que demonstraram uma maior dificuldade por parte dos alunos. No semestre seguinte, foi escolhida uma turma de cada série para fazer a aplicação dos jogos. Assim, após a aplicação dos jogos, foram obtidos os seguintes resultados: Para a turma de 1ª série, foi confeccionado um jogo referente ao assunto de Teoria Atômica no formato de "palavras cruzadas", pelo fato de esse tema fazer parte dos primeiros assuntos. A turma de Agropecuária-2, escolhida para a aplicação do jogo, conseguiu resolver o jogo com facilidade, com exceção da parte nº 8, que não constava em seu livro didático de Química. Na turma de segundo ano foi aplicado um jogo sobre soluções, onde a grande maioria da turma conseguiu completar cada conceito com o seu respectivo significado, a única dificuldade foi quanto à algumas leis específicas. nesse caso o jogo era baseado em "jogo da memória", onde antes de iniciar, os alunos fizeram um reconhecimento de cada cartão com seu correspondente. Na turma de Agroindústria 1 foi aplicado um jogo sobre hidrocarbonetos, a sala dividida em 3 grupos, ficando cada grupo com uma parte referente à fórmula molecular; fórmula estrutural; ou geometria dos compostos. Os grupos teriam que escrever em uma folha os nomes dos compostos que estavam e suas características, além das fórmulas moleculares e geométricas. Com os resultados obtidos, percebeu-se que a maioria dos alunos gostou da aplicação de jogos, sendo assim, fica evidente que a utilização de jogos didáticos no ensino de química é um importante recurso, que deve ser utilizado sempre que possível.

Conclusões

Quando comparadas as avaliações posteriores à aplicação dos jogos nas respectivas turmas, com as anteriores à aplicação dos jogos, têm-se uma real noção sobre o resultado do quanto os jogos didáticos na área de química podem ser eficientes, uma vez que motivam os alunos a superar os próprios limites em busca de novos conhecimentos. Assim, jogos na área da Química são comprovadamente, um excelente instrumento que deve ser utilizado com o suporte para o ensino.

Agradecimentos

Primeiramente à DEUS. À minha Família. Profª. M.Sc. Ana Júlia Rêgo Vieira da Luz. IFMA/CNPq/FAPEMA.

Referências

1 - _____. PCNs. Parâmetros Curriculares Nacionais: Ensino Médio. Brasília: MEC;Secretaria da Educação Média e Tecnológica, 1999.
2 - FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia: Saberes necessários à prática educativa. 24ed. São Paulo: Paz e Terra, 2002.
3 - PIAGET, J. O Juízo Moral da Criança. São Paulo, Summus, (Trad.: Elzon Lenardon), 1994.
4 - SANTANA, Eliana Moraes de - A Influência de atividades lúdicas na aprendizagem de conceitos químicos. Universidade de São Paulo, Instituto de Física - Programa de Pós- Graduação Interunidades em Ensino de Ciências - 2006.