Autores

Santos, C.L. (INSTITUTO FEDERAL DE ALAGOAS (IFAL)-CAMPUS MACEIÓ) ; Santos Júnior, C.J. (INSTITUTO FEDERAL DE ALAGOAS (IFAL)-CAMPUS MACEIÓ) ; Silva, V.N.T. (INSTITUTO FEDERAL DE ALAGOAS (IFAL)-CAMPUS MACEIÓ)

Resumo

O presente trabalho foi realizado no IFAL – Campus Maceió, com o curso de Extensão “Produção de aguardente a partir de cascas de frutas tropicais”. Tal teve como objetivo a discussão e análise de aspectos químicos, pertinentes à fermentação alcoólica, o aproveitamento de resíduos do abacaxi, a destilação e as analises físico-químicas aplicadas, sobretudo, na produção de aguardente. Através da atividade desenvolvida foi possível observar o envolvimento dos alunos. Destaca-se que a contextualização de temas no ensino da química constituiu-se em aspecto primordial para a aprendizagem, favorecendo, assim, o entendimento sobre o tema em si abordado, aguardente, e também temas oriundos, como sustentabilidade.

Palavras chaves

Aguardente; Resíduos; Ensino da Química

Introdução

A aguardente é uma bebida alcoólica reconhecida como originalmente brasileira bastante consumida em nosso país, sobre tudo na região do Nordeste. Ela é obtida pela fermentação de uma fruta e sua posterior destilação e deve ter o teor alcoólico entre 38 e 54% (Art. 51 do decreto 6.871, de 4 de Junho de 2009). Basicamente, a fermentação alcoólica é um processo de transformação de uma substancia em outra, produzida a partir de microrganismos. De acordo com Luca (2013) a contextualização de temas do cotidiano para o ensino de química constitui-se em um aspecto fundamental para a aprendizagem, principalmente com a possibilidade da realização de atividades experimentais, configurando algo observável e provocador de discussões, favorecendo a produção de conhecimento científico. Assim, o presente trabalho visa relatar a experiência desenvolvida com o objetivo de aproveitar os resíduos do abacaxi pérola (Ananas comosus L. Merril) para a produção de aguardente, a qual propôs a abordagem da química de forma prática além de dar um destino sustentável aos resíduos deste fruto, os quais, geralmente, são desprezados pelas indústrias e pelo uso doméstico.

Material e métodos

A atividade aqui descrita foi desenvolvida pelo Curso de Extensão “Produção de aguardente a partir de cascas de frutas tropicais”, do Instituto Federal de Alagoas - Campus Maceió. Nesta, trabalhou-se a parte teórica do processo de produção de álcool, além dos temas relativos à disciplina de química envolvidos no processo. Além disso, desenvolveu-se também, experimentalmente, a produção da aguardente a partir da fermentação das cascas do abacaxi pérola. Após o processo fermentativo, realizou a destilação do mosto e as análises de pH, temperatura, °Brix, acidez e teor alcóolico, com o objetivo de analisar a qualidade do álcool produzido.

Resultado e discussão

Durante todas as atividades experimentais os alunos puderam aplicar os conceitos da química, buscando elucidar todas as etapas do processo. Através deste trabalho foi possível observar o envolvimento dos alunos, desde o planejamento dos experimentos, a execução, a utilização dos materiais dentro das especificidades apresentadas nos roteiros, assim como visualizar alternativas para o processo de fermentação alcoólica, destilação e analises. Os resultados desse curso mostram que houve a contextualização dos conteúdos, no sentido em que foi possível estabelecer inter-relações entre os conhecimentos escolares e fatos presentes no dia-a-dia dos alunos. Vale ressaltar que a metodologia proposta possibilitou tornar os alunos mais motivados, participativos e criativos durante as aulas. Além disso, o aproveitamento das cascas de abacaxi pérola trabalhar não apenas com conteúdos e procedimentos químicos, mas também, com atitudes e valores para que os alunos compreendessem a importância ambiental, social e econômica do aproveitamento de resíduos para o mundo.

Conclusões

O tema desenvolvido – aguardente – nos possibilitou uma interessante revisão e visualização de diversos conceitos químicos. Tais como, fermentação alcoólica, analises de °Brix, pH, temperatura, acidez, teor alcoólico e contextualização da função álcool, entre outros. A metodologia utilizada foi essencial para despertar o interesse dos alunos. Eles conseguiram de forma satisfatória assimilar os conteúdos químicos apresentados e relacioná-los com o seu dia-a-dia principalmente porque incentivou a participação destes.

Agradecimentos

Ao IFAL - Campus Maceió e à PROEX, pelo apoio estrutural e financeiro.

Referências

BRASIL. Decreto n. 6.871, de 04 de Junho de 2009. Dispõe sobre a padronização, a classificação, o registro, a inspeção, a produção e a fiscalização de bebidas. In: MAPA - Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.
LUCA, A. G. et al. FERMENTAÇÃO ALCOOLICA: UMA ABORDAGEM EXPERIMENTAL PARA O ENSINO DE BIOLOGIA E QUÍMICA. In: Anais do VI Encontro Regional Sul de Ensino de Biologia, URI, 2013.