Autores

Santos, K.A. (UFRPE/UAST) ; Silva, E.L.R. (UFRPE/UAST) ; Silva, S.P. (UFRPE/UAST)

Resumo

O processo de ensino aprendizagem é elementar a educação, com isso é necessário que os educadores estejam atentos a esse fenômeno e é com esta finalidade que o presente trabalho investigou os fatores que dificultam o processo de ensino aprendizagem em química no ensino médio na Cidade de São José do Belmonte – PE. Desta forma, o levantamento de dados foi feito através da análise da estrutura organizacional da escola, bem como a aplicação de questionários com os professores e os estudantes de química. Este levantamento apontou como principais dificuldades dos alunos a metodologia utilizada pelos professores, justificada por estes, pela falta de recursos didáticos e de espaço para o desenvolvimento de atividades experimentais.

Palavras chaves

dificuldades; ensino; aprendizagem

Introdução

A construção de conhecimento se edifica no processo de ensino aprendizagem. Algumas disciplinas tais como a Química, ganha maior destaque, visto que disciplinas relacionadas às ciências da natureza são intituladas como mais complexas, requerem mais atenção, dedicação além de exigir do professor o desenvolvimento de uma metodologia científica contemplando o cotidiano dos alunos. No entanto, a realidade educacional pública do Brasil atualmente ainda deixa a desejar, não demonstrando esse empenho necessário tanto por parte dos alunos quanto dos professores, o que tem acarretado em grandes índices de reprovação. Neste sentido FREIRE (1996, p. 25), atenta: ”[...] ensinar não é apenas transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua produção ou a sua construção.” O fato de não estabelecer conexão com a realidade vivida pelos educandos, acaba por influenciar negativamente a aprendizagem, pois os alunos não conseguem fazer relação entre o que se estuda na sala de aula e o que se vive no cotidiano. Assim, este trabalho teve como objetivo investigar os principais fatores que dificultam o processo de ensino aprendizagem em química no ensino médio numa escola da rede pública na Cidade de São José do Belmonte – PE.

Material e métodos

A pesquisa foi realizada numa escola da rede pública estadual da Cidade de São José do Belmonte – PE com 73 alunos de turmas de 1º, 2º e 3º anos do ensino médio. As etapas foram divididas em três momentos: 1º- observou-se da infraestrutura organizacional da escola, a fim de verificar se a mesma dispõe de recursos para o bom desenvolvimento das aulas de química; 2º - aplicou-se o questionário I, para investigar questões como: dificuldades de aprendizagem, motivação, afinidade com a disciplina, utilização de recursos didáticos pelos professores e sugestões para tornar as aulas mais proveitosas e; 3º - foi aplicado o questionário II, com os 2 professores de química da instituição para que estes também pudessem expressar suas inquietudes e opiniões a respeito do processo de ensino aprendizagem em química.

Resultado e discussão

Com essa pesquisa verificou-se inicialmente como necessidade para melhorar o processo ensino aprendizagem um laboratório de química, mais professores qualificados atuando na área, tendo em vista que apenas dois professores atuam nesta e só um possui formação adequada. A partir do questionário I, foram apontadas pelos alunos como principais dificuldades de aprendizagem em química a metodologia do professor, a complexidade dos conteúdos e a sua própria falta de atenção e base de matemática, outros fatores que comprometem este processo são à motivação, a afinidade dos alunos pela disciplina e o tradicionalismo das aulas, já que a maioria afirmou não gostar da disciplina e não se sentirem motivados, afirmando também que os professores só utilizam o livro, o quadro e o pincel, não trazem inovações e não realizam aulas experimentais. A sugestão para melhoria das aulas vem reafirmar isto, onde manifestaram a vontade de realizar aulas experimentais, de utilização de projetor de slides e filmes, como também a ampliação do número de aulas e uma melhor relação professor/aluno. Na fase final, o questionário II, realizado com os professores apontaram respostas semelhantes, estes reconhecem que suas aulas são tradicionais e baseadas no uso de livro didático, quadro e pincel, mostram ter consciência que as aulas deveriam ser mais voltadas ao cotidiano dos alunos, afirmam também que os métodos de ensino que utilizam não são os mais adequados que a disponibilidade de uma laboratório de química na escola ajudaria muito a motivar tanto os professores quanto os alunos. Quanto às dificuldades no ensino, foram distintas, um professor afirmou ser a falta de motivação dos alunos pelas aulas enquanto o outro apontou a não formação na área como principal dificuldade.

Conclusões

Com os resultados obtidos nota-se que a grande dificuldade dos alunos em aprender química esta na forma tradicionalista com que as aulas são ministradas. É visto que a escola pública brasileira apresenta um déficit de recursos materiais e de incentivos ao professor, mas este não deve atribuir somente a esses fatores o motivo da sua atuação tradicional, isso pode ser minimizado através da mudança de estratégia didática, em busca de uma "química" mais dinâmica e atrativa para os alunos, por meio de jogos, aulas práticas ou pelo simples fato de relacionar a química com o cotidiano.

Agradecimentos

Referências

FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. Ed. 38. São Paulo: Paz e Terra, 1996.