Autores

Silva Junior,, C. (IFRN) ; Bizerra, A. (IFRN)

Resumo

Este trabalho enfoca a aplicação de um jogo como proposta pedagógica para o ensino de nomenclatura dos compostos orgânicos. Este foi realizado em uma Escola de Ensino Médio que apresentava alunos com dificuldades de aprendizado neste assunto. Em muitos casos estas dificuldades, também encontradas em outras escolas, devem-se a falta de interesse e motivação, que unidas à forma de ensinar pouco atrativa de alguns professores, não permitem que o aluno consiga concretizar o conhecimento. O objetivo deste jogo é proporcionar ao aluno uma aula motivadora, que desperte o seu interesse neste conteúdo e que, por consequência, permita o seu aprendizado.

Palavras chaves

Jogo ; Motivação; Aprendizagem

Introdução

A Química é uma disciplina imprescindível no currículo do Ensino Básico, pois trata da explicação de vários fenômenos recorrentes no cotidiano dos alunos, porém o que se observa na rotina da maioria das aulas de desta disciplina é a falta de interesse e as dificuldades encontradas pelos alunos para entender esta matéria. Uma alternativa pedagógica para sanar essas dificuldades é a aplicação de jogos Químicos como instrumentos lúdicos. Segundo Benedetti et al (2009, p. 89) “o uso do lúdico pode ser uma ferramenta que desperte o interesse na maioria dos alunos, motivando-os a buscar soluções e alternativas que resolvam e expliquem as atividades lúdicas propostas”. Esse desinteresse por parte do estudante deve ser visto com outros olhos pelo professor que preza pelo aprendizado de seus alunos. Segundo CAVALCANTI et al ( 2007, p. 1), “o jogo desperta o interesse, devido ao desafio que ele impõe ao aluno. O aluno desafiado busca, com satisfação, a superação de seu obstáculo, pois o interesse precede a assimilação”. A respeito dos jogos químicos, Soares (2004, p. 180) diz que é possível despertar o interesse do aprendiz para o ensino de química, fazendo-se jogos que busquem representar os eventos microscópicos e abstratos de forma macroscópica e palpável. Os jogos Químicos em sala de aula, segundo Cunha (2012, p. 96) podem e devem ser utilizados como recursos didáticos na aprendizagem de conceitos. Estes podem auxiliar na aprendizagem dos estudantes, sendo utilizados como recurso mediador/facilitador para a obtenção da informação por estes. Este trabalho objetiva mostrar um jogo que foi utilizado como ferramenta pedagógica facilitadora no ensino de nomenclatura dos compostos orgânicos, em uma escola de Ensino Médio da cidade de Icapuí no Ceará.

Material e métodos

Este jogo foi realizado em três turmas de terceiros anos (3°A, 3°B e 3°C) do Ensino Médio da Escola Gabriel Epifânio dos Reis. Inicialmente foram ministradas três semanas de aulas teóricas (duas por semana) sobre hidrocarbonetos, nos quais foram trabalhadas as estruturas e nomenclaturas de todas as subclasses de hidrocarbonetos. Na quarta semana, foi realizado (em duas aulas) o jogo intitulado por “jogo do sim ou não”. A sala de aula foi dividida em cinco grupos de seis alunos, pois as turmas desta escola continham, em média, trinta estudantes. As regras são as seguintes: 1. O professor desenha uma estrutura de um hidrocarboneto, com sua respectiva nomenclatura, em um pedaço de papel e depois guarda em uma caixa de papelão; 2. As equipes não podem entrar em contato umas com as outras; 3. Cada grupo, em sua vez, faz uma pergunta ao professor, de modo que a resposta deste só poderá ser “sim ou não”; 4. Qualquer material didático, como livro, apostila, caderno ou até mesmo a internet, pode ser utilizado pela equipe para elaborar as perguntas e tentar descobrir as respostas; 5. Cada grupo só pode fazer uma pergunta por vez, porém se a resposta do professor for determinante para a descoberta da nomenclatura da substância, o grupo tem o direito de arriscar a resposta. Caso esta seja errada, o próximo grupo terá a mesma oportunidade e o anterior esperará sua vez, isso se antes nenhum outro descobrir a nomenclatura correta; 6. Cada resposta certa vale um ponto para a equipe. Vence o jogo a equipe que acertar o maior número de nomenclaturas. Nas aulas seguintes foram trabalhados os conteúdos concernentes aos compostos orgânicos oxigenados e nitrogenados e este jogo foi realizado em todos os trinta minutos finais de cada aula que envolveu esse assunto.

Resultado e discussão

O “jogo do sim ou não” foi aplicado nestas turmas por ter sido observada uma deficiência de aprendizado, por parte dos alunos, detectada na realização de atividades referentes ao assunto relacionado as nomenclaturas dos compostos orgânicos. No decorrer do jogo os educandos demonstravam um aumento significativo no entendimento do conteúdo, diante das respostas do professor, os mesmos, rapidamente, descartavam a possibilidade de uma ou outra determinada estrutura de hidrocarboneto e já colocavam como alternativas, outras substâncias. Outro ponto muito positivo observado, foi o envolvimento de toda a turma com o jogo, embora, no início, alguns alunos tenham ficado um pouco afastados, ao final, estes também se encontraram envolvidos. Os estudantes estavam muito motivados em descobrir as nomenclaturas das substâncias que o professor escondia na caixa. Depois da realização do jogo, o professor desenhou algumas estruturas no quadro e o mesmo observou que os alunos já conseguiam diferenciar bem as famílias e apresentavam uma grande evolução no entendimento da aplicação dos prefixos e radicais utilizados na montagem das nomenclaturas dos compostos orgânicos.

Conclusões

Diante dos resultados alcançados pela aplicação do “jogo do sim ou não”, entende-se que o emprego de jogos como recurso pedagógico nas aulas de química pode ser uma alternativa para que estas se tornem mais prazerosas e efetivas. Com relação à aplicação deste jogo, pode-se destacar sua contribuição para o entendimento, por parte dos estudantes, das relações entre as estruturas dos compostos orgânicos e suas respectivas nomenclaturas. Vale também ressaltar sua relevância para aplicações futuras, também por outros professores, visto que foi alcançado êxito em sua aplicação.

Agradecimentos

Agradeço ao todo poderoso Rei dos reis Jesus Salvador e a toda minha família, principalmente minha esposa, minhas filhas, minha mãe, meu pai e meu irmão.

Referências

BENEDETTI, E.F; FIORUCCI, A.R; PIRES, L.S.B; ALVES, J.C. Palavras cruzadas como recurso didático no ensino de teoria atômica. Química nova na escola, vol.31, n°2, p.88-95, 2009.

CAVALCANTI, E.L.D.; DEUS, T.C. e SOARES, M.H.F.B. Perfil químico: um jogo didático para promover a interação e o conhecimento. In: Anais. 30ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Química, 2007. Disponível em: < http://sec.sbq.org. br/cdrom/30ra/resumos/T0565-1.pdf>.Acesso em: 18 Dez. 2013.

CUNHA, M. B. Jogos no Ensino de Química: Considerações Teóricas para sua Utilização em Sala de Aula. Química Nova na Escola, vol.34, n° 2, p.92-98, maio 2012.
SOARES, M.H.F.B. O lúdico em química: jogos e atividades aplicados ao ensino de química. 2004. 203f. Tese (Doutorado em Ciências) – Centro de Ciências Exatas e de Tecnologia, Universidade Federal de São Carlos, São Carlos-SP, 2004.