Autores

Lima, S.O. (UECE) ; Guerra, M.H.F.S. (UECE) ; Cordeiro, E.M.S. (UFRN) ; Souza, C.A.G. (UECE) ; Júnior, J.F.M. (UFC)

Resumo

O presente trabalho visa avaliar a preocupação em preservar o meio ambiente para as gerações futuras incentivando o uso de energias renováveis. Esse contexto provocou o interesse na utilização de biocombustíveis, tanto álcool quanto o biodiesel, em nível internacional através de princípios da química verde. A química verde pode ser definida como a utilização de técnicas químicas e metodologias que reduzem ou eliminam o uso de solventes e reagentes ou geração de. A química por muitos anos foi vista como vilã pela sociedade e por meios de estudos e desenvolvimentos científicos, começou-se a observar que a química também poderia ser utilizada para salvar o meio ambiente principalmente dos desastres que vinham acontecendo, fazendo a utilização de produtos e processos químicos para reduzir.

Palavras chaves

BIODIESEL ; QUÍMICA; QUÍMICA VERDE

Introdução

Nos últimos anos tem-se tornado aparente o impacto econômico e ambiental dos combustíveis fósseis que alcançaram um nível crítico. Pesquisas têm sido realizadas em laboratórios para encontrar alternativas para esses combustíveis não renováveis, e uma área de interesses está nos combustíveis de biomassa voltado ao pensamento sustentável da química verde (OLIVEIRA, SUAREZ & SANTOS, 2008). Um desses tipos de combustíveis é o biodiesel que produzido pela transesterificação (transformação de um ácido graxo em um éster) de óleos vegetais, não contem compostos de enxofre e nitrogênio e, portanto, não contribuem para a formação da chuva ácida (GERIS, et al, 2007). Comparado ao óleo diesel derivado de petróleo, o biodiesel pode reduzir em 78% as emissões líquidas de gás carbônico, considerando-se a reabsorção pelas plantas. “O biodiesel é um biocombustível, produzido através da alcoólise de óleos vegetais - pode ser visto como um ganho ao ambiente, já que muitos geradores de energia atualmente movidos a óleo derivado do petróleo poderão ser substituídos por esse combustível verde” (CASTRO, 1999). Entretanto, apesar das informações promissoras de seus usos, são necessários muitos estudos ainda sobre esses novos materiais, principalmente porque eles solidificam em baixas temperaturas e decompõem em altas temperaturas. A síntese do biodiesel é feita a partir de óleos vegetais como soja, girassol, mamona, babaçu, dentre outros. A reação de transesterificação é catalisada por ácido ou base, dependendo das características do óleo e/ou gorduras utilizados. A Química Verde pode ser definida como o desenho, desenvolvimento e implementação de produtos químicos e processos para reduzir ou eliminar o uso ou geração de substância nociva à saúde humana e ao meio ambiente(FREITAG, 2003).

Material e métodos

O trabalho foi feito através de aulas práticas no laboratório de ciências de uma escola estadual, localizada em Fortaleza-Ce, onde foi trabalhada com turmas de ensino médio a produção de biodiesel com óleos vegetais. De início foi ministrada uma aula teórica a respeito de biodiesel e química verde, suas características química, física e biológica e seus conceitos, com enfoque na produção de biodiesel. Durante a aula tratou-se de aspectos históricos dos componentes químicos presentes em combustíveis, do biodiesel e da química verde. Durante a aula prática os alunos puderam através de reações obterem o biodiesel utilizando o seguinte procedimento: Na reação de transesterificação pesou-se 25g de óleo vegetal, 7 ml de metanol absoluto e 0,25g de hidróxido de potássio (KOH). Misturou-se o hidróxido de potássio como m metanol para obter o metóxido de potássio num erlenmeyer de 125ml. Depois se misturou o metóxido de potássio com óleo vegetal e agitou-se por 30 minutos. A reação ocorrida foi observada pela mudança de cor da solução que passa para marrom claro. Após 30 minutos, transferiu-se a mistura para um funil de separação de 250 mL para separação dos ésteres da glicerina que levou em torno de 40 minutos. Transferiu-se a glicerina para um béquer e foi aquecido em banho-maria e posteriormente a glicerina foi pesada. Na purificação dos ésteres (biodiesel) foi adicionado 50 mL de água quente ao funil para lavar os ésteres e agitou-se com cuidado. Esse processo foi repetido 3 vezes, até a água ficar transparente. A secagem dos ésteres foi realizada na chapa aquecedora em 110°C. Depois de concluídas todas as etapas, a massa de biodiesel produzido é pesada (LEITE, 2009).

Resultado e discussão

A utilização da aula prática experimental se mostrou bastante eficiente perante a forte aceitação dos estudantes para com essa metodologia de ensino, pois solidificou ainda mais os conteúdos assimilados teoricamente em sala de aula. Os alunos se mostraram bastante motivados e estimulados levando algumas indagações com situações da vida prática por meio de exemplos da vida cotidiana. Os mesmo puderam levantar conceitos a respeito do uso de materiais fósseis como fonte de energia e os riscos que estão atrelados a este uso, principalmente dos impactos ambientais que nosso planeta esta suscetível. Os estudantes puderam também comparar o uso das energias renováveis e das não renováveis e como o nosso país poderia rever estes usos. Desta forma os estudantes criaram não só uma visão química e científica a respeito do uso do biodiesel, mas também uma visão sustentável a respeito do uso da química verde e de princípios básicos que eles poderiam levar para casa a fim de serem aplicados.

Conclusões

É de suma importância nós educadores levarmos para os estudantes temas bastante transversais no tocante aos temas científicos tão abordados nos noticiários. O uso de recursos energéticos que agridam menos o nosso planeta é um tema amplamente debatido quando tratamos da sustentabilidade e da química verde. Os estudantes precisam também levar para seu cotidiano estes debates a fim de fomentar ainda mais uma visão crítica e desenvolvedora de atos cidadãos.

Agradecimentos

Referências

CASTRO, F. L.; Síntese de Biciclos via Adição de Michael e Condensação Aldólica Intramolecular a partir do 1-acetil-4-isopropenil-ciclopentano. Desenvolvimento de uma Nova Metodologia. Tese de Doutorado, Universidade Federal do Rio de Janeiro, 1999.
FREITAG, R. A.; LENARDÃO, E. J.; DABDOUB, M. J.; BATISTA, A. C. F.; SILVEIRA, C. C.; Química Verde – Os 12 princípios da química verde e sua inserção das atividades de ensino e pesquisa; Química Nova Vol. 26 nº 1. São Paulo, 2003.
GERIS, R.; SANTOS, N.A.C.; AMARAL, B.A.; MAIA, I.S.; CASTRO, V.D. e CARVALHO, J.R.M. Biodiesel de soja - Reação de transesterificação para aulas práticas de química orgânica. Química Nova, v. 30, n. 5, 2007
LEITE, A. C. Práticas de Química: de Lavoisier ao biodiesel. Secretaria da Educação. Fortaleza. 2009
OLIVEIRA, F.C.C.; SUAREZ, P.A.Z. e SANTOS, W.L.P. Biodiesel: possibilidades e desafios. Química Nova na Escola, n. 8, maio, p. 3-8, 2008
OLIVEIRA, E. B.; CASTRO, A. C. F.; RAIMUNDINI, S. L.; STRUMIELLO, L. D.
P.; Desenvolvimento sustentável e produção mais limpa: Estudo de caso
em uma empresa do setor moveleiro. Contexto, Porto Alegre, v.9, n.16,
2009.