Autores

Silva, L.V.A.T. (IFAL) ; Silva, V.T.N. (IFAL)

Resumo

Este trabalho apresenta um minicurso extensionista realizado no IFAL- Campus Maceió, tendo como objetivo promover uma melhor aprendizagem acerca das técnicas básicas de laboratório. Para tal, a produção de bioplásticos foi utilizada como estratégia contextualizante, para que de uma forma clara, fosse unida teoria com prática. O procedimento foi de grande valia para que os alunos aprendessem a temática abordada, pois ao fazermos essa unificação, observamos a minimização da dificuldade que tais tinham em compreender os procedimentos laboratoriais. Tivemos a grande participação da comunidade interna ao projeto e a integração da comunidade externa ao IFAL.

Palavras chaves

Bioplástico; Técnicas laboratoriais; Ensino de Química

Introdução

O bioplástico é um produto bastante pesquisado em todo o planeta. Sua produção nos laboratórios é recorrente, tal fato ocorre por haver a necessidade de obtenção de um material feito com matérias primas renováveis e sustentáveis, já que a busca pela preservação do meio ambiente se tornou uma tarefa prioritária nas últimas decádas. Juntando a possibilidade de um ensino laboratorial diversificado com as técnicas aplicadas na produção do bioplástico, pôde-se ampliar as formas de ensino introdutório às TBLAs (Técnicas Básicas de Laboratório). Os alunos que aprendem a fabricar o bioplástico adquirem conhecimentos sobre pesagem de sólidos, medição de volumes, secagem, aquecimento, vidrarias e suas funções, utilização de reagentes, segurança no laboratório e manuseio de equipamentos em geral (FARIAS, et al., 2009). Assim, além da importância do bioplástico e das diversas técnicas atreladas à sua produção, o presente trabalho visa retratar a experiência iniciada no IFAL, com o objetivo de proporcionar uma estratégia de ensino única e diversificada, a partir de contextualizações com nosso cotidiano, de modo que a disciplina de TBLA seja transmitida de uma maneira fácil e dinâmica.

Material e métodos

A prática foi realizada no Laboratório de Química Orgânica do Bloco de Química do Instituto Federal de Alagoas - Campus Maceió, pelo grupo de pesquisa “Ensino de TBLA a partir da produção de bioplásticos” contando com voluntários do curso técnico de química industrial do IFAL - Campus Maceió. Contamos também com uma turma do Ensino Médio e moradores da comunidade próxima ao Instituto, a qual não tinha conhecimentos sobre a área laboratorial. As aulas foram constituídas por duas etapas: uma teórica, sobre a segurança laboratorial, vidrarias, técnicas de separações de misturas, aquecimento e o comportamento ideal no local de trabalho (laboratório), e uma prática, na qual começamos os procedimentos experimentais, com aulas onde os próprios alunos fabricavam seus bioplásticos utilizando de reagentes como: hidróxido de sódio (NaOH), ácido acético do vinagre comercial, glicerina, entre outros. Com a ajuda dos voluntários, e usando dos conhecimentos adquiridos nas aulas teóricas, os alunos puderam colocar em prática tudo aquilo que aprenderam: manuseio de equipamentos como a capela, chapa aquecedora, balanças analíticas e semi-analíticas, estufas, entre diversos outros. Utilizamos de materiais de baixo custo e do nosso próprio cotidiano. No final de cada aula revisamos cada procedimento que eles haviam realizado, visto que isso era necessário para uma melhor fixação do conteúdo pelos envolvidos.

Resultado e discussão

Observamos que no início do minicurso ofertado, os alunos presentes não tinham muitos conhecimentos na área de TBLA, embora eles tivessem um grande interesse e carência em aprender tal disciplina. No processo de produção do bioplástico, foram abordados diversos temas referentes às técnicas laboratoriais, tais como secagem, pesagem de reagentes sólidos, aquecimento, determinação de pH, aferição de volumes dos reagentes, etc., também abrangendo vários tópicos relacionados à estrutura do laboratório. Ao usarmos de uma estratégia didática de ensino, conseguimos que houvesse um grande interesse e aprendizado da parte dos alunos. Avaliamos que para os adolescentes do ensino médio que apresentaram dificuldade nos temas de química experimental, em sua maioria, isso se dava por não haver um modo diversificado de docência, o qual é caracterizado pela presença do uso de uma metodologia mais dinâmica e que foge do padrão restritivo adotado pelas instituições de ensino (LÔBO, 2012; FERREIRA et al., 2010). Assim, percebe-se que a união da teoria de TBLA com o procedimento experimental envolvido na produção bioplástico, implica em êxito tanto na fixação de conteúdo teórico, quanto no aprimoramento de habilidades práticas.

Conclusões

No final do trabalho apresentado constatou-se que a dificuldade dos alunos em compreender os assuntos da disciplina de TBLA pode ser minimizada ou até mesmo vencida, desde que a apresentação desta aos envolvidos seja feita de maneira dinâmica e descomplicada, aproximando-os aos exemplos práticos e contextualizados. Verificou-se um grande aprendizado por parte da comunidade, que até então não tinha conhecimentos relacionados ao ambiente laboratorial. À vista disso, a metodologia empregada se mostrou viável e eficaz, no que se refere ao processo de aprendizagem.

Agradecimentos

À Pró-reitoria de Extensão (PROEX) e ao Instituto Federal de Alagoas pelo financiamento e disponibilização da estrutura necessária.

Referências

FARIAS, C. S. et al. A importância das atividades experimentais no Ensino de Química. 1º Congresso Paranaense de Educação Em Química. Universidade Estadual de Londrina, 2009.

FERREIRA, L. H. et al. Ensino Experimental de Química: Uma Abordagem Investigativa Contextualizada. Revista Química Nova na Escola, nº 2, p. 101-106, 2010.

LÔBO, S. F. O trabalho experimental no ensino de Química. Revista Química Nova, v. 35, nº 2, 2012.