Autores

Soares, N.L. (UFPA) ; Lins, J.P.C. (UFPA) ; Cardoso, R.L. (UFPA) ; Souza, J.R.T. (UFPA)

Resumo

A necessidade do Ensino de Química Ambiental fica evidente no decorrer do tempo, pois com os avanços tecnológicos, as tragédias ambientais também se expandem. Esta pesquisa teve o intuito de identificar se a Educação Ambiental (EA) está se desenvolvendo nas turmas da 1ª e 2ª etapa da Escola E.E.F.M. Dona Helena Guilhon (Belém-PA). Os dados da pesquisa foram coletados através de questionários sobre as concepções dessas duas turmas sobre Educação Ambiental. Os dados obtidos relataram que os alunos têm uma visão superficial de EA, conhecem poucos temas que relacionam o assunto e que esses conhecimentos foram adquiridos através de sua experiência de vida e não necessariamente na escola. Em suma, observa-se que a EA, na referida escola não está se desenvolvendo como o esperado.

Palavras chaves

Concepções; Ensino de Química; Educação Ambiental

Introdução

O educador deve refletir no seu papel como formador de futuros cidadãos e por em prática que ensinar não é transmitir conhecimento e sim ajudar o aluno a construir seu próprio conhecimento de maneira paralela e dinâmica ao seu cotidiano. Nesse contexto, a Educação Ambiental (EA) é um dos pontos significativos da sociedade, pois auxilia os alunos na compreensão de boa parte dos fenômenos químicos do seu cotidiano, devendo destacar as “problemáticas reais de forma crítica, permitindo ao aluno desenvolver capacidades como interpretar e analisar dados, argumentar, tirar conclusões, avaliar e tomar decisões” (PCN+EM, 2002). Os artigos 2 e 3 da Lei 9.795/99 dão suporte a Educação Ambiental (EA), pois determinam que a EA é um componente essencial e permanente e deve fazer parte de todos os níveis e modalidades de ensino (seja de caráter formal ou não-formal), onde todos têm direito a educação ambiental. “A constatação de que o avanço tecnológico tem sido associado à degradação do meio ambiente faz crescer o interesse mundial pela Educação Ambiental (EA)” (RUA; SOUZA, 2010), o que faz haver uma procura mais acentuada sobre formas de suprir os problemas ambientais em questão. Assim, a Educação Ambiental deve ser o polo inicial para esta mudança, se desenvolvendo para satisfazer as novas necessidades sociais. Foi aplicado um questionário com o objetivo analisar o conhecimento dos alunos sobre Educação Ambiental de duas turmas, uma de 1ª etapa e outra da 2ª etapa, da Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Dona Helena Guilhon (Belém-PA) e também identificar se a EA está se desenvolvendo de acordo com a carência atual do planeta.

Material e métodos

O método utilizado para a avaliação da situação da educação ambiental dos alunos da 1ª e 2ª etapa (turno da noite), da Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Dona Helena Guilhon, foi um questionário. Foram aplicados 40 questionários (com 8 questões cada) sendo divididos em 20 questionários para a 1ª etapa e 20 questionário para a 2ª etapa. O questionário continha questionamentos voltados para a concepção dos alunos sobre Química Ambiental, a importância ou não do estudo de EA para a sociedade, seus conhecimentos sobre os principais pontos trabalhados em EA e a necessidade de estuda-la.

Resultado e discussão

Foi realizada uma análise qualitativa e quantitativa nos 40 questionários da 1ª e 2ª etapa, em que na análise qualitativa, foi evidente que os alunos não têm um conceito definido de Educação Ambiental. Na parte quantitativa, a maior parte dos alunos, 62%, já ouviram falar sobre EA e 38% nunca ouviram falar sobre EA; 81% dos alunos acham a EA um assunto importante e 19% não quiseram ou não souberam opinar. No gráfico 1 pode-se observar os principais temas abordados em Educação Ambiental, onde os alunos foram questionados sobre já terem tido algum contato com estes determinados temas, o tema mais conhecido entre eles foi a Reciclagem do Lixo (25%), os temas menos conhecidos foram Chuva Ácida (7%), Energias Renováveis e Não Renováveis (7%) e Combustão (7%), já o tema Química Verde (0%) não é conhecido por nenhum aluno. A análise qualitativa mostrou que o contato com estes temas foram principalmente através de suas percepções do dia- a-dia e não especificamente na escola. 75% dos alunos acreditam que seja importante estudar sobre este assunto e 25% não quiseram ou não souberam opinar. Através dos dados, nota-se que, na escola, os artigos 2 e 3 da Lei 9.795/99 não estão sendo realmente colocados em prática, pois, a análise qualitativa demonstrou que a noção que os alunos têm sobre Educação Ambiental foi obtida através de sua vivência e por meios de comunicação e não necessariamente no âmbito escolar.

Conclusões

Em suma, os alunos da 1ª e 2ª etapa da Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Dona Helena Guilhon (em Belém-PA), possuem uma noção do que seja Educação Ambiental por meio de conhecimentos adquiridos durante seu cotidiano. Os meios de comunicação foram os principais meios para a obtenção de uma base sobre a EA e é importante destacar que na referida escola, a Educação Ambiental não é um dos enfoques principais, ela é apenas comentada durante as aulas juntamente com outros conteúdos relacionados.

Agradecimentos

Agradecemos a UFPA, ao professor Jorge Trindade que nos auxiliou na realização deste trabalho e aos alunos da escola por colaborarem com esta pesquisa.

Referências

BRASIL, Secretaria de Educação Média e Tecnológica. PCN+ Ensino Médio: orientações educacionais complementares aos Parâmetros Curriculares Nacionais. Ciências da Natureza, Matemática e suas Tecnologias. Brasília: MEC, SEMTEC, 2002.

BRASIL. Lei 9.795, de 27 de abril de 1999. Dispõe sobre Educação Ambiental e institui a Política Nacional de Educação Ambiental, e dá outras providências. DOU 28.04.1999. Disponível em: <www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9795.htm.> Acesso em 04 de jun. de 2014.

RUA, E.R. e SOUZA, P.S.A. Educação Ambiental em uma abordagem Interdisciplinar e Contextualizada por Meio das Disciplinas Química e Estudos Regionais. Química Nova na Escola, n. 2. p. 95-100, 2010.