Autores

Lins, J.P.C. (UFPA) ; Soares, N.L. (UFPA) ; Cardoso, R.L. (UFPA) ; Souza, J.R.T. (UFPA)

Resumo

Ainda há muitos obstáculos a serem vencidos para que se elimine o antigo estigma que a química tem de ser uma disciplina “difícil e desinteressante”, que faz com que o aluno antes mesmo de conhecer a disciplina, não tenha uma empatia pela mesma. Uma alternativa para tornar as aulas mais visuais e interessantes é o uso de instrumentos educacionais. Foi feita uma análise na turma de Licenciatura em Química da Universidade Federal do Pará, visando conhecer a concepção dos futuros professores sobre o jogo lúdico “Tabela Maluca” (GUIMARÃES, Orliney Maciel.), que foi demonstrado para a turma durante a disciplina “Instrumentação para o ensino da química”, e qual importância – na opinião pessoal dos futuros docentes – da aplicação dos jogos lúdicos.

Palavras chaves

jogos lúdicos; tabela maluca; instrumentos

Introdução

Para Trindade (2011), em sala de aula, o jogo pode ser extremamente importante como instrumento pedagógico, pois se torna um motivador e facilitador para o ensino-aprendizagem, sendo utilizado como meio de interação e fazendo com que os alunos assimilem conteúdos e incorporem atitudes e valores de uma forma agradável e divertida. Os jogos lúdicos tornaram-se um importante instrumento no desenvolvimento do conhecimento em sala de aula. Mas, como vários instrumentos do nosso dia-a-dia, este só alcança sua finalidade quando usado da forma correta. Não é interessante aplicar um jogo, sem antes analisar suas consequências, pois ao invés de ter o resultado desejado, o mesmo pode conseguir confundir ainda mais os alunos a respeito do conteúdo abordado, ou não ter efeito nenhum. Para que este instrumento esteja apto a ser aplicado, precisa apresentar duas características fundamentais: a educativa e a lúdica. A educativa é a construção do conhecimento, saberes, competências e habilidades. Segundo Kishimoto (1996), a lúdica está relacionada ao caráter de diversão e prazer que um jogo propicia. O presente trabalho buscou avaliar a concepção dos formandos em Licenciatura em Química, da Universidade Federal do Pará, a respeito do jogo “Tabela Maluca”, que foi aplicado durante a disciplina “Instrumentação para o Ensino da Química”.

Material e métodos

O método utilizado para a avaliação da concepção dos graduandos em licenciatura em química da turma de 2011 da Universidade Federal do Pará sobre o Jogo “Tabela Maluca”, foi um questionário. Foram aplicados 7 questionários, com 9 questões cada. O questionário continha questionamentos voltados para a concepção dos alunos sobre o uso de jogos lúdicos (em especial o jogo que foi demonstrado ), a pretensão que os futuros professores têm – ou não – de fazer uso deste instrumento em suas futuras aulas, e os malefícios que o uso indevido que os jogos podem trazer.

Resultado e discussão

Após uma análise qualitativa, pôde-se observar que 100% dos alunos entrevistados acharam o jogo útil e são a favor do uso de jogos lúdicos em aulas de química. Numa análise mais aprofundada e quantitativa, notamos que os resultados continuam positivos e apenas um, dos sete entrevistados, não pretende fazer uso do jogo “Tabela Maluca” em suas futuras aulas. Os futuros professores que foram entrevistados disseram que o jogo mencionado estimula a aprendizagem, mostra a química no cotidiano do aluno, e facilita a construção de conceitos químicos. 28,57% dos entrevistados enalteceram a importância de aplicar este instrumento após uma aula expositiva, onde os conceitos já foram mostrados. 42,57% dos entrevistados apontaram um possível malefício que o jogo pode acarretar: a competitividade. Por isso, a apresentação do jogo deve ser feita com cautela e sempre sob a observação do professor.

Conclusões

Os entrevistados não acreditam que o jogo possa causar confusão ou se opor a conceitos químicos, atrapalhando assim a construção do conhecimento do aluno. Os resultados foram muito positivos e apontam que os futuros graduados da turma de 2011 de Licenciatura em Química pretendem fazer uso deste jogo lúdico e que aprovam o uso de outros instrumentos. Esta análise indica uma mudança no cenário da educação, uma mudança que busca ferramentas para que o aluno se sinta motivado a aprender.

Agradecimentos

Agradecemos ao professor Jorge Trindade e aos colegas da turma de Licenciatura em Química de 2011 da UFPA por colaborarem com esta pesquisa.

Referências

KISHIMOTO, T.M. O jogo e a educação infantil. In: ______. (Org.). Jogo, brinquedo, brincadeira e educação. São Paulo: Cortez, 1996.

GUIMARÃES, Orliney Maciel. Química: atividades lúdicas no ensino de química e
a formação de professores. Curitiba: PPGE/UFPR, 2008. (Cadernos Pedagógicos do
Prodocência 2006/UFPR, volume 5).

SOUZA, Jorge Raimundo da Trindade. Instrumentação Para o Ensino de Química. 1. ed. Belém: Ed. da Ufpa, 2011.