Autores

Valmir, J. (IFPE) ; Portugal, J. (UPE) ; Tenukino, C. (IFPE)

Resumo

A pesquisa teve como ponto de partida investigar se os alunos tem contato e conhecimento periodicamente com o tema, tendo em vista a relevância do mesmo para a sociedade, então foi realizado um estudo de caso. Realizamos a aplicação de um questionário junto aos alunos para vermos como está sendo tratado tópicos importantes da ciência nuclear. O estudo mostra que os discentes tiveram o conhecimento em sala de aula a respeito do tema, e vemos que os discentes concluintes do ensino médio, não estão claramente esclarecidos a respeito do tema.

Palavras chaves

Ensino; Energia Nuclear; Popularização do Ensino

Introdução

Todos nós sabemos o conceito que maioria da sociedade tem sobre “radioatividade”, ao falarmos nesse tema logo as pessoas remetem a algo prejudicial à saúde.Contudo sabemos da grande aplicabilidade que tem as ciências nucleares, na prevenção e descoberta de doenças, na geração de energia, na irradiação de alimentos para que os mesmo possam permanecer “duráveis” por mais tempo, na esterilização do lixo hospitalar, dentre outras aplicabilidades que tem e que grande parte da sociedade é leiga em relação a este aspecto. A opção brasileira pela Energia Nuclear tem como ponto favorável o fato de possuirmos a sexta maior reserva mundial de urânio (cerca de 300 mil toneladas), suficiente para nos assegurar a independência no suprimento de combustível por muito tempo. Além disso, dois terços do território permanecem inexplorados quanto à presença do metal (INB, 2009). No entanto, o Brasil ainda importa o urânio enriquecido (necessário para se fazer o elemento combustível), embora a tecnologia para o enriquecimento já seja aplicada no país, em escala laboratorial, para a produção de combustível de reatores de pesquisa. Na pesquisa podemos avaliar, através de um estudo de caso, se tópicos relevantes da ciência nuclear estão sendo abordados no ensino médio, e o conhecimento dos alunos a respeito do tema. Realizamos o estudo de caso no EREM José Joaquim da Silva Filho, que faz parte da rede pública de ensino, localizada na cidade de Vitória de Santo Antão, mata centro do estado de Pernambuco.

Material e métodos

A pesquisa foi realizada através de um estudo de caso em uma turma do 3º ano do ensino médio na escola José Joaquim da Silva Filho que faz parte da rede pública de ensino do município de Vitória de Santo Antão, no estado de Pernambuco. Realizamos a coleta de dados junto aos 34 (trinta e quatro) alunos, por meio de um questionário contendo 4 (quatro) perguntas referentes a conhecimentos sobre a ciência nuclear, com perguntas abertas e fechadas no qual continha perguntas inerentes ao conhecimento acerca de tópicos relevantes da ciência nuclear. As perguntas fechadas foram colocadas para nos mostrar os conhecimentos específicos dos discentes, e as abertas para vermos as respostas de cunho pessoal dos discentes.

Resultado e discussão

Através da análise das respostas dos alunos, pudemos perceber que embora o tema tenha sido abordado em sala de aula, necessita que seja dada uma enfase maior a parte de aplicabilidade e benefícios da ciência nuclear em prol da sociedade. Percebemos que a maioria dos discentes só assimilam ciência nuclear com alguns de seus acidentes, e as consequências dos mesmos. Na primeira questão indagamos os alunos se eles já haviam estudado sobre energia nuclear em sala de aula, e solicitamos que apresentassem o que foi estudado no caso de respostas verdadeira. Vimos que dos 34 (trinta e quatro) alunos que responderam ao questionário, apenas 2 (dois) nunca ouviram falar sobre energia nuclear, e as outras 32 (trinta e duas) estudaram em sala de aula, dividindo-se em assuntos diferente como acidente nuclear, aplicação da energia nuclear, e que energia nuclear seria algo obtido através do núcleo do átomo. Na segunda questão buscamos saber se os alunos reconheciam o símbolo da radioatividade que é o trifólio, que adverte acerca da existência de radiação. Dos 34 (trinta e quatro) alunos que responderam o questionário 30 (trinta) reconheceram o símbolo do trifólio, 2 (dois) assimilaram o trifólio com o símbolo de risco biológico, e 2 (duas) assimilaram a chama acesa. Na terceira pergunta questionamos os alunos se já haviam tido alguma informação sobre a energia nuclear através de um meio de comunicação, e que meio foi esse. Os 34 (trinta e quatro) informaram que sim, sendo 29 (vinte e nove) através da televisão e 5 (cinco) através da internet. Na quarta questão perguntamos o que faz lembrar o termo "energia nuclear". 30 (trinta) alunos remetem esse termo a destruição causada pelos acidentes nuclear que aconteceram, remetem principalmente a bomba nuclear, e 4 (quatro)a eletricidade.

Gráfico 1 - Conhecimento sobre ciência nuclear

Através do gráfico 1, observamos que só 2 (dois) dos alunos nunca ouviram falar sobre ciência nuclear, e que 32 (trinta e dois) já ouviram falar.

Conclusões

É necessário que o tema seja trabalhado com mais frequência em sala de aula, para que os discentes possam passar a perceber a relevância que a ciência nuclear tem perante a sociedade, e que assim as pessoas possam tornar-se capaz de discutir políticas voltadas para a aplicabilidade da ciência nuclear, como hoje já encontramos várias, porém é desconhecida por grande porcentagem da sociedade, a ciência nuclear precisa de fato ser desmistificada.

Agradecimentos

A Deus, que se faz presente e operante, e a EREM José Joaquim da Silva Filho pela receptividade.

Referências

BARBIERI, G. Os riscos da energia nuclear: Governo promete concluir Angra III e
uma das 6 usinas previstas poderá ser no Rio São Francisco. Brasil de Fato. Disponível
em:http://www.boell-latinoamerica.org/download_pt/Os_riscos_da_energia_nuclear.pdf-
Acesso em 13 abr. 2009.

GONÇALVES, O. D.; ALMEIDA, I. P. S. A energia nuclear e seus usos na sociedade.
Ciência Hoje, São Paulo, v. 37, n. 22, out. 2005. p. 36-44.

INDÚSTRIAS NUCLEARES DO BRASIL. Com sexta maior reserva mundial de
urânio, país não pode abrir mão de energia nuclear. Ministério da Ciência e Tecnologia.
Disponível em: http://www.inb.gov.br/inb/webforms/interna2.aspx?campo=54. Acesso em
11 maio 2009.

ALEXANDRE, M. J. O. A construção do trabalho científico: um guia para projetos,
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