Autores

Silva, K.C. (IFPI) ; Silva, J.B. (IFPI) ; Cruz, S.S. (IFPI) ; Santos, R.V. (IFPI) ; Araujo, T.C. (IFPI)

Resumo

O lixo gerado de restos de comida e materiais orgânicos reintegra-se aos ciclos naturais e serve como adubo, porém com a industrialização e o crescimento populacional houve um acréscimo da produção de lixo e seu descarte inadequado se tornou um problema social. Na tentativa de ameniza-lo é necessário que cada um faça sua parte, e o lugar mais propício para o começo do processo de sensibilização é a escola, ambiente de formação integral do ser humano. Nesta reflexão, o objetivo desse trabalho é propor métodos de explanação de temas sobre o meio ambiente, como o descarte inadequado do lixo, que favorece ao aluno um pensamento crítico sobre a importância de reciclar o lixo, sugerindo soluções para este impasse.

Palavras chaves

Educação ambiental; Reciclagem do lixo; Conscientização

Introdução

As pessoas consideram como lixo, tudo aquilo que se joga fora e que não tem mais utilidade, julgando-o como uma massa indiscriminada de materiais, entretanto, com um olhar criterioso, podemos observar na sua composição vários tipos de resíduos, que precisam de manejo diferenciado (SILVA, 2007). Como consequência do aumento populacional e dos processos de desenvolvimento, a produção de lixo vem aumentando em todas as regiões do país. (IBGE, 2013). Em decorrência desse acréscimo, também houve um aumento na produção de resíduos sólidos, que são fontes de compostos orgânicos voláteis, pesticidas, solventes e metais pesados. (GOUVEIA, 2012). O descarte inadequado desses diversos materiais podem causar vários impactos ambientais, uma vez que, a maioria possuem metais pesados em sua composição e o excesso desses metais no solo aumenta a possibilidade deles serem inseridos na cadeia alimentar e consequentemente, contaminar os seres vivos. Não dá apenas para eliminar o lixo, mas podemos diminuir sua produção, reduzindo o consumo e reutilizando sempre que possível. (JÚNIOR, 2012). Para que isso aconteça precisamos mudar alguns paradigmas, repensar em nossos conceitos de vida e cada um de nós fazermos uma parte, iniciando por nossas residências, nas escolas e no trabalho. Nesse contexto, a proposta de reciclagem do lixo deve ter ênfase nas escolas, nas primeiras séries do ensino fundamental, uma vez que o aluno passará a ter desde cedo uma visão crítica diante dos problemas relacionados com o descarte inadequado dos resíduos bem como as consequências ambientais evidenciadas por eles, e assim os educandos contribuirão para a amenização dos problemas causados pelo lixo.

Material e métodos

Essa atividade foi realizada por estudantes do Curso de Licenciatura em Química do IFPI através da disciplina de Estágio Supervisionado III. Na regência da disciplina de ciências em uma turma do 6° ano do ensino fundamental, numa escola municipal situada na cidade de Parnaíba – PI. A princípio foi entregue para a professora de ciências um questionário que contemplava perguntas sobre a metodologia utilizada em sala de aula ao explicar assuntos que envolvem questões ambientais e quais as dificuldades encontradas. A explanação do conteúdo LIXO e DOENÇAS RELACIONADAS foi abordada através de vídeos, imagens e relatos de pessoas que mantêm contato direto com o lixo, nos relatos foram comentadas as consequências e as doenças causadas pelo descarte inadequado do lixo. Em seguida a turma foi dividida em grupos, e os alunos foram induzidos a proporem “possíveis soluções” para os problemas de descarte inadequados do lixo e de suas doenças. Na aula vídeo foi explicado sobre o princípio dos três erres (3R’s) – reduzir, reutilizar e reciclar. Fatores associados com estes princípios devem ser considerados, como o ideal de prevenção e não geração de resíduos, somados à adoção de padrões de consumo sustentável, visando poupar os recursos naturais e conter o desperdício.

Resultado e discussão

Analisando o questionário que foi entregue a professora, identificou-se que as aulas eram monótonas e que o conteúdo era repassado apenas através de exposições no quadro, não havia a utilização de outro material capaz de sensibilizar os alunos. A maior dificuldade dos docentes foi exatamente, encontrar metodologias alternativas que facilitassem a assimilação dos conteúdos vistos em sala de aula, com o cotidiano. No início da regência, a aula foi expositiva e dialogada, sem outros recursos auxiliares, onde observarmos que para os alunos, o assunto LIXO e DOENÇAS RELACIONADAS tratavam-se apenas de mais um tema e não houve a percepção de sua importância. No entanto, no proceder das aulas, quando foram apresentados os vídeos, fotos e relatos sobre o descarte inadequado do lixo, os problemas ambientais e as doenças relacionados a ele, os discentes compreenderão a dimensão deste problema, sentiram-se motivados a fazer sua parte, e em conjunto com os professores criaram uma horta no âmbito escolar, circundada por garrafas PETE e utilizando como adubo, o material orgânico oriundo do resto da merenda escolar, confeccionaram também, cartazes com dicas de reciclagem, imagens e mensagens de sensibilização. De acordo com o estudo realizado, ficou notório que com a nova metodologia utilizada nas aulas, 90% dos educandos apresentaram êxito no aprendizado e sobreveio a compreender a importância do tema, fator que antes desta, contemplavam apenas 30% dos alunos.

Conclusões

A partir do questionário e da regência em sala de aula, diagnosticou-se que assuntos que envolvem as questões ambientais não estão sendo apresentados de uma maneira satisfatória. Diante disso, os alunos, muitas vezes não conseguem perceber a dimensão e a importância dos temas ambientais. É possível afirmar que nas aulas que foram utilizados os materiais (fotos, vídeos e relatos) visando à sensibilização dos estudantes, foram alcançados os objetivos propostos, levando os alunos a repensarem sobre suas atitudes e a propor ideias para ajudar o meio ambiente através do descarte adequado do lixo.

Agradecimentos

A Deus, a Professora Doutora Janiciara Botelho Silva e a minha amiga Simone Silva da Cruz.

Referências

GOUVEIA, N. Resíduos sólidos urbanos: impactos socioambientais e perspectiva de manejo sustentável com inclusão social Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/csc/v17n6/v17n6414.pdf. Acesso: 20/12/2013 às 16:46h.

IBGE- Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, Disponível em: http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/condicaodevida/pnsb/defaulttab.sht. Acesso em 22/012/13 às 20:43h

JÚNIOR, L. S.- Lixo e a necessidade de Reduzir, Reutilizar, Reciclar e Repensar. Embrapa Meio Ambiente, 2012. Disponível em: http://www.cnpma.embrapa.br/down_hp/506.pdf. Acesso 17/03/2014 às 14:38h

SILVA, Bruna Daniela da, OLIVEIRA, Flávia Cremonesi, MARTINS, Dalton Lopes, Resíduos Eletroeletrônicos no Brasil, Santo André, 2007. Disponível em: http://lixoeletronico.org/system/files/lixoeletronico_02.pdf. Acesso:24/03/2014 às17:53h.