Autores

Silva, A.M. (UECE/UFC) ; Galvão, F.C.A. (UECE)

Resumo

Este trabalho reporta a utilização de jogos em sala de aula como recurso didático para auxiliar a prática docente e facilitar a aprendizagem dos alunos quanto ao estudo da Química. Apresenta-se aqui as pesquisas realizadas com professores e alunos quanto a utilização de jogos didáticos e, com o objetivo de demonstrar-se a importância e a eficácia desse recurso para a compreensão do conteúdo ministrado em aula. Elaborou-se ainda um terceiro instrumento avaliativo direcionado somente aos alunos no intuito de verificar se estamos enveredando pelo caminho certo ao defendermos, neste trabalho, a utilização de jogos didáticos em sala de aula como recurso indispensável para a assimilação de conhecimentos no que diz respeito ao estudo da Química.

Palavras chaves

jogo didático; ensino de química; aprendizagem

Introdução

Ensinar requer paciência e conhecimento por parte de quem o faz. O conhecimento acerca do que será repassado a pessoa que se propõe a aprender algo, não pode ser simplesmente dado a saber de qualquer forma nem através de qualquer método, ensinar implica em dividir com alguém um conhecimento específico acerca de algum assunto. Neste contexto, este trabalho apresenta uma maneira de adquirir conhecimento, especificamente, ligados à disciplina de Química, mas que ao ser observado por outro viés, possa servir de alicerce para que outros professores/pesquisadores se posicionem com relação ao método de ensino aqui explorado, o qual defende que a utilização de jogos com objetivos didáticos sejam engajados nos planos de aula, a fim de facilitar a contextualização e, consequentemente, compreensão dos aspectos teóricos abordados em sala de aula. O leitor pode, nesse instante, questionar o porquê de jogos com objetivos didáticos serem importantes no ensino de disciplinas, pois também foi feito esse questionamento e foi por meio dele que este trabalho surgiu, nos apresentando a possibilidade de termos em mãos outro recurso tão ou mais didático do que as tecnologias das quais dispomos hoje em dia para poder repassar da melhor forma os conteúdos inerentes às disciplinas de Química. Enfim, espera-se que, com este trabalho,os jogos didáticos comecem a configurar no planejamento mensal ou mesmo diário, de nossos colegas como sendo uma ferramenta importante para auxiliar a prática didática a fim de facilitar a aprendizagem dos alunos no que diz respeito ao ensino e estudo da Química.

Material e métodos

A pesquisa foi dividida em duas (02) etapas: uma referente aos alunos e a outra, aplicada aos professores, sendo que ambas tiveram sua realização em unidades educacionais estaduais. A Escola Estadual de Ensino Profissionalizante Comendador Miguel Gurgel, situada em Fortaleza-CE, selecionada para realizar a 1ª etapa da pesquisa, a qual constituiu-se de uma aplicação de questionário para os alunos da instituição citada. A escola trabalha com adolescentes que cursam o 1º e o 2º ano do ensino médio, oferecendo, além do curriculum regular os seguintes cursos técnicos: Administração, Contabilidade, Informática e Secretariado. 280 alunos participaram da pesquisa, distribuídos em oito turmas. Foram ouvidos 25 professores de Química de 18 escolas estaduais do Ceará. Os dados foram coletados através de dois questionários os quais perguntaram a respeito da aplicação de um jogo didático em sala de aula, sendo um para os professores e outro para os alunos.

Resultado e discussão

Os seus professores já ministraram aulas com a utilização de jogos didáticos? Do total de 280 alunos que participaram da pesquisa, 85 % responderam sim, e 15%, responderam não. Questionado aos alunos que responderam sim, qual a relação ao grau de importância da utilização dos jogos? 38% responderam que é excelente, 36%, que é ótimo, 16% afirmaram ser bom, 9%, que é regular e somente 1% respondeu que é ruim (gráfico 1). Para facilitar o entendimento, dividiremos as respostas referentes a essa questão em três linhas de estudo: a primeira se refere a todos aqueles alunos que veem no jogo didático uma ferramenta facilitadora do conhecimento. Então, tivemos 176 alunos (63%). A segunda linha de estudo se refere àqueles que não opinaram sobres as respostas, ou seja, aqueles que deixaram em branco ou não souberam responder que inclui 21% e a terceira linha de estudo se refere aqueles que não acreditam na utilização dos jogos como um agente intermediário importante para facilitar a aprendizagem dos alunos, sendo esse total de 46 alunos o que corresponde a 16% dos alunos. Questionado aos professores sobre a utilização dos jogos didáticos em sala de aula, 76% responderam não e apenas 24% responderam sim. O resultado referente á seguinte questão: em que área da química o professor aplica com mais frequência o jogo didático? Dos 25 professores entrevistados apenas 6 fazem uso de jogos didáticos, ficando assim distribuídos: 2 opinaram pela área da química orgânica o que corresponde a 8%, 3 pela área da inorgânica o que corresponde a 12% e apenas um professor que não soube identificar a que área da química foi feito uso do jogo (gráfico 2).

GRÁFICO 1

Importância dos jogos didáticos para os alunos.

GRÁFICO 2

Esse gráfico mostra as áreas das aplicações dos jogos didáticos

Conclusões

O objetivo principal deste trabalho é demonstrar a eficácia da utilização de jogos com objetivos didáticos, ou seja, jogos didáticos, como facilitador da aprendizagem dos conteúdos de Química. Baseado no levantamento pode-se concluir que: os métodos de ensino utilizados por professores da rede publica, em algumas escolas, ainda é bastante precário quanto a diversificação de recursos didáticos. As aulas, comumente, seguem um mesmo padrão de apresentação, o qual está condicionado à exposição de conteúdos e aplicação das atividades referentes ao que foi ministrado em sala.

Agradecimentos

Referências

CUNHA, H.S. Brinquedo, desafio e descoberta. 1. ed. Rio de Janeiro: FAE\ MEC, 1998.

GARBIN, Elizabete Maria. O lúdico na Formação do Educador. 6. ed S. Paulo: Editora Vozes, 2004.

JOGO DIDÁTICO, Ludo Químico para o ensino de nomenclatura dos compostos orgânicos; Disponível em http://cienciasecognicao.org. Acesso em: 22 ago. 2013.

KISHIMOTO, Tizuko Morchida. O jogo, Brinquedo, Brincadeira e a Educação. 9. ed. São Paulo: Editora Cortez, 2006.