Autores

Silva, A.M. (UECE/UFC) ; Ferreira, F.S. (UECE)

Resumo

Neste trabalho foi realizada uma investigação sobre as concepções dos alunos do ensino médio da Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Estado de Alagoas, localizada em Fortaleza-CE acerca do aprendizado, das práticas pedagógicas e da importância dos conteúdos das disciplinas de Química, com o objetivo de expor a complexidade que caracteriza o ambiente escolar e obter informações que possam auxiliar os futuros professores de Química do ensino médio no desenvolvimento de práticas pedagógicas que possam motivar o aprendizado desses conteúdos. O estudo foi realizado com uma amostragem de 80 alunos das três séries do ensino médio, bem como professores e grupo gestor através da aplicação de um questionário investigativo.

Palavras chaves

estudo de caso; ensino de química; práticas pedagógicas

Introdução

O ensino de química deve estar presente no cotidiano da vida dos estudantes. Entretanto, quais as dimensões desse ensino são consideradas para efeitos de avaliações e porque os estudantes do ensino médio tendem a apontar a disciplina de química como sua grande dificuldade? Tendo em vista essas reflexões, põe-se como imperativo a discussão da finalidade do ensino da disciplina de química. Sabe-se que a Química é a ciência que estuda a estrutura da matéria, suas transformações e os impactos advindos da sua utilização. Diante disso, a experimentação é colocada como importante instrumento nesse processo de ensino/aprendizagem. Há quem defenda que a falta de laboratórios adequados dificultam a realização de aulas práticas e que a falta de cursos de aperfeiçoamento dos profissionais para a proposição de alternativas para facilitar esse entendimento são pontos centrais para um novo olhar sobre o ensino de Química. Este trabalho surgiu da necessidade de encontrar respostas para as dificuldades dos alunos vividas em sala de aula. Num primeiro momento, observou-se, enquanto professor temporário da escola objeto de estudo, quais são as reiteradas queixas dos estudantes com relação ao estudo de química e em momento posterior foram aplicados questionários com perguntas que pudessem explicar essas observações. No decorrer da pesquisa percebeu-se que o sistema educacional ainda engatinha quando comparado a rapidez da informação que chega aos estudantes e que é imprescindível que, na função de educadores, possamos acompanhar essas transformações com novas práticas pedagógicas, novos olhares, novos paradigmas. Ao final, entendendo que o trabalho científico é instrumento capaz de orientar essa mudança, faz-se sugestões para os problemas apontados.

Material e métodos

A presente pesquisa se deu no espaço da Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Estado de Alagoas, situada na Barra do Ceará, em Fortaleza/CE, que possui um contingente de mais de 1.175 (mil cento e setenta e cinco) alunos nos turnos da manhã e da tarde, destes 793 são estudantes do ensino médio. Foram aplicadas 80 (oitenta e cinco) entrevistas alunos de cada turma nos turnos manhã, tarde e noite, ainda os 04 (quatro) professores que lecionam a disciplina de química e o 03 (três) profissionais do grupo gestor da escola, totalizando 97 entrevistas. E por fim, foi feito a análise dos dados obtidos e a consolidação da pesquisa.

Resultado e discussão

Com relação ao uso do laboratório de química, 66% dos entrevistados do grupo gestor entendem que o laboratório de química é usado regularmente, enquanto para 34%, o laboratório é usado raramente. Questionado aos professores sobre a realização de experimentos no laboratório, todos responderam que realizam regularmente. 50% dos professores afirmaram que o laboratório tem estrutura adequada e 50% responderam que não está estruturado suficientemente. Todos os professores questionados responderam que o conteúdo passado em sala de aula tem ligação com o cotidiano da vida dos alunos. Isso pode se dá, por essa análise inicial, pelo conteúdo exigido no ENEM, que tem como base os conhecimentos práticos aplicados a cada disciplina. Os professores foram unânimes em dizer que a grande dificuldade em lecionar química é a dificuldade dos alunos com cálculos matemáticos. Esse dado nos remete, imediatamente a ideia de interdisciplinaridade. Ou seja, se conseguirmos aliar as duas disciplinas a fim de facilitar o aprendizado pode ser que se consiga superar essa dificuldade. Dos 80 alunos entrevistados 74 (setenta e quatro) deles responderam que a química é interessante, enquanto que somente 6 não acham a disciplina interessante. Esse dado é essencial porque oferece um ambiente bastante animador para o professor de química, que, embora seja uma matéria na qual os alunos tem algumas dificuldades, para a grande maioria é uma ciência considerada interessante. apenas 9 responderam achar fácil o estudo de química e 71 alunos declararam não achar fácil o ensino de química (gráfico 1). Questionado aos alunos sobre a frequência que que são realizadas aulas no laboratório, 71,25% declararam que raramente são feitas experiências e 28,75% disseram que nunca aconteciam experimentos (gráfico 2).

GRÁFICO 1



GRÁFICO 2



Conclusões

Os resultados obtidos mostram que a maioria dos alunos entrevistados aponta que o conhecimento dos conceitos químicos não são fáceis, mesmo destacando a importância da matéria para sua vida prática e profissional. Entre os professores a dificuldade com a matemática é também um grande obstáculo a ser ultrapassado. Também citam como dificuldades para aprender os conteúdos das disciplinas de química, a explicação dada pelos professores em sala de aula, o que evidencia a necessidade do uso de novas práticas pedagógicas para motivar a aprendizagem dos conteúdos de química no ensino médio.

Agradecimentos

Referências

GONÇALVES, F.P; GALIAZZI, M.C. A natureza das atividades experimentais no ensino de Ciências: um programa de pesquisa educativa nos cursos de Licenciatura. In: MORAES, R.;MANCUSO, R., Educação em Ciências-Produção de Currículos e Formação de Professores, Ijuí: Unijuí, p.237-252, 2004.

MAGALHÃES, Mariza. Técnicas criativas para dinamizar aulas de Química. Niterói, RJ:Editora Muiraquitã, 2002.

PEREIRA, A. R. S. Contextualização. Disponível em: www.mec.gov.br. Acesso em: 15 set. 2013.

VALADARES, E.C. Propostas de experimentos de baixo custo centradas no aluno e na comunidade. Química Nova na Escola, n. 13, p. 38-40, 2001.