Autores

Santos, J.D. (UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO) ; Melo, N.F. (UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO) ; Anjos, J.A.L. (UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO)

Resumo

Nessa proposta trabalhamos com 48 estudantes de uma escola situada na cidade de Caruaru-PE, onde foram abordados teoricamente conceitos de íons, soluções e reações eletrolíticas, buscando favorecer a compreensão dos modelos pertinentes ao entendimento de tais conceitos a partir de um software de simulação. Observamos como os estudantes concebiam esse processo de ensino aprendizagem baseado nos aspectos do conteúdo (Pozo, 2009). Nossos resultados foram satisfatórios visto que os alunos se engajaram no processo de ensino aprendizagem, participando, questionando e socializando ideias. A avaliação desse processo foi analisada através de elaboração de um texto dissertativo feito pelos alunos. Os resultados alcançaram os objetivos esperados nessa proposta.

Palavras chaves

Ensino; Software; Análise do conteúdo

Introdução

Os softwares de simulação são empregados com o auxílio de modelos que seria um programa computacional proporcionando ao aluno a capacidade de visualizar o que acontece no mundo microscópico (Esquembre, 2002). Ao utilizamos softwares de simulação no ensino como recurso no processo de ensino-aprendizagem estamos propiciando aos alunos um melhor desenvolvimento de interpretação e compreensão dos conteúdos (Oliveira, Melo, Silva e Vasconcelos, 2013). A alfabetização científica como destaca Chassot (2003,p.91) que seria a linguagem da ciência construídos pelos homens e pelas mulheres para explicar o nosso mundo natural surge como perspectiva na aquisição da aprendizagem significativa. Assim, a apropriação de formas dinamizadas de ensino pode levar ao aluno a uma melhor associação e compreensão dos conceitos. Para tal finalidade utilizamos um software de simulação para abordar os conceitos de soluções eletrolíticas na condução de corrente elétrica.

Material e métodos

Baseados na perspectiva da análise do conteúdo proposta por Bardin (2006) realizamos uma aula de cunho teórico e participativa nas discussões com os estudantes. Para complementar nossas atividades tivemos como recurso o Sugar and Salt Solutions desenvolvido pelo Grupo Physics Education Technology (Phet), da Universidade do Colorado (EUA), distribuído gratuitamente, através do link http://phet.colorado.edu/ para explicar todos os processos de dissolução e condução de corrente elétrica envolvida na exposição da aula teórica. Há 48 alunos do 9º ano do ensino fundamenta de uma escola pública situada no município de Caruaru - PE, foram ministradas 5 aulas, as quais compunham uma estratégia didática organizada em dois momentos distintos, porém articulados. No primeiro momento em 3 aulas geminadas abordamos de forma teórica com o auxílio de Datashow e quadro os conteúdos: íons e reações químicas associada a formação de íons na condução de corrente elétrica. Discussões foram feitas onde os alunos participaram nos debates gerados. Noutro momento em 2 aulas geminadas trabalhamos esses conceitos utilizando o software de simulação e pedimos que os alunos fizessem um pequeno texto dissertativo com o tema: “Uma solução composta de vinagre, outra de sal de cozinha e outra de açúcar transmite ou não transmite corrente elétrica?”, a fim de analisar a aprendizagem significativa dos estudantes.

Resultado e discussão

Ao analisamos os alunos nos aspectos ligados ao conteúdo como define Pozo (2009) em conceituais, procedimentais e atitudinais durante a abordagem dos conceitos nas aulas teórica, onde os alunos o tempo todo levantavam ideias e fizeram perguntas, pois o conteúdo sempre surgia com algo relativo ao dia a dia desses. Alguns alunos perguntaram sobre o uso de alguns produtos comerciais na condução da corrente elétrica, o que carecia de uma abordagem ligada aos conceitos de ácido e base.: “Professor o que faz a corrente chegar no outro lado da bacia contendo a solução acendendo assim a lâmpada?”, “É possível que o vinagre ou a Coca-Cola conduza corrente elétrica também?”. Ao abordar os conceitos com a utilização de softwares a apreensão dos alunos foi maior, pois esses o tempo todo estavam perguntando algo referente ao abordado na aula teórica associando com o software. Onde algumas perguntas foram dirigidas: “Professor os íons fazem a condução da corrente elétrica?”, “É possível acender a lâmpada colocando mais água ou açúcar na bacia que já contém água com sal?”. Quando analisamos o texto pedido constatamos que as respostas dos alunos forma satisfatórias, onde os mesmos compreenderam os conceitos de íons, transferência de cargas, formação de íons em solução associados à condução elétrica, a natureza elétrica das soluções e reações eletrolíticas, onde foram constatadas respostas como: “Se conduz é porque tem íons”, “A lâmpada acende quando temos algo que irá produzir íons, dessa forma o sal em água conduz, mas a água com açúcar não. Isso porque uma forma uma solução iônica e a outra uma solução molecular”, “Se colocássemos os lados dos fios ligados a uma lâmpada no limão essa lâmpada iria se acender porque o limão é ácido e, portanto pode conduzir corrente elétrica”.

Conclusões

Uma aula teórica expositiva atrelada à participação dos estudantes pode levar um aprendizado significativo onde constatamos uma evolução na compreensão e associação dos conceitos. Ao utilizamos um software em consonância com o conteúdo trabalhado, concluímos que nossos resultados sugerem que essa dinâmica pode trazer bons resultados nos diversos aspectos como participação, curiosidade, aprendizagem e motivação dos alunos. As análises feitas no texto dissertativo dos estudantes mostram claramente a apropriação dos conceitos e da linguagem científica.

Agradecimentos

CAPES, PIBID, Universidade Federal de Pernambuco – UFPE, Centro Acadêmico do Agreste – CAA.

Referências

BARDIN, L. Análise de conteúdo (L. de A. Rego & A. Pinheiro, Trads.). Lisboa: Edições 70, 2006.

CHASSOT, A. Alfabetização Científica: uma Possibilidade para Inclusão Social. Revista Brasileira de Educação, n.22, p.91, 2003.
ESQUEMBRE, F. (2002). Computers in Physics Education. Computer Physics Communications, 147(1-2), 13-18.
OLIVEIRA, S. F.; MELO, N. F.; SILVA, J. T.; VASCONCELOS, E. A. Softwares de Simulação no Ensino de Atomística: Experiências Computacionais para Evidenciar Micromundos. Química Nova na Escola, v.35, n.1, 2013.

POZO, J. I. ; CRESPO, M. A. A aprendizagem e o ensino de ciências: do conhecimento cotidiano ao conhecimento científico. Porto Alegre: ARTIMED, 2009.