Autores

Nascimento, A.M.S. (INSTITUTO FEDERAL DE PERNAMBUCO) ; Santos, V.A. (INSTITUTO FEDERAL DE PERNAMBUCO) ; Ferreira, A.K.B. (FACULDADE OSMAN LINS) ; Souza, D.O. (INSTITUTO FEDERAL DE PERNAMBUCO) ; Perdigão, C.H.A. (INSTITUTO FEDERAL DE PERNAMBUCO) ; Freire, M.S. (INSTITUTO FEDERAL DE PERNAMBUCO) ; Nascimento, I.R.S. (UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO) ; Teixeira Filha, A.A. (INSTITUTO FEDERAL DE PERNAMBUCO)

Resumo

Apresenta-se o resumo de uma intervenção realizada na EREM José Joaquim da Silva Filho, no município de Vitória de Santo Antão-PE, abrangendo seis turmas do I ano do Ensino Médio, totalizando 242 alunos, no período de Abril e Maio de 2014. Tratou-se de uma pesquisa-ação, no âmbito do PIBID do IFPE-CVSA. Objetivou-se observar a resposta da utilização de um jogo didático relacionado à distribuição eletrônica. As ações metodológicas constituíram-se em: (I) aplicação de uma lista de exercícios; (II) aplicação do jogo didático com a turma; (III) aplicação de uma segunda lista de exercícios. Em uma das dimenões, obteve-se melhora cognitiva em cerca de 93%. O jogo "Dados Pauling" poder ser utilizado com um dos instrumentos para auxiliar ao ensino de "Distribuição Eletrônica".

Palavras chaves

Ensino de Química; Jogo Didático; Distribuição Eletrônica

Introdução

Muitos são os problemas encontrados em diversas Escolas Estaduais, no âmbito do processo de ensino-aprendizagem, principalmente nas disciplinas de Física, Química e Matemática. O Programa de Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência, que se desenvolve no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Pernambuco, campus Vitória de Santo Antão, tem como um dos objetivos desenvolver estratégias inovadoras de superação de dificuldades relativas ao Ensino de Química. Diversas são as estratégias de intervenção no processo educacional. Dentre elas está a utilização dos jogos didáticos. Os jogos proporcionam ao aluno uma forma prazerosa e divertida de estudar, além de oferecer ao professor uma maneira diferente de avaliar a assimilação do alunado em relação aos conteúdos estudados, de revisar conteúdos ou como um meio mais dinâmico de fixar o conhecimento, permitindo a identificação de erros de aprendizagem. (ZANON et al., 2008). Além disso, o professor pode auxiliar o aluno na tarefa de formulação e reformulação de conceitos, ativando seus conhecimentos prévios e articulando-os a uma nova informação que está sendo apresentada. (POZO, 1998). No momento em que ele encara o jogo como uma brincadeira, aprende o conteúdo sem perceber. (KISHIMOTO, 1994). No entanto, o jogo não deve ser utilizado ao acaso, mas visto como uma das atividades dentro de uma sequência definida de aprendizagens e um meio a ser usado para se alcançar determinados objetivos educacionais. Nesse contexto, objetivou-se observar a resposta da utilização de um jogo didático relacionado à distribuição eletrônica, em uma escola parceira do Instituto como campo de trabalho, no âmbito do PIBID.

Material e métodos

Essa pesquisa teve uma abordagem qualitativa, constituindo uma pesquisa-ação aplicada na EREM José Joaquim da Silva Filho, no município de Vitória de Santo Antão-PE. Abrangeu as seis turmas do primeiro ano do Ensino Médio, totalizando 242 alunos, no período de Abril e Maio de 2014. Após a abordagem teórica pelo docente da disciplina acerca do conteúdo de distribuição eletrônica por subníveis energéticos, foram propostas algumas atividades de aplicação dos conceitos aos alunos. Na observação de suas respostas, foram diagnosticadas dificuldades cognitivas relacionadas ao tema. A partir daí, as ações metodológicas constituíram-se em três etapas: (I) aplicação de uma lista de exercícios; (II) aplicação do jogo didático “Dados Pauling” com a turma; (III) aplicação de uma segunda lista de exercícios. O jogo Dados Pauling(Figura 1 abaixo) totaliza seis dados de seis faces. Previamente, foram construídos seis cubos de isopor que foram cobertos com folhas A4, impressas e fixadas nos dados, contendo imagens associadas aos níveis de energia (dado 1), aos subníveis energéticos (dado 2), à quantidade de elétrons (dados 3,4,5,6). O jogo foi complementado com cartas sobre cada elemento químico, contendo informações como o número atômico e outras características. O jogo pode envolver duas ou mais equipes, as quais devem observar as regras. O trabalho em equipe é importante, por poder possibilitar ações na Zona de Desenvolvimento Proximal (VIGOTSKY, 2007, p. 97). O professor deve, ainda, adotar a função de mediador, tecendo comentários, elucidando possíveis dúvidas e também motivando a discussão e exposição de diferentes pontos de vista. Cada equipe tem apenas 180 segundos para responder a distribuição eletrônica, a quantidade de elétrons (e-), o nome do elemento químico e o símbolo.

Resultado e discussão

Os momentos de aplicação do jogo foram bastante valiosos, podendo-se observar mudanças atitudinais e comportamentais com relação à dinâmica da sala de aula. Em todas as turmas observou-se uma efetiva participação dos alunos, que mostraram-se bastante entusiasmados em participarem da atividade sugerida. Como coleta de dados foram aplicadas cinco questões. Observa-se uma brusca diferença nas respostas entre os pré e pós testes. A figura 02 a seguir ilustra bem o afirmado: Na questão 01 (Qual é a distribuição eletrônica do átomo 26Fe56?), 69 alunos responderam o pré-teste, enquanto que 168 responderam o pós teste, correspondendo a uma evolução de cerca de 41%. Na questão 02 (Faça a distribuição eletrônica até o subnível 4s1, ache a sua quantidade de elétrons, e o elemento químico e o símbolo), 22 alunos responderam o pré-teste, enquanto que 197 responderam o pós teste, correspondendo a uma evolução de cerca de 72%. Na questão 03 (Qual a estrutura eletrônica, em ordem geométrica, de um elemento químico de número atômico 77) , 38 alunos responderam o pré-teste, e enquanto que 151 responderam o pós teste, correspondendo a uma evolução de cerca de 47%. Na questão 04 (Faça a distribuição eletrônica e ache quantos níveis de energia tem o 35Br80,), 22 alunos responderam o pré-teste, enquanto que 136 responderam o pós teste, correspondendo a uma evolução de cerca de 47%. Na questão 05 (Quantos elétrons possui o subnível 3p5 ), 51 alunos responderam o pré-teste, enquanto que 144 responderam o pós teste, correspondendo a uma evolução de cerca de 93%. Com base nos resultados dos diagnósticos, pré e pós da utilização do meio, a partir dos dados acima, analise-se que os discentes aprimoraram significativamente seu desempenho relacionada a temática abordada.

Figura 01 - Ilustração dos Dados



Figura 02 - Respostas das Questões dos Discentes no Pré e Pós Diagnós



Conclusões

Conclui-se, portanto, que o jogo didático é um instrumento que modifica positivamente o ambiente escolar no tocante às relações estabelecidas em sala de aula. Os dados demonstraram que essa ferramenta ajudou no processo de ensino e aprendizagem de Química, contribuindo para que o discentes envolvidos, em sua maioria, desenvolvessem habilidades de identificação dos subníveis e realização da distribuição eletrônica de vários elementos químico. Por fim, o jogo "Dados Pauling" poder ser utilizado com um dos instrumentos para auxiliar o ensino de "Distribuição Eletrônica" em química geral.

Agradecimentos

Os autores agradecem a Deus Cláudio Perdigão, Aguinalda Alves pelas valiosa orientação, PIBID/CAPES e a EREM José J. da Silva Filho pela confiança

Referências

• KISHIMOTO, T. M. Jogo, Brinquedo, Brincadeira e a Educação. São Paulo: Cortez, 1996. 183p.
• POZO, J. I. Teorias Cognitivas da Aprendizagem. 3ª ed. Tradução de J. A. Llorens. Porto Alegre: Artmed, 1998. 284p.
• VYGOTSKY, L.S. A Formação Social da Mente. São Paulo, 2007. P. 97
• ZANON, D. A. V.; GUERREIRO, M. A. S.; OLIVEIRA, R. C. Jogo didático Ludo Químico para o ensino de nomenclatura dos compostos orgânicos: projeto, produção, aplicação e avaliação. Ciências & Cognição, v. 13, n. 1, p. 72-81, 2008.