Autores

Teófilo, J.A.A. (UVA-CE) ; Araújo, N.V. (UVA-CE) ; Santos, F.G.F. (UVA-CE) ; Silva, D.S. (UVA-CE)

Resumo

Aulas de eletroquímica desempenham um papel importante na formação de alunos de ensino médio. Através de conceitos eletroquímicos, um estudante é capaz de entender e compreender determinados fenômenos relacionados ao conteúdo, como por exemplo, o processo de oxidação dos metais. Porém, Professores muitas vezes sentem-se desestimulados ao lecionar o conteúdo. Por se tratar de um assunto que envolve conceitos lógicos e matemáticos os estudantes encaram tal disciplina como chata e de difícil aprendizado. Tendo em vista esse grande desafio, decidimos incrementar ao conteúdo de eletroquímica, aulas práticas sobre o assunto em questão, com o objetivo de tornar o conteúdo ministrado em sala de aula em algo mais atrativo e eficaz.

Palavras chaves

eltroquímica; prática; ensino

Introdução

O conteúdo de eletroquímica foi escolhido como objeto de estudo, considerando a importância desse assunto no entendimento dos fenômenos físicos e químicos, fazendo com que o aluno possa compreender e relacionar tais fenômenos com seu cotidiano. Além disso, é um conteúdo considerado de difícil compreensão por parte dos alunos, tendo sido apontadas dificuldades conceituais com relação a noções como: oxidação, redução, corrente elétrica, condutibilidade elétrica em soluções, representação de reações de óxido-redução e potencial de re¬dução (Lima e Marcondes, 2005). Uma solução bastante viável é o uso de atividades experimentais, que tem por objetivo, melhorar a aprendizagem do conteúdo científico, uma vez que os alunos aprendiam os conteúdos, mas não sabiam aplicá-los ou relacioná-los com seu cotidiano. Com isso, aulas experimentais tornam o ensino de eletroquímica uma via de mão dupla, onde prática e teoria complementam-se em prol do aprendizado.

Material e métodos

Para a realização da atividade prática, usaram-se materiais de baixo custo e de fácil obtenção, alguns desses materiais disponíveis no próprio laboratório da escola. Alunos bolsistas do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência vinculada à Universidade Estadual Vale do Acaraú – PIBID/UVA, realizaram a aplicação de uma atividade teórica no Laboratório de Ciências da Escola Estadual de Ensino Médio R.S.N, localizada em uma cidade no interior do Ceará, onde trabalhou-se com quatro turmas de 2º ano com cerca de 30 alunos por turma em dias alternados. Na atividade teórica, foram ministrados conceitos básicos sobre oxidação e redução; funcionamento e principais constituintes de uma pilha, como eletrodos, eletrólitos, circuito externo e circuito interno (ponte salina) e fluxo de elétrons. Na prática, os alunos foram divididos em seis grupos, cada grupo tinha como objetivo montar uma pilha utilizando alimentos tais como, batata, tomate, laranja, limão e melancia, utilizando como eletrodos placas de cobre e de zinco. Para a leitura da voltagem, foi utilizado um multímetro, e como temos uma pequena DDP (diferença de potencial) por unidade de alimento, os alunos foram orientados a fazer ligações em série, para se obter uma maior voltagem por pilha. Para a comprovação da geração de cargas elétricas, uma calculadora de 1,5 V foi conectada em cada pilha.

Resultado e discussão

Com a realização da prática foi possível despertar um maior interesse para com a disciplina e o tema abordado. Algumas equipes conseguiram realizar as ligações logo de início, já outras precisaram da ajuda para a realização do experimento, uma vez que, as ligações foram feitas em série, e alguns alunos tinham dificuldade de distinguir pólo positivo (placa de cobre) e negativo (placa de zinco), causando um curto-circuito. Todavia, todas as pilhas apresentaram uma voltagem significativa fazendo com que o funcionamento da calculadora fosse possível. Percebeu-se que, no decorrer do experimento, os alunos empenharam-se bastante para a realização da prática de maneira correta, fato observando quando os estudantes percebiam a verificação de corrente elétricas através do multímetro. Ao final do experimento, discutiu-se mais um pouco sobre o funcionamento de baterias convencionais, fazendo comparações com os experimentos realizados no laboratório, onde se observou que os estudantes foram capazes de perceber as principais semelhanças e entender, de um modo simplificado, sua composição e seu funcionamento. Com os resultados obtidos, confirmamos que a aplicação desta atividade para o tema eletroquímica possibilitou ao estudante uma aprendizagem bem mais eficaz quando comparado com uma aula meramente teórica.

Figura 1

Pilha feita com batatas

Figura 2

pilha feita com laranjas

Conclusões

Observou-se que o desempenho e a percepção dos alunos aumentaram significativamente durante e após o experimento, uma vez que o método trabalhado foi algo bastante inovador e inédito, levando em consideração que os alunos daquela escola nunca haviam participado de uma aula experimental sobre o tema eletroquímica. Por tanto, acreditamos que os resultados aqui obtidos, indicam que há possibilidade em trabalhar experimentos de baixo custo, tornando-se algo bastante viável e produtivo, onde foi permitido aos alunos uma abordagem de maior amplitude sobre o tema eletroquímica.

Agradecimentos

CAPES, entidade do Governo Brasileiro voltada para a formação de recursos humanos, e à Universidade Estadual Vale do Acaraú- UVA e o Curso de Química.

Referências

LIMA, V.A. e MARCONDES, M.E.R. Atividades experimentais no ensino de química. Reflexões de um grupo de professores a partir do tema Eletroquímica. Enseñanza de las Ciencias, v. extra, p. 1-4, 2005.