Autores

Virginia da Silva, R. (IFPE) ; Lemos Silva, J. (IFPE) ; Gomes Nunes, F. (ETE - EPITÁCIO PESSOA) ; Carlos Araújo dos Anjos, L. (IFPE) ; Galdino da Silva, A. (IFPE) ; Brito da Cruz, J. (IFPE)

Resumo

Em nosso dia-a-dia, utilizamos alguns equipamentos que dependam de uma pilha para seu funcionamento. Nas aulas clássicas de química, pilhas é um tópico que costuma ser exposto de uma forma abstrata e, algumas vezes, distante de aplicações práticas do cotidiano. Este trabalho, portanto, tem por objetivo, apresentar através de aulas teórico-práticas a possibilidade de tornar mais prazeroso e estimulante o aprendizado de pilhas nas aulas de química, utilizando-se de materiais de fácil aquisição e baixo custo.

Palavras chaves

Pilhas; Cotidiano; Ensino de Química

Introdução

Bizzo (2012) fala sobre as muitas expectativas e interesse que aulas de ciências proporcionam a seus ouvintes. Entretanto, relata sobre a importância que cabe ao professor de intervir de modo a criar condições e situações (por meio de experimentos, por exemplo) que permitam a ampliação dos conhecimentos prévios dos estudantes. E para tais expectativas há a necessidade de mudanças na forma de abordar um assunto científico, pois contrário a isso, resultará no desestimulo encontrado muitas vezes em alguns ambientes escolares. Atuar neste sentido possibilita conduzir não apenas os conceitos científicos de pilha, mas impulsiona a prática docente. Esta iniciativa pode proporcionar um melhor desempenho e interesse dos estudantes na disciplina de Química. O conceito apresentado no ensino médio para pilhas é de dispositivos onde ocorre espontaneamente reação de óxido-redução produzindo corrente elétrica (CANTO e PERUZZO, 2010). Tal assunto normalmente é apresentado de forma teórica e abstrata, sem que haja a visualização prática destes fenômenos. Dessa forma, apresentar pilhas de forma lúdica poderá proporcionar ao discente conhecimento prático suficiente para uma melhor compreensão do conteúdo.

Material e métodos

A intervenção foi realizada com 30 estudantes do 3º ano A do ensino médio da Escola Técnica Estadual Epitácio Pessoa, localizada no Cabo de Santo Agostinho - PE. Duas aulas (1 hora e 40 minutos) foram utilizadas para tal intervenção. Iniciou-se com uma apresentação teórica do assunto, em que foi utilizado o livro didático adotado pela escola (CANTO e PERUZZO, 2010), notebook e projetor multimídia. A aula expositiva ocorreu de forma participativa, com questionamentos sobre o assunto, numa metodologia construtivista (CACHAPUZ, 2011). Em seguida, foi apresentado uma pilha com materiais de fácil acesso: um limão (meio eletrolítico), uma moeda de cinco centavos (cobre), um clipe de papel (zinco na superfície) e um multímetro digital simples. Dois dias após a intervenção foi aplicado um questionário com duas perguntas aos estudantes. 1. Você gostou da forma como foi ensinado pilhas? Sim, em partes ou não. Justifique. 2. Para você, qual a importância dessas intervenções/reforços na construção do conhecimento?

Resultado e discussão

As discussões sobre a pilha apresentada (Fig. 1) foram feitas de maneira participativa. Os estudantes identificaram que a moeda de cobre por possuir maior potencial de redução que o zinco seria o cátodo da pilha, logo receberia os elétrons doados pelo clipe. O limão é ácido e, portanto, é um meio de alta concentração iônica, sendo assim uma solução condutora de eletricidade. Foi possível montar a equação global da pilha (Fig.2). Um dos estudantes questionou o modo como a pilha foi montada, já que normalmente pilhas são mostradas em dois recipientes com os eletrodos, o meio eletrolítico e uma ponte salina. Partindo desse questionamento foi possível listar para os discentes outros tipos de pilhas: pilha galvânica, pilha de ação local, pilha de aeração diferencial, entre outras. Quanto à primeira pergunta do questionário, 70% dos estudantes responderam sim, 20% em parte e 10% não gostaram. O principal fator de a maioria ter gostado foi, segundo eles, a forma como o tema foi abordado. Eles preferem aulas mais dinâmicas e, principalmente, que tenham mais experimentos. Um dos relatos obtidos foi: “(...) aulas assim nos ajudam a aprender mais, e também que gostamos mais da matéria”. Já para a segunda questão, todos os estudantes responderam positivamente à importância deste tipo de intervenção. Um dos estudantes relatou: “é extremamente importante para tudo, reforço, vestibular, as provas aqui da escola. É muito bom”.

Figura 1

Ilustração da pilha construída em sala de aula.

Figura 2

Equação global da pilha.

Conclusões

O experimento realizado com materiais de fácil acesso é importante no estímulo dos discentes a estudar, pesquisar e praticar sempre que possível os assuntos de química em seu cotidiano. Percebeu-se por meio do questionário aplicado que os estudantes reagiram positivamente à intervenção.

Agradecimentos

A CAPES e à Escola Técnica Estadual Epitácio Pessoa.

Referências

BIZZO, N. Ciências: Fácil ou Difícil? 2ª edição, São Paulo: Editora Biruta, 2012
CACHAPUZ, A.; GIL-PÉREZ, D. A necessária Renovação do Ensino das Ciências. 3ª edição, São Paulo: Cortez Editora, 2011.
CANTO, E. L.; PERUZZO, F. M. Química na abordagem do cotidiano. Volume 2. 4ª edição. São Paulo: Moderna, 2010.