Autores

Junior, C.A.R.W. (UFPA) ; Estumano, G.S. (UFPA) ; Moraes, J.C. (UFPA) ; Sá, R.R. (UFPA) ; Merces, E.V. () ; Batista, E.S. ()

Resumo

O ensino de Ciências nas últimas décadas passou por muitas transformações. Ultimamente reconhece-se a necessidade de utilizar diferentes estratégias para apresentar os conteúdos de química inseridos na disciplina Ciências no ensino fundamental. Entre essas estratégias encontra-se a experimentação. Este trabalho objetiva ressaltar a importância da experimentação no ensino química a nível de ensino fundamental; demonstrar que a experimentação proporciona a compreensão de conteúdo; ressaltar que a experimentação desperta a curiosidade e proporciona a interação entre alunos e professores. A pesquisa foi realizada em uma escola pública do município de Cametá. Constatamos que os alunos se envolveram com a atividade desenvolvida e a maioria demonstrou ter aprendido o conteúdo apresentado.

Palavras chaves

Ensino de Química; Fundamental; Experimentação

Introdução

As aulas de Ciências em muitas escolas continuam sendo realizadas na perspectiva tradicional de ensino apesar das inúmeras propostas de inovação para o ensino. A estratégia mais frequentemente utilizada pelos professores de ciências é a exposição oral, centrada no professor que pouco viabiliza a participação e a interação dos alunos. Os recursos geralmente são os mesmos em quase todas as escolas públicas: quadro e giz. Consideramos a necessidade de romper com esse modelo e implementar um modelo de ensino de Ciências que considere a pluralidade metodológica, ou seja, a utilização de diferentes estratégias de ensino. Segundo Freire (1997), para compreender a teoria é preciso experimentá-la. Para Krasilchik (2008), dentre as modalidades didáticas existentes, as aulas práticas são as mais adequadas. O desenvolvimento de aulas experimentais é importante para a construção do conhecimento científico, e por isso é imprescindível para o ensino de Ciências. Leva-se o laboratório à sala de aula, ao invés de levar os estudantes da sala de aula para o laboratório. Assim, quando se trata de atividades experimentais de fácil manipulação (simples e de demonstração), há a possibilidade de desenvolver em sala de aula, quando não há alternativa de ambiente apropriado. Os objetivos desse trabalho são: (a) ressaltar a importância da experimentação no ensino de química a nível fundamental; (b) demonstrar que a experimentação proporciona melhor compreensão de conteúdos; e (c) ressaltar que a experimentação desperta a curiosidade e proporciona a interação entre alunos e professores.

Material e métodos

A pesquisa foi realizada em três etapas na E.M.E.F. Prof.ª. Noêmia Martins, localizada no bairro Novo, município de Cametá, estado do Pará. Participaram da pesquisa 25 alunos do 9º ano do ensino fundamental, do turno vespertino. Na primeira etapa da pesquisa os alunos foram convidados a responderem um questionário com quatro questões abertas, a saber: (1) O que são misturas? (2) O que são substâncias? (3) O que são misturas homogêneas? e (4) O que são misturas heterogêneas? Na segunda etapa foi realizada a atividade experimental na sala de aula com o tema: Misturas e Substâncias. Os materiais utilizados nos experimentos foram: béquer, água destilada, ácido acético (vinagre), álcool comum, óleo de cozinha, açúcar, sal e areia. No momento da realização do experimento foram realizadas diferentes misturas como o auxílio dos alunos que foram convidados a participar. Os alunos se envolveram e demonstraram interesse pelo conteúdo que estava sendo apresentado. Após a realização das experimentações envolvendo o tema misturas e substancias realizamos a terceira etapa da pesquisa. Nessa etapa aplicamos o mesmo questionário aplicado no começo da aula, com o objetivo de verificar se os alunos conseguiram melhorar a compreensão dos conteúdos apresentados. Há diferentes formas de introduzir a experimentação nas aulas de Ciências. Dependo do conteúdo e do experimento que será realizado, o professor deve realizar o planejamento para determinar se o experimento vai ser realizado antes ou depois da apresentação do conteúdo. Para realização dessa pesquisa optamos em realizar o experimento após a apresentação do conteúdo.

Resultado e discussão

Após a coleta de dados através dos questionários, as respostas foram organizadas e analisadas. A análise das respostas nos permitiu constatar que os alunos demonstraram evolução na compressão do conteúdo: “Misturas e Substâncias”, como pode ser observado na Figura 1. Observamos que na primeira etapa infelizmente apenas 7 alunos demonstraram saber as respostas para as questões apresentadas; 10 alunos apresentaram respostas incompletas; enquanto que 8 alunos erraram todas as respostas. Após a realização da atividade envolvendo experimentação pudemos constatar uma modificação no cenário encontrado inicialmente, pois 13 alunos acertaram todas as respostas; 7 responderam de forma incompleta e apenas 5 continuaram com respostas erradas sobre o conteúdo. A posterior aplicação de questionários, revela aspectos que não podem mais ser ignorados na sala de aula. Segundo Rosito (2008), a utilização da experimentação é considerada para o ensino de Ciências, como essencial para a aprendizagem cientifica. Por um lado, constatamos a quase ausência de atividades experimentais nas aulas e, por outro, o grande interesse por esse tipo de atividade por parte de estudantes da turma. Estes resultados nos incentivam a levar a experimentação ao maior número de escolas possível dentro do período vigorante do projeto PIBID nas escolas do município, seja nas da sede ou nas das ilhas ao entorno.

Figura 1 - Resultados do aprendizado

Coluna 1 (azul) antes da aplicação de experimentos e Coluna 2 (coral) após a aplicação dos experimentos

Conclusões

Concluímos que os objetivos do trabalho foram alcançados, pois, os experimentos de química aplicados as turmas de ensino fundamental foram imprescindíveis uma vez que minimizaram a dispersão dos alunos elevando o interesse dos mesmos pela aula. Além disso, foi possível perceber o impacto dos experimentos no aprendizado uma vez que o nível de acerto a perguntas de química se elevou após o uso da atividade prática. Os alunos se apropriaram do conhecimento químico de forma ativa interagindo com o professor, demais colegas e os materiais das experimentações.

Agradecimentos

Universidade Federal do Pará/UFPA, Programa de Bolsistas de Iniciação à Docência (PIBID), E.M.E.F. Profª. Noêmia Martins e ao Prof Dr Gerson Estumano.

Referências

FREIRE, P. Pedagogia da Autonomia. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1997.
KRASILCHIK, M. Prática de Ensino de Biologia. São Paulo: Edusp, 2008.
ROSITO, B. A. O Ensino de Ciências e a Experimentação. In: MORAES, R. (org.). Construtivismo e Ensino de Ciências: Reflexões Epistemológicas e Metodológicas. Porto Alegre: EDIPUCRS, 2008.