Autores

Nabiça, M.G. (FAQUI/ UFPA) ; Pereira, C.C. (FAQUI/ UFPA) ; Lima, A.P. (SEDUC-PA) ; Dantas, K.G.F. (FAQUI/UFPA)

Resumo

Este trabalho teve como objetivo demonstrar como foi realizada a prática experimental sobre os assuntos Misturas e Densidade, executada juntamente com os bolsistas do PIBID Química da Universidade Federal do Pará em uma turma do 1° ano do ensino médio. Primeiramente foi realizado a explanação dos assuntos e posteriormente a realização de 3 experimentos, onde foi disposto o roteiro experimental com questionamentos, textos informativos e exercícios. Com a execução dos experimentos os alunos puderam visualizar como o assunto químico está aplicado na prática e participar de forma ativa dos experimentos. A experimentação mostrou- se como uma ferramenta que promove o dinamismo e a compreensão de fenômenos do cotidiano dos educandos.

Palavras chaves

Experimentação; Dinamismo; Compreensão

Introdução

No ensino de química, é evidente a necessidade de aulas mais atrativas, onde os professores atuantes devem ser críticos e ter consciência que ensinar não é repetir algo que foi lido, pois “saber ensinar não é transferir conhecimento, mas criar possibilidades para a sua própria construção” (FREIRE, 2011 p.47). Logo, os educadores devem deixar de planejar suas aulas como tradicionais e promover o dinamismo em classe, onde os alunos não serão alvos de excesso de matérias, que estimula a memorização mecânica e faz com que os estudantes sintam dificuldades em “relacionar a teoria desenvolvida em sala com a realidade a sua volta” (REGINALDO; SHEID; GÜLLICH, 2012 p.2). Desta forma, os professores “necessitam assumir o papel de agentes de transformação, para que as mudanças ocorram”( TREVISAN; MARTINS, 2008), onde o educador deve ter consciência que é um ser inconclusivo, capaz de sempre aprender mais e se adaptar a novos métodos educacionais. Neste enfoque, uma forma de deixar o ensino de química mais atrativo e possibilitar a construção de conceitos nos estudantes é a utilização da experimentação, sendo um recurso pedagógico que ainda é pouco usado, porém quando empregada corretamente, “é uma aliada do processo de ensino-aprendizagem” (Santana; Santos; Carvalho, 2011) que facilita a compreensão dos conteúdos e ajuda os alunos a saberem o motivo pelo qual estudam esta ciência. Neste trabalho foi utilizado a experimentação com materiais de baixo custo e um roteiro experimental com questionamentos e textos informativos, a fim de que os educandos visualizassem e compreendessem o contexto que esta por volta do experimento, assim ampliando o conhecimento do aluno sobre o conteúdo escolar e assuntos do cotidiano.

Material e métodos

O trabalho foi desenvolvido no laboratório multidisciplinar da Escola Estadual Avertano Rocha (Distrito de Icoaraci, Belém-PA), com uma turma de 29 alunos do 1° ano do ensino médio. Primeiramente foi realizada a explanação dos conteúdos Misturas e Densidade e posteriormente, os alunos receberam o roteiro experimental, seguido da execução de 3 experimentos: No primeiro momento partiu-se do questionamento: É possível visualizar se o ovo está bom para o consumo só olhando as características físicas dele? Por fora do ovo e sem quebra-lo, logo depois, em dois Béqueres contendo água ao mesmo nível, colou-se um ovo bom e um ovo que não estaria bom para o consumo humano. Foi explicado o fenômeno e os alunos puderam associar a densidade dos ovos em relação à densidade da água. No segundo momento foi realizado o 2° experimento, onde foi utilizado um Béquer contendo água natural e outro Béquer contendo água com sal (solução salina) ao mesmo nível, prosseguiu-se com a realização da prática acrescentando-se um ovo em cada copo, seguido da análise do fenômeno pelos alunos e a resolução das questões do roteiro experimental. No final do roteiro, foi fixado um texto informativo sobre o mar morto. No Terceiro momento iniciou-se com o questionamento: Você seria capaz de adicionar em um frasco mel, água, óleo e álcool e mantê-los separados formando 4 fases distintas? Qual é o segredo? Os alunos executaram o experimento acrescentando em um Béquer, uma pequena quantidade de mel, água, óleo e álcool. Em seguida, foi explicado o fenômeno para os alunos e solicitado que os mesmos façam os exercícios contidos no roteiro experimental. No final do roteiro, havia um texto informativo sobre os tipos de álcool que são capazes de destruir bactérias ou vírus.

Resultado e discussão

Os experimentos foram escolhidos, a fim de após a explicação dos assuntos Misturas e densidade, pelos bolsistas do PIBID Química, os alunos pudessem visualizar o assunto químico aplicado na prática, como forma de promover o dinamismo e relacionar a teoria desenvolvida em sala de aula com a realidade a sua volta, como sugerido por REGINALDO; SHEID e GÜLLICH (2012). No primeiro experimento, os alunos participaram de forma ativa, pois a partir de um questionamento, onde se partiu de uma dúvida que os próprios educandos teriam na hora de visualizar se o ovo está bom ou não para o consumo sem quebra-lo, os educandos ficaram curiosos para entender o experimento. Desta forma pode- se observar que a experimentação foi aplicada de forma correta, a final os estudantes conseguiram entender o experimento, partindo de conceitos químicos e desta maneira a experimentação foi uma aliada do processo de ensino e aprendizagem, como ratificado por Santana; Santos e Carvalho, (2011). Com a realização do 2° experimento, a fim de que os alunos observaram a densidade do ovo em relação a densidade da água, associaram o conteúdo estudado com o experimento. No Terceiro experimento, os alunos puderam entender porque que as substâncias que foram adicionadas ao Béquer não se misturaram no desenvolvimento do experimento e como elas se mantinham separadas formando 4 fases. Segundo CONCEIÇÃO e BONFÁ a maioria dos educandos não sabem o motivo pelo qual estudam esta disciplina, e isto desmotiva os alunos a quererem entender esta matéria. Logo se faz necessário dar sentido as aulas de química, e os textos informativos contido no final do roteiro experimental foi uma maneira de acrescentar mais conhecimentos aos estudantes e demonstrar que a química está presente no cotidiano.

Conclusões

Conclui-se que a experimentação é uma ferramenta que pode promover a aprendizagem, quando possibilita o entendimento e a visualização de como o assunto químico está aplicado no cotidiano deste aluno e a partir do momento que há questionamentos, estimulando a curiosidade, onde os estudantes irão participar de forma ativa da aula. Sendo assim, uma maneira didática do professor fugir do tradicionalismo e dinamizar as aulas.

Agradecimentos

UFPA. Esse trabalho é financiado pela CAPES através do Projeto PIBID (Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à docência).

Referências

REGINALDO. C. C; SHEID. N. J; GÜLLICH. R. I. C. O Ensino de Ciências e a Experimentação. Seminário de pesquisa em educação da região sul. IX ANPED SUL 2012
CONCEIÇÃO. E. B. O; BONFÁ. M. B. Dificuldades no Ensino-Aprendizagem de Química no 1º Ano do Ensino Médio: Um Estudo de Caso na Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Cora Coralina em Cacoal – Ro. Disponível em: http://www.athenaseducacional.com.br/fap/revista/images/segunda_edicao/dificuldades_do_ensino_e_aprendizagem_em_quimica.pdf
TREVISAN, T. S; MARTINS, P. L. O. O Professor De Química E As Aulas Práticas 2008. Disponível em: http://www.pucpr.br/eventos/educere/educere2008/anais/pdf/365_645.pdf
SANTANA. J. C; SANTOS. C; CARVALHO. L. C. A Experimentação no Ensino de Química e Física: Concepções de Professores e Alunos do Ensino Médio. V Colóquio Internacional “ Educação e Contemporaneidade” 2011.
FREIRE. PAULO. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativo. São Paulo, Paz e terra, 2011.