Autores

Cruz, S.S. (IFPI) ; Miranda, C.B. (CESCR) ; Santos, E.C. (IFPI) ; Araujo, T.C. (IFPI) ; Medeiros, A.W.B. (IFPI) ; Leite, A.M. (IFPI) ; Santos, R.V. (IFPI)

Resumo

As atividades lúdicas são alternativas importantes no processo de ensino- aprendizagem na disciplina de Química, o educando torna-se ativo e construtor do conhecimento. O objetivo do trabalho foi esclarecer as ligações químicas, através da construção de modelos moleculares, usando massas de modelar, palitos de dentes e de fósforos, a partir do assunto, Interações atômicas e moleculares. A aula começou de forma expositiva e dialogada, logo após, os discentes receberam os materiais de baixo custo e uma prática, especificando o processo para construção das moléculas. De início, os alunos sentiram dificuldades, mas em seguida, a prática sanaram as dúvidas. Deste modo, afirmar-se que as metodologias alternativas atreladas ao ensino de química favorecem o processo da aprendizagem.

Palavras chaves

Ligações químicas; atividade lúdica; aprendizagem

Introdução

A importância em se aprender química, está diretamente atrelada com a formação de cidadãos que sejam conhecedores da grande variedade de substâncias encontradas na natureza. As ligações químicas representam um assunto de fundamental importância e seu conhecimento é essencial para um melhor entendimento das transformações que ocorrem em nosso mundo (TOMA, 1997). Através de leituras sobre estudos relacionados com as “Ciências da Natureza e suas Tecnologias” no âmbito escolar, pode-se observar que o ensino de Química apresenta grandes desafios. Os conteúdos, em sua maioria, são vistos como complexos, dentre eles destaca-se as Interações atômicas e moleculares, que deixam os alunos do ensino médio, descontentes e confusos. Tomando ciência das principais concepções dos alunos sobre ligações químicas, o professor pode ficar atento e diagnosticar os conceitos desenvolvidos pelos seus alunos sobre ligação química e planejar suas ações pedagógicas de forma a tentar superá-los (FERNANDEZ et al., 2006). A linguagem simbólica que os livros expõem e a assimilação desta com as moléculas, os átomos e suas ligações, tornam-se algo bem distante do campo de raciocínio e visualização dos discentes, dificultando assim, seus desenvolvimentos cognoscitivos. A criação da simbologia para os elementos possibilitou a escrita dos compostos químicos numa forma simbólica simples, e finalmente deu a química uma linguagem universal, como a Matemática (NETO, 2009). Neste contexto, faz-se necessário o desenvolvimento de metodologias alternativas e materiais didáticos que favoreçam o entendimento e o aprendizado dos conceitos químicos.

Material e métodos

A pesquisa foi realizada durante uma semana, com duas turmas do 1° ano do Ensino Médio do Colégio Senador Chagas Rodrigues, localizado na cidade de Parnaíba, no Estado do Piauí, a Instituição referenciada participa do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação a Docência – PIBID. Observando as turmas percebeu-se a dificuldade dos alunos no aprendizado do assunto Interações atômicas e moleculares. Nesta visão, foi sugerida a realização de uma atividade lúdica, onde os alunos de ambas as turmas foram divididos em quatro grupos de cinco a seis componentes, inicialmente a aula foi expositiva e dialogada, sobre os tipos de ligações iônicas, covalentes e metálicas. Destacamos que as ligações metálicas não seriam abordadas através da confecção dos materiais, pois a força de coesão entre os átomos dos elementos metálicos é gerada por um “mar de elétrons“ que envolve de forma livremente, o aglomerado atômico, formando um retículo cristalino. O segundo passo, foi à entrega da prática e dos materiais que seriam utilizados: massa de modelagem, palitos de fósforo e de dente. As moléculas a seriam construídas foram, NaCl, CaO, LiH, H2O, CO2 e CF4, e estas distribuíam-se em ligações iônicas e covalentes. Nos procedimentos, os educandos foram orientados a utilizar a tabela periódica, fazer a distribuição eletrônica dos elementos químicos, em seguida, representa-los com a fórmula de Lewis, destacando as ligações e os pares de elétrons não ligantes, quando existirem. No terceiro momento, foram construídos os modelos moleculares, usando massinhas de cores e tamanhos diferenciados, para representar tantos os átomos centrais, como os átomos ligantes, os palitos de dentes foram utilizados para simular as ligações e os palitos de fósforos para mostrar os pares de elétrons não ligantes.

Resultado e discussão

No decurso da aula sobre a exposição do conteúdo Interações atômicas e moleculares, e a conexão deste com a realização da atividade lúdica, observarmos que os discentes sanaram suas dúvidas, o que lhes proporcionou uma autossatisfação ao término da aula. Foi possível notar também que o assunto não ficou mais visto como algo complexo, e que a construção dos modelos moleculares favoreceu consideravelmente o ensino e o aprendizado dos educandos. Com isso, ver-se que as participações dos alunos, nessas práticas, deixam de lado suas passividades, os aproximam do professor, e, além disso, tornam os indivíduos ativos e curiosos, frente às novas metodologias que se fizeram presentes na sala de aula. Este trabalho foi realizado em grupos, com o intuito de proporcionar a socialização do conhecimento, tornar o ambiente harmonioso, e a aula mais dinâmica e interessante. A necessidade em buscar o livro didático como complemento da prática partiu-se da realidade de que suas informações são de grande valia para o ensino de Química. Com a aplicação da prática, ficou explicita a valorização desse momento nas escolas, uma vez que, instiga os discentes a se envolverem com o tema da aula e favorece ao professor uma maneira diferenciada de abordar os assuntos. De acordo com o exposto, ressalta-se que antes da aplicação da atividade lúdica, somente 20% dos alunos conseguiam entender o conteúdo, no entanto, ao término da prática, constatou-se claramente que as Interações atômicas e moleculares ficaram compreendidas por 80% dos educandos.

Conclusões

No estudo, percebeu-se que as metodologias alternativas desenvolvidas no âmbito escolar beneficia o processo do ensino-aprendizagem e proporciona ao aluno habilidades fundamentais para sua formação. Foi possível notar a compreensão dos discentes quanto aos diferentes tipos de ligações químicas, do assunto Interações atômicas e moleculares. Deste modo, afirmamos que com as práticas lúdicas realizadas em sala, a aula torna-se interativa, o aprendizado acontece e os educandos são instigados a participar, ficando assim, mais interessados pela disciplina de Química.

Agradecimentos

CAPES, PIBID e Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Piauí – IFPI.

Referências

FERNANDEZ et al., 2006. QUÍMICA NOVA NA ESCOLA. Concepções sobre ligação química. Disponível em:
<<http://qnesc.sbq.org.br/online/qnesc24/af1.pdf>>. Acessado em:
04 de junho de 2014, 10:45:00.

NETO et al., 2009. A evolução histórica da linguagem representacional química: uma interpretação baseada na teoria dos campos conceituais. Disponível em:
<<http://posgrad.fae.ufmg.br/posgrad/viienpec/pdfs/528.pdf>>. Acessado em:
04 de junho de 2014, 11:50:06.

TOMA, Henrique. 1997. Ligação Química: Abordagem Clássica ou Quântica? QUÍMICA NOVA NA ESCOLA. Disponível em:
<<http://qnesc.sbq.org.br/online/qnesc06/conceito.pdf>>. Acessado em:
04 de junho de 2014, 09:34:05.