Autores

Augusto dos Anjos, C. (IFPE - CAMPUS IPOJUCA) ; Santos do Nascimento, R. (IFPE - CAMPUS IPOJUCA) ; Gomes Nunes, F. (ETE - EPITÁCIO PESSOA) ; Carlos Araújo dos Anjos, L. (IFPE - CAMPUS IPOJUCA) ; Galdino da Silva, A. (IFPE - CAMPUS IPOJUCA) ; Brito da Cruz, J. (IFPE - CAMPUS IPOJUCA)

Resumo

Este trabalho é resultado do projeto PIBID/IFPE em parceria com a Escola Técnica Estadual Epitácio Pessoa, localizada no município do Cabo de Santo Agostinho/PE. Para desenvolvimento deste trabalho foi utilizado o experimento referente ao cálculo da massa do bicarbonato de sódio (NaHCO3) em um comprimido efervescente, a partir da massa de dióxido de carbono (CO2) produzido na reação. A partir dos resultados obtidos percebeu-se que a intervenção estimulou a discussão para uma melhoria no ensino de Química.

Palavras chaves

Estequiometria; Experimentação; Ensino de Química

Introdução

A qualidade do Ensino de Ciências e a prática docente tem se colocado como alvo constante de pesquisas. A Química faz parte do cotidiano de todos, segundo Bizzo (2012, p. 16) relata: “o domínio dos fundamentos científicos hoje em dia é indispensável para que se possam realizar tarefas tão triviais como ler um jornal ou assistir à televisão [...]”. O conteúdo de Cálculo Estequiométrico no ensino médio é considerado difícil e complexo por necessitar de conceitos prévios de matemática, os quais nem sempre são dominados pelos estudantes. A contextualização e o uso de experimentos nas aulas de Química podem constituir uma importante ferramenta para auxiliar os estudantes na compreensão dos conceitos estequiométricos. De acordo com Maldaner (2003, p. 144) e em concordância com as Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Médio (BRASIL, 2011): “o Ensino de Química deve ser voltado para construção e reconstrução dos conceitos científicos nas atividades de sala de aula”. Surge, portanto, a necessidade da experimentação como um instrumento para tornar as aulas de Química mais estimulantes. Assim sendo, a intervenção aplicada objetivou verificar o nível de aprendizado dos estudantes após a aula apresentada quanto ao componente Cálculo Estequiométrico nos seus aspectos teóricos (conceito de proporções constantes e conservação da matéria) e práticos. Outro ponto relevante foi identificar as dificuldades surgidas durante o processo de ensino-aprendizagem a fim de servir como indicador de melhoria para futuras intervenções.

Material e métodos

Este trabalho foi desenvolvido em parceria com a Escola Técnica Estadual Epitácio Pessoa, situada no município de Cabo de Santo Agostinho – PE. A intervenção foi realizada com 40 estudantes da 2ª série do ensino médio (turma D) em dois momentos distintos. O primeiro ocorreu com uma abordagem contextualizada de Cálculo Estequiométrico a partir de exemplos do cotidiano, como fazer um bolo (proporção dos ingredientes) e a combustão da gasolina nos automóveis. Uma das formas de verificação do aprendizado foi por meio da interatividade dos estudantes ao responderem perguntas sobre o tema estudado. No segundo momento, foi realizado um experimento em que a massa do bicarbonato de sódio (NaHCO3) foi determinada em um comprimido efervescente a partir da massa de dióxido de carbono (CO2) produzido na reação (CAZZARO, 1999). Para coleta de dados deste segundo momento utilizou-se como instrumento de pesquisa um questionário contendo 3 perguntas: 1) Você gostou da forma como o tema estequiometria foi apresentado? Justifique. 2) Qual é a parte da Estequiometria que você menos gosta? 3) Você já participou de aulas interativas de Química antes?

Resultado e discussão

O experimento (Fig. 1) realizado pode contribuir para a fixação dos conceitos de forma estimulante. Ressalta-se ainda que uma abordagem prática e contextualizada é fundamental no ensino de ciências. Isto fica claro na seguinte fala: “estudar desse jeito é mais gostoso e fácil de entender”. Em medicina, o bicarbonato de sódio (NaHCO3) é utilizado como antiácido estomacal neutralizando o excesso de HCl do suco gástrico. Cada comprimido contém 1854 mg (aproximadamente 1,8 g) de NaHCO3, 400 mg de Na2CO3, 325 mg de ácido acetilsalicílico e 1413 mg de ácido cítrico. O resultado encontrado (Fig. 2) pode ser considerado satisfatório. De acordo com os resultados do questionário aplicado, 85% dos estudantes gostaram do método utilizado para ensinar o Cálculo Estequiométrico como mostrado no seguinte posicionamento: “usaram experiências e nos mostraram que a Química está presente nosso dia-a-dia”. O experimento torna a aula mais interativa, levando a participação de todos os envolvidos no processo de ensino- aprendizagem. Para a segunda pergunta, 91% dos estudantes declararam ter dificuldades quanto a matemática. Uma das respostas foi: “adorei o assunto, mas não gostei do cálculo, alguns são muito difíceis”. Daí, percebe-se a importância da contextualização e da interdisciplinaridade, já que facilita a integração entre os conhecimentos prévios dos estudantes e os novos conceitos. Na terceira pergunta, 78% dos estudantes responderam negativamente e assinalaram o desejo de assistir mais aulas neste formato: “deveríamos ter mais aulas assim dinâmicas e divertidas. Fizeram a gente aprender brincando”. Trazer o conhecimento para o nível de entendimento do estudante promove o interesse de buscar por novos desafios.

Figura 1

Pesagem do béquer, água e comprimido antes (esquerda) e depois (direita) da reação.

Figura 2

Cálculos estequiométricos desenvolvidos após a realização do experimento.

Conclusões

Foi possível perceber por meio do questionário aplicado, a importância de propor metodologias diferenciadas, de forma contextualizada, apoiadas na experimentação. Isto estimulou nos estudantes um interesse maior em estudar mais sobre Cálculo Estequiométrico, além de diminuir a distância do ensino teórico para o cotidiano do estudante.

Agradecimentos

Agradecemos a CAPES e à Escola Técnica Estadual Epitácio Pessoa.

Referências

BRASIL. [Lei Darcy ribeiro (1996)]. LDB: Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional: lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. – 6. ed. – Brasília: Câmara dos Deputados, Edições Câmara, 2011.
BIZZO, N. Ciências: fácil ou difícil? 2ª edição, Editora Biruta São Paulo - 2012.
CAZZARO, F. Um Experimento Envolvendo Estequiometria, Química Nova na Escola. Vol. 10, p. 53-54, Nov. 1999.
MALDANER, O. A. A Formação Inicial e Continuada de Professores de Química: professor/pesquisador. 2ª Ed. Editora Unijuí, São Paulo – 2003.
SANTOS, W. L. P., MÓL, G. S. (coord.) – Química e Sociedade. Editora Nova Geração, São Paulo, 2005 – “PEQUIS – Projeto de Ensino de Química e Sociedade”.