Autores

Monteiro Machado, D. (UEPA) ; dos Santos Barbosa Júnior, A. (UEPA) ; Carlos Leal da Costa, W. (UEPA) ; Evangelista Reis, J.D. (UEPA) ; Freitas de Souza, R. (UEPA)

Resumo

Este trabalho objetiva ensinar de forma experimental e contextualizada o estudo do tema misturas homogêneas e heterogêneas, uma vez que a abordagem deste tema nas escolas da região da Ilha de Marajó - PA se dá de forma expositiva e sem uso de metodologias alternativas. A proposta foi desenvolvida com estudantes pertencentes a um cursinho pré-vestibular, situado no município de Cachoeira do Arari – PA. De acordo com os resultados obtidos no decorrer da execução do objeto de estudo mostrou-se que 94,3% dos participantes avaliaram a temática aplicada em sala de aula, a partir do uso da prática experimental contextualizada como ótima e 5,7% avaliaram como boa. Assim, a prática experimental no ensino de química aliada com a contextualização é pertinente para um aprendizado significativo.

Palavras chaves

Misturas; Ensino de Química; Contextualização

Introdução

Diversos educandos não são atraídos pelo estudo da química. Por vezes, não compreendem o significado do que estudam. As temáticas são abordadas de maneira descontextualizada, afastando-se da realidade e dificultando o entendimento, não provocando a curiosidade e o estímulo dos alunos (PONTES et al., 2008). A metodologia tradicional de ensino não atende de maneira plena as necessidades dos alunos de Ensino Médio, não despertando seu interesse, tratando esses como meros espectadores no ato educativo; apenas ouvintes de informações repassadas pelos professores, que muitas vezes não se atentam ao conhecimento prévio desses estudantes (SILVA, MERTINS, ROBAINA, 2014, MORTIMER, MACHADO, 2002).Uma mistura homogênea é chamada de solução possuindo propriedades e composições uniformes em seu todo, por exemplo, uma garrafa contendo água e álcool, seus componentes não podem ser distinguidos nem com o auxílio de um microscópio, devido as moléculas de água e álcool estarem tão bem misturadas, a sua composição é a mesma em toda a amostra. Diz-se então que ela consiste de uma única fase. Uma mistura heterogênea, tal como óleo e água não é uniforme, pode-se identificar a presença de duas ou mais fases, dada a existência de uma fronteira entre elas. Esta mistura consiste em duas fases: água e óleo (ATKINS; JONES 2012). Logo, este trabalho objetiva ensinar de forma experimental e contextualizada o estudo de misturas — substância homogênea e heterogênea —, aos alunos de um Cursinho Pré- Vestibular, abordando a temática de maneira que possibilite uma aprendizagem significativa, relacionando o assunto com seu dia a dia. Ao fim da aula espera- se que os conhecimentos adquiridos pelos educandos durante a condução metodológica tenham significância social para suas vidas.

Material e métodos

A prática didática se deu com 35 (trinta e cinco) estudantes pertencentes a um Cursinho Pré-Vestibular, situado no município de Cachoeira do Arari – PA, já que apresentavam dificuldades ao se depararem com este assunto em seu cotidiano. A intervenção foi dividida em 3 (três) momentos: Primeiro — De maneira contextualizada, ministrou-se uma apresentação teórica sobre a temática “Misturas — substância homogênea e heterogênea —”, envolvendo exemplos de substâncias do cotidiano dos educandos, relacionando suas principais propriedades e características com o conteúdo exposto anteriormente. Assim sendo, a exposição teórica foi adequada a vivência local dos alunos concedeu- lhes um suporte teórico crucial para as ações metodológicas subsequentes. Segundo — Com a finalidade de associar o ensino conceitual com a prática, os educandos foram dispostos em 5 (cinco) grupos para acompanhamento e execução de 1 (uma) prática experimental, aos quais foram entregues um protocolo criado pelo grupo para a realização dos experimentos com questões para discussão. Para a prática, baseada no vídeo (https://www.youtube.com/watch?v=HKDFIGlaZe8) “EXPERIÊNCIA: MISTURAS HOMOGÊNEAS E HETEROGÊNEAS” (MUNIZ, 2011), empregou-se utensílios comuns e de simples aquisição, podendo ser manipulados facilmente em sala de aula, além disso não apresentando riscos a quem os manuseia: garrafa PET (2 L), água, vinagre, álcool, óleo, areia, sal, amido de milho, trigo, feijão, arroz, milho e colher de sopa. Terceiro — Para o avaliar o resultado da intervenção, aplicou-se um questionário aos alunos, com o propósito de verificar se os mesmos conseguiram acumular informações repassadas através da metodologia utilizada neste estudo.

Resultado e discussão

De acordo com os resultados obtidos no decorrer da execução do objeto de estudo mostrou-se que 94,3% dos participantes avaliaram a temática aplicada em sala de aula, a partir do uso da prática experimental contextualizada como ótima, 5,7% avaliaram como boa, 0% regular e 0% ruim (Figura 01). Essa porcentagem satisfatória de aceitação exposta na (figura 01) pode ser explicada devido os alunos participantes mostrarem-se atentos e participativos durante a execução e explicação da prática experimental. Sendo assim, os experimentos propiciaram aos estudantes um conhecimento mais científico das transformações que ocorrem nas substâncias químicas. Russel (1994) afirma que quanto mais integrada a teoria e a prática, mais sólida se torna a aprendizagem de Química, ela cumpre sua verdadeira função dentro do ensino, contribuindo para a construção do conhecimento químico, não de forma linear, mais transversal. Esse argumento mostra-se explícito na resposta de um aluno participante “ as experiências químicas me ajudam a entender melhor a disciplina de química”. Após a intervenção foi dado um questionário avaliativo aos estudantes de onde pode-se extrair os dados expresso no gráfico abaixo(Figura 02). Fez-se a seguinte pergunta aos alunos: Você conseguiu relacionar o assunto visto, após a aula experimental de química com seu dia a dia? De um total de 35 alunos, 33 responderam de forma positiva e apenas 2 não perceberam o assunto na sua vivência. Esse alto número de discentes conseguindo relacionar o tema trabalhado em sala de aula com o seu dia a dia, deve-se ao caminho metodológico com que a aula aconteceu, de forma contextualizada e experimental. Para Scafi (2010), a contextualização ajuda a facilitar a compreensão do aluno para determinados fenômenos químicos.

Figura 01

Representação gráfica percentual qualitativa dos resultados obtidos a partir dos questionários.

Figura 02

Representação gráfica quantitativa dos resultados obtidos a partir dos questionários.

Conclusões

Conclui-se que a atividade implementada foi eficaz em sua metodologia de ensino e aprendizagem, uma vez que foi perceptível a assimilação dos conceitos científicos por parte dos discentes. Em vista disso, a prática experimental no ensino de Química é pertinente para um aprendizado significativo, estimulando uma excepcional curiosidade entre os alunos e apresentando a relevância da Química em seu dia a dia. Logo, é interessante a execução de práticas metodológicas diversificadas em sala de aula, possibilitando um ensino eficiente e, consequentemente, a formação de cidadãos críticos.

Agradecimentos

Referências

ATKINS, P.; JONES, L. Princípios de Química: Questionando a vida moderna e o meio ambiente. Tradução: Alencastro, R. B. 5. Ed. Porto Alegre: Bookman, 2012. 922 p.
MORTIMER, E.F.; MACHADO, A.H. Química para o Ensino Médio. São Paulo: Scipione, 2002.
MUNIZ, L. R. Experiência: misturas homogêneas e heterogêneas Hora da experiência, 2011. 9 min. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v= HKDFIGlaZe8 >. Acesso em: 27 dez. 2016.
PONTES, A. N.; SERRÃO, C. R. G.; FREITAS, C. K. A.; SANTOS, D. C. P.; BATALHA, S. S. A. O ensino de química no nível médio: um olhar a respeito da motivação. In: ENCONTRO NACIONAL DE ENSINO DE QUÍMICA, 16. Curitiba/PR, 2008. Anais... Curitiba- PR, 2008.
RUSSELL, J. B. Química Geral. 2. ed., São Paulo: Pearson Makron Book, 1994.
SCAFI, S. H. F. Contextualização do Ensino de Química em uma Escola Militar. Química nova na escola. v. 32, n. 3, 2010.
SILVA, C. M.; MERTINS, S.; ROBAINA, J. V. L. A experimentação como ferramenta de aprendizado no ensino da Química. In: ENCONTRO DE DEBATES SOBRE O ENSINO DE QUÍMICA – EDEQ, 34. Santa Cruz do Sul/RS, 2014. Anais... Santa Cruz do Sul- RS, 2014.