Autores

Silva, A.M. (UFC) ; Ferreira, S.S. (UFC)

Resumo

Este trabalho aborda os aspectos que contribuem para o modelo de aprendizagem observada nas aulas de química, em que é priorizada a apresentação de conteúdos excessivamente decorativos, não havendo a apresentação da importância da disciplina para a sociedade. O objetivo é contribuir com a melhoria do aprendizado nas aulas de química do 1o. ano do ensino médio, com enfoque no uso de aulas práticas e contextualizadas como metodologias facilitadoras para professores e alunos. A pesquisa de campo foi realizada contando com a participação de alunos, professores e gestores da EEFM Edite Alcântara Mota localizada no Pecém, distrito de São Gonçalo do Amarante-CE. A partir das observações realizadas, ficou evidenciado que são necessárias grandes mudanças metodológicas no ensino de química.

Palavras chaves

Aulas práticas; Contextualização; Ensino de Química

Introdução

De forma conceitual, a química caracteriza-se pelo estudo da matéria e de suas transformações sofridas. A partir desta concepção, pode-se facilmente supor que esta disciplina não está vinculada apenas ao âmbito teórico, tendo em vista que tudo o que podemos imaginar é formado por matéria, que se transformará gerando seus produtos, e posteriormente seus subprodutos, assim progride a vida neste planeta. Partindo desta definição é impossível não definir a química como uma disciplina base no currículo escolar. Infelizmente não é esta a imagem que o atual aluno de ensino médio tem sobre ela. Para ele o estudo desta disciplina está vinculado apenas a decorar fórmulas, teorias, imaginar a existência de partículas minúsculas, ou apenas estudá-la por que “cai no vestibular (ou ENEM)”. O aprendizado de química pelos alunos de Ensino Médio implica que eles compreendam as transformações químicas que ocorrem no mundo físico de forma abrangente e integrada e assim possam julgar com fundamentos as informações advindas da tradição cultural, da mídia e da própria escola e tomar decisões autonomamente, enquanto indivíduos e cidadãos. É importante a presença da química em um Ensino Médio compreendido na perspectiva de uma Educação Básica (BRASIL, 2000). De acordo com Silva (2011) a química é uma ciência vital para a melhoria da qualidade de vida do ser humano. Os professores necessitam assumir o papel de agentes de transformação, para que as mudanças ocorram. Essa postura é de fundamental relevância para que a escola venha a ser um lugar onde exista a relação do teórico com o prático vivenciado pelo aluno (TREVISAN e MARTINS, 2008).

Material e métodos

A pesquisa desenvolvida no presente trabalho é de cunho quantitativo com caráter exploratório. A pesquisa teórica foi realizada, em livros, sites e artigos relacionados ao tema, além da observação de campo realizada em uma escola de ensino médio. Para tanto foram analisados o desempenho de alunos das turmas de primeiro ano do ensino médio da disciplina de química. O projeto foi desenvolvido na escola da rede pública estadual Escola de Ensino Fundamental e Médio Edite Alcântara Mota, localizada no distrito do Pecém, pertencente à cidade de São Gonçalo do Amarante-CE. Para o desenvolvimento da pesquisa foram realizadas aplicações de questionários ao núcleo gestor, a 5 professores de química, dois trabalham na escola, e a 80 alunos das turmas A (turno da manhã) e C (turno da tarde) do 1º ano do ensino médio da escola. Os questionários contendo oito perguntas abertas e fechadas, estão relacionados à boa assimilação de conteúdo pelo aluno, bem como estrutura fornecida às aulas, dinâmica do professor, e suporte dado a disciplina. É de grande relevância mencionar que 37,5% dos alunos entrevistados frequentam ou já frequentaram os cursos fornecidos no Laboratório de Ciências da Escola.

Resultado e discussão

Como primeiro questionamento foi perguntado aos alunos como classificam seu nível de dificuldade na disciplina de química. O resultado que pode ser observado no gráfico 1, onde 2% dos alunos consideram a disciplina extremamente difícil, 4% dos alunos, consideram muito difícil, 27% consideram dificuldade intermediária, 53% consideram pouco difícil e 14% afirmam entender perfeitamente a disciplina. No segundo questionamento foi perguntado sobre a relação entre o discurso do professor e sua associação com a química para o cotidiano do aluno. O resultado revela que, 2% pouco relacionam ao cotidiano, 5% às vezes relacionam, 63% relacionam bem e 30% relacionam perfeitamente a disciplina em seu cotidiano. Como terceiro questionamento foi perguntado aos alunos qual o nível de percepção da química em seu cotidiano. Os resultados apresentados no gráfico 2 demonstram que é mínima a quantidade de alunos que tem dificuldade de perceber a presença da química em seu dia a dia. 5% dos alunos dificilmente percebem a disciplina em seu dia a dia, 44% dos alunos considera sua percepção intermediária, 34% geralmente percebe e 17% percebem perfeitamente a presença da disciplina. Questionado aos professores como avaliam a associação entre a prática demonstrada e o conteúdo teórico estudado em sala de aula (gráfico 3), 20% afirmam que às vezes associam teoria e prática, 20% afirmam geralmente associar e 60% afirmam sempre associar. Perguntado ao grupo gestor como a gestão da escola se posiciona em relação ao auxílio dado ao professor de química, a resposta consensual dos coordenadores foi de que a escola atua de maneira integrada, apesar de cada coordenador ter funções específicas, é direcionado apoio para o desenvolvimento de ações que beneficiem a disciplina.


Este gráfico apresenta a avaliação dos alunos a respeito do nível de dificuldade na disciplina de química.


O gráfico 2 mostra a percepção dos alunos em relação a química em seu cotidiano.


Este gráfico mostra avaliação dos professores com respeito a associação entre a prática demonstrada ao conteúdo estudado em sala.

Conclusões

Ao realizar a avaliação dos resultados obtidos com a aplicação dos questionários, percebe-se que a realidade da escola em questão é boa em relação à compreensão da disciplina por parte dos alunos do primeiro ano do ensino médio. Essa realidade pode ser parcialmente atribuída a maior utilização do Laboratório de Ciências por parte dos alunos, essa utilização aproxima os estudantes da disciplina, pois aumenta o nível de percepção e uso da mesma. A formação do professor de química também é fator importante para a observação deste trabalho.

Agradecimentos

A Coordenação do Curso de Licenciatura Semipresencial da UFC Virtual; a Direção do Polo de S.Gonçalo do Amarante; a EEFM Edite Alcântara Mota, S.Gonçalo do Amarante.

Referências

BRASIL. Parâmetros Curriculares Nacionais do Ensino Médio. Brasília: MEC; SEMTEC, 2000.

SILVA, A. M. Proposta para tornar o ensino de química mais atraente. 2011. Disponível em: <http://www.abq.org.br/rqi/2011/731/RQI-731-pagina7-Proposta-para-Tornar-o-Ensino-de-Quimica-mais-Atraente.pdf >. Acesso em: 18 set. 2016.

TREVISAN, T. S. e MARTINS, P. L. O. O professor de química e as aulas práticas. 2008. Disponível em: <http://www.pucpr.br/eventos/educere/educere2008/anais/pdf/365_645.pdf>. Acesso em: 28 ago. 2016.