Autores

Xavier de Sousa, F. (UERR) ; da Silva e Silva, R. (UERR) ; Rizzatti, I.M. (UERR)

Resumo

A Tecnologia de Impressão 3D surgiu há pouco tempo no Brasil, e em Roraima é a primeira vez que será explorada como recurso didático para abordar o conteúdo de química. Este trabalho objetivou-se em construir modelos atômicos com a impressora 3D para o ensino de química com alunos deficientes visuais e de baixa visão. A pesquisa é de caráter qualitativo e foi realizada com 12 estudantes da Educação de Jovens e Adultos (EJA) na Escola Estadual Professor Jaceguai Reis Cunha localizada no município de Boa Vista/RR, em conjunto com o CAP/DV- RR,sendo um aluno com baixa visão e um com deficiência visual. A impressora 3D funciona como uma técnica de prototipagem, levando ao aluno um modelo de matéria microscópica mais perto da realidade, para que ele posso sentir/tocar assimilando o assunto.

Palavras chaves

Ensino inclusivo; modelos atômicos; EJA

Introdução

Um problema encontrado na sociedade escolar é a auto exclusão por parte do aluno com deficiência visual. Ele nem sempre tem a mesma oportunidade de participar e atuar como os demais alunos, em especial no ensino de química, devido as particularidades desta ciência, não tendo recursos atrativos e táteis para o aluno Portador de Deficiência Visual (PDV). Com isto, a importância desta pesquisa teve como objetivo desenvolver modelos atômicos utilizando a Tecnologia de Impressão 3D como proposta pedagógica no ensino inclusivo. A Tecnologia de Impressão 3D surgiu há pouco tempo no Brasil, como a impressora 3D Cliever 1.0 , que no ensino de química não foi explorada didaticamente. É uma técnica de prototipagem capaz de construir objetos camada por camada, fazendo com que haja uma nova forma de contato e troca de informações com o estudante PDV. Podendo levar a matéria microscópica mais perto da realidade. Com a ajuda do Centro de Apoio Pedagógico para Deficiente Visual em Boa Vista-RR (CAP/DV-RR), os materiais foram construídos e aplicados com alunos da EJA (Educação de Jovens e Adultos) na Escola Estadual Professor Jaceguai Reis Cunha, também localizada neste mesmo município, tornando possível a inclusão do aluno PDV e baixa visão, no aprendizado de modelos atômicos utilizando as impressões 3D.

Material e métodos

A pesquisa foi de caráter qualitativo. E os instrumentos de coleta de dados foram entrevistas/questionários aplicados verbalmente com a professora de química do CAP/DV-RR no núcleo de tecnologia. Como materiais utilizados na construção dos modelos atômicos, a principal ferramenta foi a impressora 3D Cliever 1.0. Utilizando softwares como o 3D Builder para desenhar as estruturas, passa-las para o programa Cliever Studio no computador conectado à impressora 3D, e em seguida imprimir as peças, que dependendo do tamanho há um preço e um tempo estimado de impressão cronometrado no Cliever Studio. Os modelos foram aplicados separadamente para o Deficiente Visual, baixa visão e a EJA, logo após foi aplicado em conjunto para a inclusão do aluno PDV. Como avaliação final dos modelos, um questionário de forma verbal sobre o conteúdo abordado foi repassado antes da aplicação e depois com a aplicação dos objetos 3D com todos os alunos da EJA na Escola Estadual Professor Jaceguai Reis Cunha em Boa Vista/Roraima.

Resultado e discussão

Os resultados da pesquisa foram os esperados. Pois segundo Ornelas (2008) “O uso de objetos na aprendizagem permite ao estudante conhecer novas ferramentas, examinar diferentes condições, aventura-se, antecipar, compreender a relação”. Ao utilizar esses modelos, que são maquetes e objetos, permite ao aluno PDV sentir/tocar despertando a curiosidade fazendo entender o conteúdo, além de salientar que estes materiais são de plásticos tendo uma boa durabilidade. Os modelos foram confeccionados e aplicados com êxito, tornando possível à inclusão da amostra e satisfação da mesma. A figura 1 e 2 ilustram os modelos prontos e a aplicação dos modelos com o deficiente visual. O questionário de avaliação foi aplicado antes sem os objetos 3D, e o aluno PDV não conseguiu diferenciar os modelos atômicos, assim como a aluna baixa visão também não conseguiu identificar. Somente após a aplicação conseguiram definir e identificar através do tato diferenciando as peças relacionando ao conteúdo. Sem aplicação na turma por completo com os demais 10 alunos da EJA , somente 20 % conseguiu responder sem os modelos. Após a aplicação dos modelos 3D, 100% dos alunos distinguiram os modelos atômicos de Dalton, Thompson, Rutherfor e Bohr, além de caracterizarem o funcionamento do átomo e dos modelos por meio das impressões 3D produzidas. Tunes e Bartholo (2007) falam que a exclusão é uma negação da diversidade humana, prejudicando o aprendizado. Os modelos atômicos 3D aplicados na EJA, fez com que o aluno PDV participasse da aula como os demais alunos, tornando possível assim a inclusão no ensino de química. Pois para Sanches (2011), o processo de inclusão dinâmico é inacabado, nos quais todos tem que ganhar. E todos puderam participar e obtiveram um melhor aprendizado com as peças 3D.

Figura 1

Modelos atômicos em Impressão 3D

Figura 2

Aplicação do modelo atômico de Rutherford em Impressão 3D

Conclusões

O processo desenvolvido nesta pesquisa alcançou os objetivos propostos deste trabalho, demonstrando que a Impressora 3D é uma tecnologia de grande ferramenta metodológica para uma proposta pedagógica no ensino de química para deficientes visuais e de baixa visão.

Agradecimentos

À Universidade Estadual de Roraima, juntamente ao NUPECEM sobre orientação da Profa D.Sc Ivanise Maria Rizzatti, por conceder a oportunidade de manusear a Impres

Referências

ORNELAS, A. D. A. Educação Continuada de Professores: Estudo dos Conteúdos Básicos Comuns da SEE- MG. In: XIV Encontro Nacional de Ensino de Química (XIV ENEQ) 2008, Curitiba. Disponível em:www.quimica.ufpr.br/eduquim/eneq2008/resumos. Acesso em: 28 jun.2017.
SANCHES, L. Em busca de indicadores de educação inclusiva: a “voz” dos professores de apoio sobre os que pensam, o que fazem e o que gostariam de fazer. Lisboa: Edições Universitárias Lusófonas, 2011.
TUNES, Elizabeth. BARTHOLO, Roberto, Nos limites da ação preconceito inclusão e deficiência,EDFUSCAR,2007.