Autores

Silva, A.M. (UECE) ; Lima, A.C.P.S. (UECE)

Resumo

O objetivo deste trabalho é investigar as dificuldades na aprendizagem da Química enfrentadas pelos alunos do 1o ano da E.E.M. Francisca Moreira de Sousa no município de Beberibe – CE. Como afirma Souza (2006): “As crianças aprendem para a “vida e por meio da vida”, sem que alguém esteja especialmente destinado a tarefa de ensinar”. Aplicou-se questionários direcionados aos alunos e professores para obtenção dos resultados. Através deste trabalho foi possível analisar as dificuldades na aprendizagem da Química, detectando-se diversos problemas como: a carência de novas metodologias para o ensino da Química. Os resultados apontaram que a grande maioria dos alunos do Ensino Médio tem dificuldade na compreensão da Química.

Palavras chaves

Dificuldade em aprender; Ensino de Química; Ensino Médio

Introdução

Trabalhou-se nesta pesquisa com as dificuldades de que a maioria dos alunos de escolas públicas apresenta em relação à aprendizagem no ensino de química, e que vem acarretando muito desconforto em sala de aula por parte do professor e até mesmo do aluno. O primeiro ano é o primeiro contato dos alunos com a Química, logo a necessidade de estimular os alunos destas turmas a interpretarem o mundo e intervir na realidade. Destaca-se também os aspectos que desmotivam os alunos a estudar química, que pode está relacionado á didática, a metodologia do professor, ou até mesmo o primeiro impacto com a disciplina. Nada mais eficaz que saber pelos próprios estudantes onde o ensino de química deve ser melhorado, só conhecendo o problema pela visão dos alunos será possível encontrar um caminho para solucionar essa questão. Conhecendo as dificuldades enfrentadas pelos alunos para entender a disciplina de química, será possível os professores trabalharem para superar essas dificuldades possibilitando assim o verdadeiro aprendizado de química. Esta pesquisa focalizou os alunos e o seu papel no processo de ensino/aprendizagem, em que se realizou um estudo exploratório procurando identificar quais fatores motivam ao aluno para o estudo da química. Alguns fatores contribuem para um completo distanciamento das propostas educativas e a sua concretização, dentre elas se destaca o conservadorismo e o autoritarismo do processo de ensino e aprendizagem (NASCIMENTO, 2009). Tornar as aulas atraentes, estimar a participação do aluno, saber se expressar de forma que todos entendam, procurar formas inovadoras de desenvolver a aula, são aspectos necessários para aperfeiçoar a aprendizagem (CORREIA JÚNIOR, 2009, p. 71).

Material e métodos

A pesquisa aconteceu com a aplicação de questionários para os alunos e professores. Foram aplicados em três turmas de 1º ano da escola Estadual Francisca Moreira de Sousa no município de Beberibe-CE. Ao todo participaram 76 alunos e 3 docentes. A aplicação dos questionários foi bastante proveitosa, todos os alunos consideram a importância de estudar química. Muitos reconheceram a importância e utilidade da química, mas destacaram como é difícil de entender os seus conceitos, como para eles alunos esse questionário e uma diferente do que eles fazem, os tornaram bem atentos as perguntas. Portanto, as aulas de química contextualizadas levando em consideração não só as vivencias, mas também o contexto sócio cultural dos alunos, caracterizando um ensino de Química como meio de educação para a vida, relacionando os conteúdos estudados e o dia-a-dia dos alunos, levando-os a refletir, compreender, discutir e agir sobre seu mundo, contribui para despertar o interesse pela disciplina.

Resultado e discussão

Nota-se que 20% dos alunos diz não ter dificuldade em aprender Química (gráfico 1), no entanto, alguns desses alunos relataram no questionário que a disciplina seria muita mais proveitosa se tivesse aulas práticas. Também observa-se neste gráfico que 72% entendem mais ou menos e 8% têm dificuldades em aprender química. Questionado aos alunos de como eles gostariam de estudar química (gráfico 2), as respostas foram: a) na sala de aula e no laboratório (80%); b) na sala de aula com aplicação de experiências (19%); c) somente na sala de aula (1%). Com relação a metodologia, 92% considera a metodologia do professor eficiente, já 5% dos alunos, acham que os professores devem contextualizar mais os conteúdos em sala de aula e 3% dos alunos afirmam que os conteúdos precisam ser mais explorados (gráfico 3). Com relação às metodologias de ensino, percebe- se certa contradição entre as respostas dos professores e as dos alunos nos questionários. Estudantes entrevistados, disseram que o professor explica o assunto no quadro igual como estava exposto no livro; já o restante dos alunos citou que o professor comentava também assuntos que são mostrados na televisão, no rádio e no cotidiano deles. O quadro 1 mostra as respostas dos professores questionados. Quando questionados se eles participam de Feiras Científicas em sua escola buscando desenvolver projetos da área química dando ênfase nas aplicações dos processos químicos com os alunos, todas as respostas foram positivas. Aos professores foi perguntado qual é a área da química em que os alunos apresentam as maiores dificuldades de aprendizado, as opiniões foram bastante semelhantes, foi citado: Estequiometria e Reações químicas.

Gráfico 1



Gráfico 2



Gráfico 3



Quadro 1 - RESPOSTAS OBJETIVAS DOS PROFESSORES



Conclusões

Atualmente o professor de Química está acostumado a trabalhar com aulas expositivas. Observou-se que a maioria dos alunos sabe a importância de trabalhar com aulas experimentais. Cabe ao professor trabalhar com experimentos, para que a aula fique dinâmica. Acredita-se que muito ainda pode ser feito, e que o modelo tradicional de ensino não é a única opção. Conscientizar os professores que é necessário inovar e proporcionar aos alunos aulas diferenciadas não é fácil, e não só pelas dificuldades que os professores encontram, mas também pela desvalorização da profissão.

Agradecimentos

1) Coordenação do Curso de Licenciatura em Química em EaD da UECE. 2) E.E.M. Francisca Moreira de Sousa no município de Beberibe – CE. 3) Polo de Beberibe-CE.

Referências

CORREIA JÚNIOR, Enos Luiz. Dificuldade de aprendizagem em Química no ensino público. Disponível em:<http://quimica.cct.uepb.edu.br/MONOGRAFIAS/ensino%20de%20quimica/ ENOS%20LUIZ%20%20DIFICULDADE%20DE%20APRENDIZAGEM%20 EM%20QU%C3%8DMICA%20NO%20ENENSI%20P%C3%9ABLICO.pdf>. Acesso em: 25 maio 2018.

NASCIMENTO, F. Pressupostos para a formação crítico-reflexiva de professores de ciências na sociedade do conhecimento. In: MIZUKAMI, M. G. N.; REALI, A. M. M. R. (orgs.). Teorização de práticas pedagógicas: escola, universidade, pesquisa. São Carlos: UdUFSCar, p. 35-72, 2009.

SOUSA, V. A. História da Educação Popular, n.1, p. 11 -30, jan./abr. 2004. – Publicado em 2006.