Autores

Orlando Nascimento, L. (IFPB) ; Marcones Tavares A de Figueiredo, A. (IFPB) ; Galdino Lopes, B. (IFPB) ; Leonardo A Ferreira, J. (IFPB) ; Karoline Pereira Rodrigues, K. (IFPB)

Resumo

Considerando a dificuldade emanada por grande parte dos discentes no ensino das ciências exatas, especificamente na Química, a abordagem de temas interdisciplinares contextualizados vem se consolidando como um importante recurso no favorecimento do processo educativo. Sendo assim, o Programa de Educação Tutorial - PET Química, do Instituto Federal da Paraíba, Campus João Pessoa, promoveu uma atividade de ensino denominada “Ciclo de Palestras”, objetivando expandir o conhecimento sobre a temática “Pedras Preciosas” entre os licenciandos do Curso de Química. A metodologia utilizada foi qualitativa e de caráter participante. Os dados coletados por meio do Instrumento Final (IF), denotam que a abordagem de tal tema permitiu uma contribuição significativa na formação acadêmica dos discentes.

Palavras chaves

Ensino de Quimica; Pedras Preciosas; Palestra

Introdução

O Ensino de Química vem sendo um grande desafio enfrentado pela maioria dos discentes. Tal fato se justifica pelo alto nível de abstração apresentado na disciplina, bem como a metodologia obsoleta (quadro, giz e retórica do educador) utilizada por um grande número de docentes. Dentro desse contexto é de suma importância fazer uso de novas metodologias para sanar com essas problemáticas, uma delas é o uso da contextualização, a qual aproxima a ciência da realidade do estudante, além de exemplificar conteúdos vistos em sala de aula com o cotidiano. Tendo em vista tal pensamento, a atividade de ensino teve como objetivo principal expandir o conhecimento de graduandos do Curso de Licenciatura em Química, apresentando uma palestra referente a uma temática instigante, como as “Pedras Preciosas”, e que apresenta uma grande variedade de conceitos teóricos. As pedras preciosas podem ser trabalhadas de diversas formas, inclusive no âmbito escolar, uma vez que a temática apresenta elementos científicos básicos, além de dar possibilidade para contextualização. Ademais, tal tema pode ser dividido em três vertentes: a) pedras derivadas de metais preciosos, a exemplo da platina, prata e ouro; b) gemas orgânicas, como âmbar e pérola; c) minerais inorgânicos, rubi e esmeralda. A relevância do tema escolhido dar-se-á devido a demanda do consumo de joias e folheados, tendo em vista que a utilização de gemas e pedras preciosas irão compor o seu produto final (COSTA, 2007). Elucidar a natureza desses minerais torna-se essencial, visto que o debate estimula a troca de saberes empíricos e o pensamento crítico dos discentes, bem como promove uma relação de interdisciplinaridade. Neste sentido, os conteúdos químicos, quando abordados de forma contextualizada com o dia a dia dos discentes.

Material e métodos

A presente atividade possuiu um caráter qualitativo e participante, uma vez que a metodologia participante é uma técnica que permite a interpretação de características importantes dos participantes nos seus mais diversos contextos (CABACINE; FERNANDES; DA SILVA, 2020). Já o caráter qualitativo propicia métodos de análise capazes de interpretar as mais diversas interações subjetivas, investigando as relações e interações dos participantes com o objetivo (BEDIN et al.,2020). Assim, a aplicação da atividade de ensino denominada “Ciclo de palestras”, com a palestra intitulada: “Química: o baú do tesouro das pedras preciosas”, desenvolvida pelo Programa de Educação Tutorial – PET Química, foi realizada de forma remota, por intermédio da plataforma de transmissão online “Google Meet”, possuindo como público alvo os estudantes do curso de Licenciatura em Química do Instituto Federal da Paraíba – IFPB, Campus João Pessoa, pertencentes a períodos aleatórios, totalizando a participação de 15 (Quinze) discentes. A palestra teve duração de 40 minutos. Para a coleta de dados foi utilizado um Instrumento Final (IF) virtual – construído na plataforma “Google Forms”, em que apresentava questões abertas pertinentes à temática abordada.

Resultado e discussão

Ao analisar as respostas da primeira pergunta do IF a qual discorria sobre: O que você achou da palestra intitulada: “Química: o baú do tesouro das pedras preciosas”? destacou-se a relevância de atividades como essa, pois os resultados foram animadores (Gráfico 1), onde pôde ser visto que os estudantes gostaram da palestra, uma vez que, todos classificaram a mesma com adjetivos elogiosos. Isso mostra também a importância de tornar o meio escolar, mesmo que no formato remoto, um espaço mais dinâmico de formação e ação coletiva capazes de influenciar na construção da formação de futuros professores (DE LIMA, 2020). Outrossim, ao analisar as respostas da pergunta número dois do IF (Você já tinha falado sobre essa temática antes?), pôde-se notar que os participantes vagamente ouviram falar da supramencionada temática (Gráfico 2). Isso mostra a necessidade de mais abordagens como essa durante a licenciatura, pois é de suma importância que o discente adquira um conhecimento amplo de sua área e dos domínios de desenvolvimento da mesma. Dessa forma, o docente em formação será mais qualificado durante a sua vida profissional, pois possuirá a habilidade de contextualizar melhor, os conceitos de, Geometria molecular, Complexos Metálicos, ligações químicas, Alotropia, Isomeria e Mineralogia durante as suas aulas. Além disso, esse tipo de atividade de ensino diferenciada ajuda a melhorar o currículo dos estudantes, o que corrobora com pensamento de Pucinelli, Kassab e Ramos (2021), que salientam o quão é relevante preparar o profissional de educação a superar as suas limitações e compreender novos campos de conhecimentos dentro e fora da sala de aula, de modo a garantir uma nova imersão dos seus alunos a novos conhecimentos de mundo.

Grafico 1

Gráfico 1: Respostas dos participantes referentes à primeira pergunta do IF. Fonte: Própria, 2021.

Grafico 2

Gráfico 2: Porcentagem das respostas dos participantes referente à segunda pergunta do IF. Fonte: Própria, 2021.

Conclusões

Considerando os fatos expostos, uma das finalidades do presente trabalho foi viabilizar o estudo das pedras preciosas como recurso facilitador do ensino de Química, por intermédio de uma palestra. De acordo com a aplicação do instrumento avaliativo final, foi possível identificar a fragilização da referida ciência no contexto abordado, reforçando a ausência de recursos metodológicos contextualizados com o cotidiano dos discentes, que possibilitem visualizar a Química sob outras perspectivas. Ademais, a abordagem utilizada permitiu a troca de saberes em suas formações acadêmicas.

Agradecimentos

Referências

BEDIN, Flávia Caroline et al. Tendências metodológicas da pesquisa em ensino de química na revista “química nova na escola”-1995 a 2017. Revista Pesquisa Qualitativa, v. 8, n. 17, p. 256-277, 2020.
CABACINE, Filipe; FERNANDES, Talita Almeida; DA SILVA, Nathália Brunet Procópio. Metodologia e prática: contribuições da observação participante para os estudos organizacionais certeaunianos. Revista Horizontes Interdisciplinares da Gestão, v. 4, n. 1, p. 57-74, 2020.
COSTA, Manfred. Beneficiamento de pedras preciosas no Vale do Taquari: diagnóstico e modelo para análise e redução de perdas nos processo produtivos. 2007.
DE LIMA, Maria Janete. Ensino remoto: aproximações teóricas sobre formação e prática docente. Revista Internacional de apoyo a la inclusión, logopedia, sociedad y multiculturalidad, v. 6, n. 2, p. 62-73, 2020.
PUCINELLI, Ricardo Henrique; KASSAB, Yara; RAMOS, Claudemir. Metodologias ativas no ensino superior: uma análise bibliométrica. Brazilian Journal of Development, v. 7, n. 2, p. 12495-12509, 2021.