Autores

de Lima, L.K. (IFPB) ; Ferraz, J.M.S. (IFPB) ; Lopes, B.G. (IFPB) ; de Figueirêdo, A.M.T.A. (IFPB)

Resumo

Muito se discute a respeito da contextualização do ensino de Química. E é nessa perspectiva que a atividade se justifica, pois é por meio de temáticas cotidianas que se pretende contextualizar a Química. Diante disso, esse trabalho objetivou apresentar uma palestra para os licenciandos em Química sobre o processo de produção das fotografias, oferecida dentro de uma das atividades de ensino do Programa de Educação Tutorial – PET Química, do Instituto Federal da Paraíba. A metodologia proposta no presente trabalho discorreu de uma abordagem qualitativa e participante. Assim, com base nos resultados enaltecedores obtidos por meio de um questionário aplicado ao final da atividade, ficou claro que esse tipo de trabalho pode ser bastante enriquecedor para o currículo acadêmico dos discentes.

Palavras chaves

Ensino de Química; Fotografia; Palestra

Introdução

A respeito da contextualização no ensino de Química há grande carência de aplicabilidade, de modo que muitas vezes uma mera menção do cotidiano é compreendida como tal método (DOS SANTOS, 2007). Consequentemente, os processos de ensino-aprendizagem acabam sendo entendidos como conceitos metódicos e pouco fundamentados. Nessa perspectiva, a presente proposta se justifica por intermédio da oferta de uma alternativa para professores de contextualizar a Química com o processo de produção das fotografias, com desejo de superar problemáticas de ensino, visto que esta temática possibilita boas discussões sobre as reações de oxirredução presentes no funcionamento das câmeras analógicas. Dentro desse contexto, o propósito fundamental é o de auxiliar professores na superação de barreiras referentes às dificuldades dos estudantes na associação do saber científico com o saber cotidiano, em que a união contexto-conteúdo acaba sendo visualizada como fator isolado do ensino, o que é altamente danoso, pois sem essa articulação interdisciplinar, o conhecimento fica fragmentado e ineficaz (PCN+, 2002). Dessa forma, a viabilidade do envolvimento da Química com o estudo das fotografias, é constatada na amplitude da temática, bem como aponta Marques (2012), sobre o campo de possibilidades para abordagem do assunto, tanto no aspecto químico, quanto no das demais ciências, sendo útil para trabalhos imersos no ambiente escolar e social. Portanto, o objetivo do trabalho em tela foi apresentar uma palestra intitulada “Revelando a Química: o estudo das ciências nas fotografias” para os discentes do Curso de Licenciatura em Química do Instituto Federal da Paraíba – IFPB, Campus João Pessoa, na intenção de coadunar os conceitos científicos com os conceitos empíricos da citada temática.

Material e métodos

A metodologia proposta no presente trabalho discorreu de uma abordagem qualitativa e participante. Mól (2017) relata que o método qualitativo é importante por tornar a educação em um processo interativo, que acontece na relação entre professores, estudantes e os conceitos científicos específicos da Química. Por outro lado, a abordagem participante se refere às práticas para o delineamento da pesquisa, escolha de métodos e ferramentas (ANTUNES et al., 2018). Para dar início ao trabalho, foi necessária uma pesquisa bibliográfica sobre o tema “Fotografia”, além de uma avaliação de alguns vídeos com a finalidade de discutir esse tema imerso a conceitos químicos. Sendo assim, tal temática foi definida como objeto de estudo, o qual foi discutido durante a palestra intitulada: “Revelando a Química: o estudo das ciências nas fotografias”. Essa palestra foi desenvolvida pelos bolsistas do Programa de Educação Tutorial – PET Química, do IFPB Campus João Pessoa, numa atividade de ensino, nomeada “Ciclo de Palestras”. A mesma foi assistida por 30 (trinta) discentes, de diversos períodos, do Curso de Licenciatura em Química da mencionada instituição. A priori, a palestra foi ministrada por um bolsista do PET e, posteriormente à apresentação, foi aplicado o Instrumento Final Avaliativo (IFA), no qual continham questões referentes a informações pessoais dos participantes, perguntas para saber a opinião do conteúdo ministrado e se já tinham ouvido falar sobre tal conteúdo.

Resultado e discussão

No primeiro momento como já relatado, foi apresentada a palestra com a temática sobre Fotografia. Durante a palestra os participantes interagiram questionando sobre cada tópico apresentado. Ao final, foi aplicado o IFA com o intuito de saber se os discentes já tinham ouvido falar sobre o tema. O Gráfico 1 mostra a percentagem dos estudantes que afirmaram já ter ouvido/discutido sobre o tema, bem como o percentual dos que disseram nunca ter ouvido/discutido a temática. Gráfico 1: Porcentagem das respostas dos participantes de acordo com IFA. Fonte: própria, 2021. Analisando o gráfico, pode ser visualizado que essas porcentagens apresentam valores próximos, o que mostra a necessidade de discutir mais sobre o tema. Um pouco mais da metade (59%) dos graduandos já tiveram contato com o supradito assunto, entretanto, a quantidade dos discentes que disseram “não” (41%) ainda é algo inquietante para a matriz curricular, uma vez que é de fundamental importância que os docentes sejam detentores de conhecimentos que transcendam àqueles exigidos pelas ementas dos Cursos de Licenciatura. (DO ROSÁRIO et al., 2019). Contudo, foi perguntado aos discentes também nesse instrumento, o que eles acharam da palestra, e uma das respostas obtidas foi a da estudante A, que disse: “Acho de suma importância, introduzir assuntos do dia a dia, ou seja, trazer a química através da fotografia é algo de suma relevância.” Esse relato corrobora com o pensamento de Marques (2012), que vê a fotografia como algo muito presente no cotidiano da maioria da população, vê também a possiblidade de utilizar esse tema como forma de trabalhar interdisciplinarmente com as Ciências, visando um ensino mais fundamentado e contextualizado para os discentes.

Gráfico 1: Porcentagem das respostas dos participantes de acordo com I

Se trata de um gráfico que apresenta a porcentagem equivalente aos alunos que conheciam o tema (59%) e aos que não conheciam (41%), dados do IFA.

Conclusões

A apresentação de palestras com temáticas não habitual aos estudantes de um Curso de Licenciatura em Química, como a ministrada nesse trabalho, pode motivar os graduandos a melhorarem seus conhecimentos em diversas áreas, bem como, estimular a troca de saberes, a partir de conceitos científicos contextualizados com o cotidiano deles. Além disso, pode corroborar para sua formação acadêmica com um enriquecimento no currículo escolar.

Agradecimentos

Referências

ANTUNES, Jeferson et al. Diagnóstico rápido participativo como método de pesquisa em educação. Avaliação: Revista da Avaliação da Educação Superior (Campinas), v. 23, n. 3, p. 590-610, 2018.
BRASIL. PCN + Ensino Médio: orientações educacionais complementares aos Parâmetros Curriculares Nacionais - Ciências da Natureza, Matemática e suas Tecnologias. Brasília, DF: MEC/SEMTEC, 2002.
DO ROSÁRIO, Lucas Oliveira; FERREIRA, José Leonardo Alves; SANTOS, Rhayane de Oliveira; RODRIGUES, Kamilla Karoline Pereira; DE FIGUEIRÊDO, Alessandra Marcone Tavares Alves. Proposta de ensino interdisciplinar: abordagem de temáticas diversificadas no curso de licenciatura em química do IFPB, campus João Pessoa. Anais VI Cointer PDVL, v.1, p. 0-18, 2011.
DOS SANTOS, Wildson Luiz Pereira. Contextualização no ensino de ciências por meio de temas CTS em uma perspectiva crítica. Ciência & Ensino (ISSN 1980-8631), v. 1, 2007.
MARQUES, Fernanda do Nascimento. A química da fotografia na perspectiva CTS de ensino. 2012.
MÓL, Gerson de Souza. Pesquisa qualitativa em ensino de química. Revista Pesquisa Qualitativa, v. 5, n. 9, p. 495-513, 2017.