Autores

Pantoja, D.O. (UNIVERSIDADE DO ESTADO DO PARÁ) ; Tomazi, P.S. (UNIVERSIDADE DO ESTADO DO PARÁ) ; da Costa, J.J.A. (UNIVERSIDADE DO ESTADO DO PARÁ) ; Terra, I.A. (UNIVERSIDADE DO ESTADO DO PARÁ) ; Diniz, V.W.B. (UNIVERSIDADE DO ESTADO DO PARÁ)

Resumo

O presente trabalho teve por objetivo utilizar um jogo como método alternativo para o ensino de cinética química para alunos do terceiro ano do ensino médio. O trabalho se iniciou com uma discussão em sala, visando apresentar novos conceitos para a turma e analisar os conhecimentos prévios dos alunos e finalizou com a execução do jogo, no qual foi possível verificar a importância de se utilizar outras metodologias de ensino para estimular os discentes e dinamizar o processo de ensino-aprendizagem. Os resultados apontam um maior envolvimento da turma em uma atividade de fixação, avaliação e uma melhor construção de conhecimento, pois para conseguir um bom desempenho no jogo, os alunos precisaram buscar entender os conceitos da cinética química, tornando o aprendizado mais consistente.

Palavras chaves

Cinética química; Jogo de química; Aprendizagem

Introdução

O estudo da química é sempre um desafio, pois os alunos têm dificuldades em entender como as propriedades químicas se relacionam e acabam achando que o melhor caminho é memorizar as informações que julgam importantes que, na maioria das vezes, gera desinteresse pelo conteúdo (GARCIA; PEREIRA; FIALHO, 2018). Em virtude disso, o ensino de Química, tem a necessidade do envolvimento ativo dos alunos nas aulas em um processo interativo aluno- professor em que as concepções conceituais dos alunos sejam contempladas, criando oportunidades para que eles expressem como veem o mundo, como entendem os conceitos e quais são as suas dificuldades (SANTOS et al., 2004). O lúdico, a brincadeira, o jogo e tudo mais envolvido com a ludicidade representa um acesso a mais no desenvolvimento cognitivo ao abastecer, enriquecer e diversificar as possibilidades experimentais e táteis do sujeito, sendo eficaz até na fase adulta, apenas mudando os tipos de instrumentos e os tipos de brincadeira (SOARES, 2008). Matias; Nascimento; Sales (2017), afirmam que o jogo lúdico torna-se muito eficaz no ensino de química, pois traz para o aluno um novo modo de ver determinado conteúdo mais dinâmico e divertido, no qual facilita a aprendizagem e foge da rotina de aula tradicional para uma aula mais prazerosa. O aprendizado de conteúdo do Ensino Médio, como Cinética Química, deve possibilitar ao aluno a compreensão dos processos químicos para a construção de um conhecimento científico que se relacione com as aplicações tecnológicas e suas implicações ambientais, sociais, políticas e econômicas (SCOLARI; BERNARDI; CORDENONSI, 2007). Portanto, o objetivo deste trabalho foi utilizar um jogo lúdico como método de fixação, discussão e avaliação do conteúdo de cinética química.

Material e métodos

O presente trabalho foi desenvolvido com uma turma de vinte alunos do terceiro ano do ensino médio em uma escola de ensino fundamental e médio localizada na periferia de Belém-PA, na qual o processo foi dividido em dois dias, nos quais o primeiro dia teve a duração de duas aulas de cinquenta minutos cada. A aula iniciou com uma discussão do tema de cinética química, abordando os detalhes teóricos, suas aplicações no cotidiano e analisando os conhecimentos prévios dos alunos. Para tornar a conversa mais dinâmica, foi utilizado o projetor de imagens, onde alguns conceitos foram expostos. O segundo dia se iniciou com a apresentação do jogo intitulado “Twister da Química”, que é composto por um tabuleiro, quatro avatares, um dado e três tipos de cartões contendo perguntas relacionadas à cinética química. Esses cartões são feitos das cores: verdes, com perguntas simples e direta; amarelas, que são contextualizadas e exigem mais raciocínio que as verdes e vermelhas, que são bastante contextualizadas, exigem um bom domínio do tema, associado ao raciocínio para solucionar a situação. O jogo funcionou da seguinte forma: os alunos foram divididos em quatro grupos (A, B, C, D) de cinco pessoas, nos quais foram representados pelos avatares. Na vez de um dos grupos o dado seria jogado e a numeração do dado seria o número de casas que o avatar iria andar. Cada casa tem uma coloração referente aos cartões, que serão tirados e a equipe teria que responder à pergunta em, no máximo, três minutos. Caso a resposta fosse errada, o avatar não iria avançar para a casa que foi tirada ao jogar o dado. Isto é, para a equipe avançar, ela teria que acertar as perguntas que lhes eram feitas. Ganha a equipe que chegar primeiro ao final do percurso.

Resultado e discussão

Foi observado durante o jogo que todas as equipes conseguiram responder as perguntas referentes às cartelas verdes, sendo a equipe C, a que sentiu dificuldades, pois alegavam “não lembrar” de alguns conceitos. Por conseguinte, as equipes A, C e D encontraram dificuldades para responder as perguntas referentes aos cartões amarelos, mas até o final do tempo estipulado conseguiram chegar a uma resposta. O grupo B teve um ótimo desempenho, acertando todas estas perguntas. Entretanto, quando todas as equipes tiveram que responder as perguntas da cartela vermelha, a equipe B teve dificuldades no entendimento das questões, mas conseguiu respondê-las. As equipes A e D alegaram precisar de mais tempo para resolver e o grupo C não conseguiu solucionar nenhuma das situações desse bloco de perguntas. Em virtude disso, Passarela (2017) afirma que o professor deve fazer da sala de aula um espaço para troca de conhecimento e de experiência, onde o aluno participa da aula e compartilha do seu entendimento com professor e seus colegas, uma vez que o aluno adquire uma série de outros conhecimentos fora da sala de aula que podem ser utilizados. Segundo Matos et al. (2013), os jogos despertam o interesse pelo aprendizado e participação na aula, fazendo com que atividades desse tipo sejam mais estimulantes e motivadoras. Portanto, jogar se torna um processo de socialização, no qual propõem ao aluno uma interação entre os demais colegas, propiciando um processo educativo entre o jogo e conteúdo e um modo de convivência no âmbito escolar.

Conclusões

Foi notório o envolvimento da turma nesta atividade, na qual constatou-se a importância do jogo utilizado para despertar o interesse dos alunos pelo conteúdo de cinética química. Portanto, constatou-se que a utilização de jogos no ensino de química pode ser um excelente estímulo para o aprendizado, pois é uma forma diferente de exercitar e discutir os conceitos trabalhados durante a aula, o que torna o aprendizado de cinética química mais interessante e atrativo, do que utilizar os mesmos métodos tradicionais como provas escritas e bateria de exercícios.

Agradecimentos

Referências

GARCIA, Edilaine Maria da Silva Souza; PEREIRA, Kauani Sakamoto; FIALHO, Neusa Nogueira. Metodologias alternativas para o ensino de química: um relato de experiência. IV Congresso Nacional de Educação, 2018.
MATIAS, Felipe da Silva; NASCIMENTO, Felipe Tavares do; SALES, Luciano Leal de Morais. Jogos lúdicos como ferramenta no ensino de química: teoria versus prática. Revista de Pesquisa Interdisciplinar, Cajazeiras, n. 2, suplementar, p. 452-464, 2017.
MATOS, Danilo Augusto; SANTOS, Vinícius Nunes dos; ALEXANDRINO, Daniela Marques; NASCIMENTO, Maria Celeste Passos Silva. O Jogo do Mico no Ensino das Funções orgânicas: O Lúdico como Estratégia no PIBID. V Congresso Norte-Nordeste de Química, 2013.
PASSARELA, Luiz Carlos. Proposta de contextualização do ensino de cinética química: o universo químico da funilaria e pintura automotiva. Universidade do Sul de Santa Catarina, 2017.
SANTOS, Daniel de O.; SANTANA, Rafael de Jesus; ANDRADE, Djalma; LIMA, Patrícia S. de. Experimentação: contribuições para o processo de ensino aprendizagem do conteúdo de Cinética Química. 30° Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Química, 2004.
SCOLARI, A. T.; BERNARDI, G.; CORDENONSI, A. Z. O desenvolvimento do raciocínio lógico através de objetos de aprendizagem. Revista Novas Tecnologias na Educação (RENOTE), v. 5, n. 2, 2007.
SOARES, Márlon Herbert Flora Barbosa. Jogos e atividades lúdicas no ensino de química: teoria, método e aplicações. XIV Encontro Nacional de Ensino de Química (XIV ENEQ), 2008.